domingo, 2 de agosto de 2020

Cabeçona Cor de Rosa


Fazia muito calor em São Paulo naquela noite em que iria pro interior ver meus pais. No terminal rodoviário do Tietê tinha bastante movimento, como em toda sexta-feira. Acredito que essa história faça uns 10 anos já. Consegui passagem pra bem mais tarde e teria de esperar. Levava pouca bagagem na mochila, roupa para dois dias apenas. Fui me sentar próximo ao banheiro masculino, talvez já mal intencionado diante do tédio. Quase sempre mal intencionado. Percebi um cara sentado em frente que olhava pra mim insistentemente. Bonitão, loiro, forte, lembrava um pouco o Miguel Falabella quando jovem. Começou a se insinuar e não disfarçava. Na frente de todo mundo, na rodoviária lotada, segurava o pau gorducho sob a calça jeans justa. Achei cafajeste? Bastante. Fiquei interessado? Também. Cumprimentei com um sorriso discreto e fomos conversar um pouco.
Era engenheiro químico, gaúcho, casado, com filhos. Estava em São Paulo fazendo um curso de especialização pela fábrica de tintas em que trabalhava. Seu hotel era longe do centro, e tinha ido à rodoviária lotada a procura de pegação. Ó as ideia. Na época as coisas eram bem mais difíceis pras gays, mesmo em São Paulo. Era um caipirão e foi a única idéia que lhe ocorreu, pois na sua passagem pela rodoviária reparou no movimento, intenso na época, dos banheiros. Contou, fazendo agora cara de bom moço, que nunca tinha tido um contato mais íntimo com um homem, nada além de uma punhetinha no banheirão. Sentia remorsos pelos seus desejos, pensava na família. Elogiou minha aparência. Algo nele me soava pouco confiável. Tentamos o mictório, mas estava lotado demais, impossível se excitar ali. Apesar de ter ficado aguado com sua rola grossa e veiúda com uma cabeçona cor de rosa que saltava de dentro do prepúcio pálido. Ele estava tímido, mas de pau bem duro. Eu também. Não lembro bem como fomos parar num terraço que fica próximo ao desembarque. Hoje está fechado, e, sempre que passo por ali, lembro dessa história. Alguns bancos de madeira e arbustos contornavam o pequeno jardim em forma de meia lua, e uma árvore delimitava sua entrada.
Estávamos a sós e ficamos conversando. Não tinha iluminação no terraço e dali tínhamos uma boa visão daquela parte da rodoviária, com menos gente àquela hora porque São Paulo não recebe tanta gente no final de semana. É mais no embarque que o bicho pega. O único segurança à vista estava de costas para nós o tempo todo, a mais de 20 metros. Beijei o cara. Ele ficou sem graça, mas correspondeu. Era estranhíssimo dois homens se beijando em local público naquela época, mesmo que parcialmente escondidos. Em torno do jardim tinha um gradeado de ferro pintado de verde que dava para a rua, mas não havia ninguém andando por ali àquela hora. E a vegetação alta contribuía para nos sentirmos mais seguros. Um casal simples veio se sentar num dos bancos. Mexeram na bolsa da moça, procuraram algo e partiram. Pedi pra pegar no pau dele. Achou um absurdo! Mas abriu os botões da calça e meti a mão. Sua rola macia e quente pulsava na minha mão. Eu precisava sentir o gosto daquele pau. Perguntei se ele tinha vontade de dar a bunda. Ficou meio enrolado com a resposta, mas disse que talvez. Me deu seu e-mail e disse que a gente poderia tentar se ver no seu hotel. Pedi pra ele ficar atrás da árvore. Foi difícil de convencê-lo. Ajoelhei e chupei o cara ali, praticamente no meio da rua, em pleno terminal rodoviário do Tietê, salvo engano, o maior da América Latina. Com as mãos, girei seu quadril e lambi o cuzinho. Uma bela bunda! Mas foi rápido demais, ele ficou tímido. Ou talvez fosse apenas alguém mais razoável que eu. Voltou o pau pra minha boca, gozou, e engoli tudo. Caralho, que delícia! Me chamou de louco por engolir a porra de um desconhecido. Eu o beijei e me disse que minha boca estava com gosto de pinto. Tentei marcar durante a semana com ele, mas não deu certo. Apesar da impressão de desconfiança, fiquei louco pra estar com ele num quarto, saber dos seus desejos, me envolver. Mas logo foi-se embora e perdemos o contato.