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terça-feira, 17 de abril de 2012

Qual o Sentido Disso?


   Domingo de Páscoa. Fui ao parque da juventude (não conhecia e achei muito legal) assistir ao show Recanto, da Gal Costa. Fiquei extasiado por vê-la tão bem, bonita, à vontade em cena, interpretação limpa e poderosa, cantando lindamente, a voz irrepreensível, com seu brilho renovado por um trabalho novo e arrojado. Poder ouvir canções que me marcaram tão profundamente como "Da Maior Importância" (que Caetano Veloso compôs para e sobre elaao vivo, em arranjo próximo do original (FODA), me levou às lágrimas. E era apenas a primeira canção. Foram quase duas horas de show, debaixo dum sol muito forte e eu queria mais. Ela e os excepcionais e jovens músicos Pedro Baby, Domenico Lancellotti e Bruno Di Lulo tocaram todas as faixas do CD Recanto e o público sabia tudo de cor. É um disco que se torna mais belo quanto mais ouvido. Cantou também "Mãe", "Meu Bem, Meu Mal", "Minha Voz, Minha Vida" e "O Amor", entre outras jóias de seu repertório, todas compostas por Caetano ("O Amor", sobre poema de Maiakóvski), e ainda Gil, Chico, Ben Jor. Fã incondicional da Gal, de sua voz única, de sua imensa inteligência musical e sensibilidade interpretativa, de sua grandiosa trajetória, fiquei eufórico e emocionado com a apresentação.

   Depois do almoço - sauna. Fui para a For Friends. Cheguei a pensar em checar a Splash, mas deu preguiça. E eu tinha compromisso importante às 23h. Até que tinha bastante gente, porém, até anoitecer, ninguém que me chamasse a atenção. Tomei um banho e me joguei no sofá da salinha de vídeo do primeiro andar. Apareceu na porta um cara alto, bronzeado. Em menos de um minuto ele estava com meu pau dentro da boca. Continuei assistindo ao filme displicentemente. E outro cara apareceu na porta: tipo interessante até, com suas tatuagens espalhadas pela pele branca. Em menos de um minuto, ambos dividiam irmãmente meu pau em suas bocas. Eu estava menos interessado no filme agora. O primeiro percebeu que eu estava bem mais inclinado ao novo visitante, e se mandou. Além das tatuagens, tinha um anel peniano, coisa que eu vi poucas vezes na vida. E acho que não gosto. Pra que acessório no pau? "Como querer caetanear o que há de bom". Ajoelhou na minha frente pra me chupar e toda hora queria passar o pau melado na minha bunda. Cansei, saí. Depois de um tempo, fui percebendo que ele tem alguma coisa de maluco, de tantã. Tinha um garoto baixinho que era bonitinho até, mas só fazia andar de lá pra cá. Quando alguém chegava perto, ele fugia. Parou no mictório e ficou me olhando com o pau pra fora. Eu cheguei do lado e botei o meu pra fora também. Ele segurou, puxou minha mão pro pau dele. Em segundos escafedeu-se.

   Nessa tarde revi dois caras com quem já tinha ficado na sauna: Daniel e Jucélio. Tive a segunda impressão diferente de ambos. O Daniel estava bem bonito, corpo super em dia, cara ótima. Mas, apesar de nossa transa ter sido boa, ele foi ríspido quando terminou, e eu não tentei me aproximar desta vez. Já o Jucélio me pareceu bem menos interessante. Ainda assim, tentei chegar nele, mas não deu em nada. Revi ainda meu primeiro analista, o Fábio. Já o tinha visto na 269, anos atrás, mas me escondi e ele não me viu. Nessa época eu tinha acabado de interromper a terapia com ele (que teve um fim problemático) e achei que ele se constrangeria com o nosso encontro nessa situação. Ele é bonitinho, loiro de olhos muito azuis, está fortão agora. Fui lá falar com ele, e, meio desajeitados, conversamos rapidamente. Foi tranquilo, apesar de tudo, e ele não precisamos mais ficar constrangidos nessa situação.

   Estou perdendo a vontade de escrever. Talvez eu deva escrever apenas quando der vontade, ou necessidade, sem a "obrigação" (autoimposta) de relatar todas as idas à sauna. Mas mesmo que eu venha a escrever muito mais esporadicamente, a experiência do blog me valeu muito e em muitos níveis. Eu vinha desenvolvendo uma certa compulsão por sexo desprotegido, sem camisinha. Na terapia era dificílimo falar sobre isso e no blog, apesar do anonimato, continuava difícil. Pode parecer incrível, mas pensar em relatar uma experiência dessas no blog, me fez demover da ideia várias vezes nos últimos seis meses. Acho papelão dar mau exemplo. Felizmente refiz todos os meus testes para DST's no final do ano e não tenho nada. Poderia ter tido. Poderia estar agora mesmo infectado, precisando me medicar diariamente, enfrentar diversos problemas decorrentes. Faz sentido arriscar-se tolamente por um alguns minutos de sexo descompromissado? Esse tem sido um dos melhores resultados do blog para mim. Lembro também do quanto foram trabalhosos os primeiros posts e de quantas vezes eu tinha de corrigi-los. Agora saem com mais facilidade, mais limpos e organizados.

   Até umas 19h eu tinha esquecido completamente de tomar o meu remedinho, minha secreta pílula azul. Há alguns anos tenho tido problemas de ereção. Não é nada fisiológico, fiz vários exames. Apesar de ser uma alteração de fundo psicológico, emocional, a terapia não ajudou quase nada, e foram 6 anos, somando três analistas diferentes (inclusive dois anos com o Fábio). Há aproximadamente dois anos venho tomando o medicamento quando pretendo fazer sexo. Na masturbação solitária, às vezes tenho perda de ereção, mas em geral acontece sem problema algum. E ainda, algumas vezes, mesmo tomando o remédio, a coisa falha por algum motivo (quase sempre por insegurança, algum contraestímulo na relação ou porque eu simplesmente quero fazer sexo sem vontade). Desta vez esqueci  completamente, provavelmente porque meu pau estava respondendo normalmente aos estímulos. Foi só quando apareceu um menino bonito que lembrei. Mesmo achando que nada aconteceria, fui pegar o comprimido que estava na minha carteira. Era um garoto bonito mesmo! Causou um certo rebuliço na sauna toda quando entrou. Alto, longilíneo, corpo bem definido, loiro de olhos verdes, cabelo curtinho arrepiado, traços bonitos, tipo de rapaz "de fino trato", educado. Desfilava sem olhar pra ninguém e foi direto para o escuro. Entrou numa das salas e se formou uma rodinha em sua volta. Dois caras o tocaram e os outros dispersaram. Era um japonês magrinho e um coroa de baixa estatura. Ele parecia indeciso: ora fechava os olhos para sentir as carícias, ora tentava afastar as mãos. Em poucos minutos partiu sozinho. Tentei procurá-lo, mas o perdi de vista. Na passagem, vi dois caras numa mesa do bar. Ambos eram interessantes e o mais baixo e jovem me deu uma olhada bastante significativa. Foi para a sauna seca e eu entrei logo atrás. Fui alcançá-lo solitário no último degrau da bancada:

   -Beleza?

   -Opa, de boa? - ele parecia aflito para dizer algo.

   -Tá aí faz tempo?

   -Não, menos de uma hora. E tu?

   -Já faz um tempinho, viu...

   (Pausa)

   -Curte o que?

   -Sou só ativo.

   Ele riu e enfiou o rosto entre as mãos:

   -Tá uma bosta isso aqui! Tô com o meu namorado aí... não quer dar pra a gente?

   -Ih, eu não curto mesmo... Mas os dois são ativos?

   -Os dois. Viemos pra comer alguém, mas tá difícil. Estamos andando separados pra não assustar, sabe?

   -Mas é um namoro complicado o de vocês! Estão juntos faz tempo?

   -Quatro anos.

   -Mas nenhum dos dois dá, nunca?

   -Claro que sim! (respondeu como se eu fosse um completo idiota). Mas geralmente nenhum dos dois está com vontade, daí não rola. Quer ficar com a gente? Está a fim de que?

   -Ah cara, sei lá. Um bom beijo já não seria nada mau...

   Eu o beijei. Enfiou a mão por baixo da minha toalha e catou o meu pau.

   -Posso ir lá falar com ele? Sabe quem é?

   -Acho que sei. O de barba? Fala lá. Você não faria nada só comigo, eu e você? Achei você uma graça...

   -Não... sozinho não. Vou falar com ele, mas acho difícil. A gente quer comer alguém.

   -Beleza, ele decide.

   Ele se foi e, ao que parece, o namorado não aprovou o terceiro ativo no rolo. O loiro bonito reapareceu e subiu pro primeiro andar. Vi que entrou na sauna. Subi e sentei ao seu lado. Olhava muito disfarçadamente para mim, parecia tímido. Fechou os olhos, o corpo tenso. Eu me aproximei mais e ele se levantou. Fui encontrá-lo novamente na sauna a vapor. Vinha saindo quando eu entrei. Pouco depois, lá estava ele, debaixo do chuveiro. Um breve cumprimento e liguei a ducha ao seu lado. Ambos ficamos excitados e ele não tirou mais o olho do meu pau. Que graça de garoto! Tive a impressão de que já estava ganho, que sairíamos dali direto para uma cabine do banheiro. Ele se enxugou rapidamente e desceu, foi para o escuro novamente. Lá eu o peguei! Era um corpo delicioso nas formas e volumes, em texturas e aromas. Nos beijamos e nos chupamos, sentados num sofá.  Começou a juntar gente em volta.

   -Vamos pra outro lugar? Só nós dois? - sussurrou.

   -Claro, vamos sim! Vou pegar um quarto. Vai subindo que eu pego a chave.

   -Não (balançava a cabeça em desaprovação), não precisa de quarto! Vem aqui.

   Me conduziu a uma cabine do banheiro. Seu nome é Rafael, 26 anos, de uma pequena cidade em Santa Catarina, fazendo um curso em SP por 10 dias. Gostava quando eu metia a língua no seu cuzinho e de me ver tocando punheta.

   -Deixa eu te comer? - perguntei.

   -Capaz, você me arrebenta!

   -É nada, faço com jeitinho.

   -Não dá, seu pau não dá. E você, dá pra mim? Sua bunda é um puta tesão - dizia no meu ouvido.

   -Não rola... Sabe do que me deu vontade?

   -De que?

   -De você gozar na minha boca.

   -É?! Vai engolir tudo?

   -Vou, respondi - não era essa minha ideia, mas seus olhos brilharam quando comecei a falar.

   -E você, sabe o que me deu vontade? - disse pegando na minha bunda.

   -Já percebi...

   Insistiu tanto que pedi que pusesse a camisinha pra tentarmos. Foi difícil pra caralho, mas conseguiu. Só que a qualquer movimento que ele fizesse, eu reclamava. Uma dor terrível. Mesmo assim, quase sem se mover, ele anunciou, trêmulo:

   -Cara, não aguento, vou gozar.

   Tirou o pau, a camisinha e gozou na minha boca. Acabei engolindo mesmo o pequeno volume. Continuei chupando até gozar também. Tomamos um banho e ele me chamou para sentar com ele. Escolheu um lugar mais reservado, na sala grande de vídeo. Conversamos sobre a vida e sobre o filme que passava diante de nós, os homens que apareciam. Me contou sobre o seu trabalho, sua família, e o namoro que terminou recentemente. Eles dividiam um apartamento havia dois anos, mas a relação esfriou e agora ele estava fazendo terapia pra se acostumar com a falta do companheiro.

   -Foi ele quem quis terminar?

   -Não, os dois. Eu tava querendo sair com outros caras, ele também. Isso eu não admito! Um amigo meu é casado há oito anos, ele me diz "Não transo com meu companheiro!". Qual o sentido disso?

   -É... Ah, mas sei lá, cada um sabe de si, de suas necessidades. Vai ver, a relação deles funciona em outros planos... o sexo eles resolvem de outra forma. Você não me disse que sempre namorou meninas?

   -Mas aí é outra história, eu me sentia cobrado. Eu sempre soube que gosto mesmo é de homem.

   Ficou concentrado no filme. Eu o acariciava e ele só falava do filme:

   -Olha a bunda desse cara! Perfeita!

   -Você dava pro seu namorado?

   -Dava, às vezes. E dou gostoso, sem miséria. Pra dar, tem que estar com vontade. Bate uma punheta aí, eu gosto de ver.

   -Aqui?!

   -É, não tem ninguém agora - disse tirando o pau pra fora. Foi ali que notei que as bolas dele eram bem pequenas, bem menores que o comum. Lembrei do pequeno volume de esperma dele na minha boca e pensei se teria uma relação.

   -Sabia que foi a segunda vez na minha vida que eu engoli a porra de um cara?

   -É? Você é doido! (Pausa) E tava boa a porra?

   -Tava... - menti, era amarga. Nos beijamos outra vez e ele queria que eu o chupasse ali, mas apareceu um coroa na sala.
 
   -Então vamos lá no escuro..

   Agora ele queria ver os caras se pegando ao vivo. Tinha pouca gente por ali. Um cara tatuado tinha passado a tarde toda me seguindo - ele até seria bem interessante se perdesse uns quilos na cintura - estava lá, encostado numa grade, me olhando como sempre.

   -Quer que eu chame aquele cara? - perguntei.

   -Ah, sei lá, acho que não encaro.

   Mas encarou. O cara chegou, agachou e veio chupar nossos paus simultaneamente. Eu beijava a boca do Rafael. Um coroa veio por trás dele e deu aquela encoxada. Já me senti meio incomodado com aquilo, fiquei enciumado. Eu fico, sou possessivo. Não gosto de ser assim, mas sou. Logo eu, que ninguém jamais vai possuir. Eu gozei, ele gozou - beijando o mesmo tatuado que disse não poder encarar. Lembrei da minha hora, eu tinha um compromisso. Eram 22h20min quando passei pelo bar. Saí correndo pra tomar um banho. Achei que ele viesse comigo. Queria ter pego algum contato. Me vesti e enquanto chamavam um táxi, o procurei pela sauna, mas não encontrei mais. Pensei em deixar um bilhete na recepção. Não deixei. E tanto faz.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Gosta de Pau Preto?


   Depois de muito procurar algo que valesse a pena, eu estava sentado numa espreguiçadeira,  enfastiado com o tão famoso "domingo na sauna". Não é um dia que eu costume me abalar a esse tipo de programa, mas realmente o que tinha de homem bonito na 269 aos domingos era de fazer cair o queixo. Pelo menos nesse dia específico, a For Friends tava bem meia-boca. Sentei perto da jacuzzi, de olho num carinha que conversava com um grupo lá dentro. Esperava ele sair pra avalia-lo melhor. Do nada surgiu um cara e parou na minha frente, em pose exibicionista com as mãos nos quadris. Realmente era um belo homem: bem mais alto que eu, corpo forte, moreno de olhos verdes, barba por fazer, cabelos molhados, jogados para trás. Ficou ali na minha frente por um minuto e entrou na sauna. Não tive vontade de ir atrás. Mais tarde o vi tomando banho no andar de cima. O coroa que tomava banho do lado dele puxou conversa. Não ouvi direito, mas ficou claro que fez um grande elogio. Ele riu e perguntou se já podia "ficar metido".

   -Não, isso não pode.

   Ele era bonito pelado, pau grande, bunda gostosa, pés bonitos. E o sorriso era encantador. Ficou embevecido com o elogio. Mais tarde nos encontramos na sauna seca, que estava lotada. Nos olhamos de perto. Só pelo modo dele parar, já se via que era um "pavão". Mas não era só isso, tinha alguma coisa que me chamava atenção e eu não entendia. Saí e voltei um pouco depois a essa mesma sauna. Ele estava na área dos chuveiros ali fora e entrou também, logo depois de mim. Tinha pouca gente agora. Encostei na parede de madeira do fundo, oposta à porta, e ele parou no meio da sala, na minha frente mas não muito perto. Breve cumprimento. Depois começou um movimento incerto de aproximação: ia até a porta e voltava, cada vez mais perto de mim. Eu me perguntava: se o cara é tão bonito e parece tão cheio de si, por que isso tudo? Será que minha cara é tão fechada assim? Por fim, sentou-se ao meu lado, no terceiro degrau da bancada de madeira. Entreabriu a toalha, deixando o sexo quase à mostra. Parecia um pouco nervoso, evitando me olhar. Talvez minha leitura das suas atitudes seja apenas baseada na minha própria insegurança, e, no fim, não entendi nada do que realmente se passava com ele. Mas de qualquer forma, ter pensado que ele estava inseguro, me deixou mais confiante. Eu o olhava de perto, descaradamente. E meu pau ficou duro. Ele olhou pra mim e sorrimos em cumplicidade. Alisei suas pernas úmidas. Rocei meu rosto no seu e nos beijamos. Enfiei a mão entre suas pernas e segurei o pau e as bolas.

   -Como é seu nome? - sussurrei.

   -Paulo, e o seu?

   Ele entendeu errado meu nome (meu nome verdadeiro) e rimos do que ele tinha entendido, um apelido meio ridículo.

   -Quantos anos você tem?

   -Quantos anos? (pausa) Muitos!

   -Ah, vá! Quantos?

   Relutou mas respondeu:

   -44

   -Caralho!

   Era absurdo. Eu nunca poderia imaginar que ele tivesse mais de 35, achei que fosse mais novo que eu.

   -Vamos sair daqui, estou derretendo.

   Tomamos uma ducha para refrescar. Durante o banho me contou que mora no ABC e é artista plástico. Paramos na entrada dessa ala para mais uns beijos. Ele insinuou que eu beijasse seu mamilo e disse depois:

   -Já vi que voce gosta de um peito duro, né?

   -Gosto...

   -E de que mais?

   -Gosto de tudo duro. Você não?

   -Eu também, tudo duro.

   Pelo que entendi, ele tentava descobrir se eu era passivo ou ativo. Acho simplista demais esse tipo de approach. Entendi ainda que ele obviamente queria dar pra mim. Mal peguei na sua bunda e logo me chamou pra subir. Ia na frente na escada caracol e eu ia brincando de beliscar-lhe a bunda. Ele ria alto.

   Entramos na cabine e ele me chupou. Não muito bem. Virou de costas pra mim, oferecendo-se. Passei meu pau naquela bunda bonita, agachei pra lamber. Um buraquinho bem gostoso, mas quando minha língua entrava mais, eu sentia uma aspereza ou rugosidade no esfíncter, que me deixou meio de sobressalto - pensei que pudesse ser uma verruga ou coisa assim. O virei de frente pra mim, chupei o pau dele. Eu estava bem excitado por ele ser muito bonito, mas sentia um clima estranho. E ele nunca ficava de pau completamente duro. Continuamos ali, nos pegando, até ficar bem claro pra mim que ele não estava curtindo. Será que a minha frase tosca sobre "gostar de tudo duro" o tinha deixado encanado?!

   -Voce quer parar?

   -Não!

   Disse que não, mas 5 minutos depois me convidou pra tomarmos um refrigerante no bar. Descemos. No caminho ele caçoava dos coroas que andavam na nossa frente. Achei grosseiro. Sentei na mesinha do bar e ele foi ao balcão. Voltou logo:

   -Está demorando pra atenderem. Espera aí que vou ver meu celular e já volto.

   Eu já sabia que não voltaria, mas sou educado... Fiquei ainda alguns minutos na mesa e fui deitar na espreguiçadeira da piscina. Ele voltou depois, me procurou rapidamente no bar. Eu estava semi-oculto por um vaso. Vi que passou para a ala escura, provavelmente tão aliviado quanto eu do "desencontro".

   Tinha mais uns caras interessantes, era de tarde ainda. Um deles eu já conhecia, sempre achei gostoso, mas não me dá bola. Tá ficando horroroso de rosto e as pernas são esquisitas - tortas e meio finas. Mas eu pegava ainda - ô, se pegava! O outro era bem bonito, de corpo e de rosto, mas antipaticíssimo, com um semblante pesado, negativo. Mais de noite o vi novamente na Bela Paulista, tão sozinho quanto na sauna, e com a mesma cara de otário.

   E tinha outro rapaz. Não é o tipo de cara que me atrai geralmente. Aliás, esse foi um dia de revelações para mim sobre homens que me atraem e homens com quem o sexo funciona. Ele tem um tipo interessante: jovem, moreno, de barba, baixinho (geralmente gosto de caras da minha altura ou mais altos), corpo bem bonitinho, definido; mas não é um homem exatamente bonito. E seu comportamento era esquisito, dava impressão de estar interessado, mas nunca olhava diretamente pra mim. Nem pra ninguém. Não parecia tímido, não parecia chato. Era intrigante. O encontrei várias vezes, em vários pontos da sauna, sempre da mesma forma: eu parava perto e esperava algum sinal para avançar. E nada vinha. Ele parecia querer se comunicar por telepatia. Parecia sempre atento em mim, mas é difícil chegar em alguém que não te olha diretamente. Mais tarde eu subi ao escuro, ele tinha passado a maior parte do tempo por ali. Parei perto e resolvi testar sua resistência. Estávamos a dois palmos de distância um do outro, perto da escada, ambos encostados na mesma  coluna. Apesar da pouca luz, eu o olhava nos olhos, e isso me excitou. Ele olhava em minha direção, mas nunca diretamente. Virou o corpo de frente para a coluna, e quase nos tocamos. Já estávamos ambos de pau duro. E ele simplesmente não tinha atitude alguma, parecia um menino abobalhado. A essa altura, eu já estava certo de que ele queria, era só pegar. Não sei se eu tentei ser bonzinho e dar a ele uma chance de tomar uma atitude, ou se, por maldade, me diverti um pouco com a situação. Parecia aflito e arruinado com a própria insegurança. Eu sempre acho que as pessoas são inseguras, mas serão mesmo? Ou era só um capricho? Ou um jogo e ele queria ser "pego de jeito"? Ficamos nesse lenga-lenga por uns 10min. Decidi que se eu me afastasse e ele viesse atrás, eu o abordaria de alguma forma. Fui até a última sala, ele veio também e encostou numa parede. Foi rápido o bote. Em segundos estávamos unidos. E houve aquele encaixe de corpos que funciona magicamente. Ele cheirava minha pele milímetro a milímetro, concentrado. E me lambia com delicadeza. Como de praxe, fomos pro banheiro iluminado.

   Escolhi uma das cabines com luz azulada. Foi muito bom poder olhar pra ele no claro. Foi tudo muito gostoso. Ele não tinha resquício do abobado por quem o tomei, nem de timidez ou insegurança. Era educado, gentil, sabia o que fazia! Chupou meu pau muito bem, enquanto me lançava um dos olhares mais impressionantes, dos quais jamais me esquecerei. Era lindo chupando o meu pau. Retribuí. Ele era pequeno mas o pau era do tamanho do meu, e bonito, gostoso de chupar. Conversamos um pouco: seu nome é Jonas, 30 anos, recifense, mora ali perto do Ibirapuera com um amigo e trabalha para uma grande grife francesa. Segunda vez na sauna. Gemeu quando enfiei minha língua na sua bundinha. Ele é todo cheiroso e macio. Coloquei a camisinha e tentei a penetração mas estava difícil. Só a saliva parecia insuficiente como lubrificante.

   -Acho que preciso de gel, seria mais gostoso. Voce me espera?

   -Claro! Pega lá.

   Eu só tinha aquela camisinha e enquanto ele desceu, pensei que perder a ereção agora, seria péssimo: eu teria de descer em busca de outra camisinha e talvez a transa fosse pro vinagre. Voltou com o gel e eu ainda estava durão, louco de tesão e ainda com a camisinha. Foi ótimo, tudo funcionou lindamente, ele era delicioso. Gozei e ainda mantive meu pau dentro dele e duro até que ele gozasse. Apesar de caras grandes serem mais atraentes pra mim, acho que funciona muito melhor comer um cara menor que eu. Pode parecer ridículo e boçal, mas a verdade é que me sinto muito mais dono da situação. E no sexo preciso me sentir assim, no comando. Lembro de várias situações semelhantes com caras mais baixos e muito excitantes, e lembro de vários caras grandes com quem me senti um pouco desprivilegiado ou numa situação desconfortável de subjugado. Claro que tem muitas outras coisas envolvidas, e que vários caras altos e grandes eu comi com furor e sensação de domínio, e outros menores que me deixaram acanhado. Mas quero prestar mais atenção a isso daqui pra frente. Homem é bicho besta. Estatura não quer dizer NADA. Acho cafonérrimo que essas construções sociais e conceitos vazios nos dominem. Mas dominam.

   Ele disse que precisava tomar um banho e ir pra casa rápido. As 3 duchas do andar superior estavam ocupadas e eu sugeri que fossemos pra baixo.

   -Nem sei onde tem chuveiro lá embaixo.

   -Eu te mostro.

   Tinham largado algumas necessaires por ali, e eu descolei um sachê de xampu pra gente tomar banho. Ele acabou o banho rápido, falou alguma coisa que não entendi sobre a toalha dele e foi embora se trocar, sem se despedir. Achei tão estranho, sem sentido. Fiquei quase chocado, mas a gente se acostuma a relevar a esquisitice humana. Dei mais uma geral rápida pela sauna toda e resolvi ir embora. Quando estava chegando na região dos armários, encontrei com ele, já vestido, me procurando pra se despedir. Achei muito fofo.

   -Vai ficar por ai ainda? - perguntou

     -Vou indo, me espera e a gente sai junto?

   -Aham.

   Meu armário tinha o sugestivo número 24. Do lado dele um cara se despia. Posso dizer que é EXATAMENTE o tipo de cara que me deixa louco. Dos pés à cabeça, eu olhava e não acreditava que já tinha dito ao Jonas que ia embora. Era gringo o cara, mas não identifiquei a língua. Aliás, não identifiquei porque ele só falava por sinais com o atendente, que tinha dado um chinelo pequeno para ele. Ou seria mudo? Eu me vestia e ele se despia, nos olhávamos e o Jonas nos olhava de longe. O gringo me sorriu e eu quase fui dizer que tinha desistido de ir embora. Seria um papelão, não seria? Que se fodesse, eu deveria ter ficado. Talvez até o Jonas não estivesse realmente me procurando, só pensando em ficar mais um pouco por causa do gringo maravilhoso e inventou essa desculpa. Não podia acreditar em cada peça que me forçava a vestir. Nem em cada parte de corpo que o gringo despia. Caralho, que moleque lindo! E parecia ser simpático também, um pouco tímido. Gosto de homem tímido. Já tinha mais uns caras em volta dele, claro, e o Jonas parecia impaciente. Ou talvez vivenciando a mesma tortura que eu. Era encarar os fatos:

     Perdeu, Yuri, se manda!

   Pagamos nossas contas e saímos. Ele ia tomar um táxi na esquina. Fomos conversando. Não tinha nenhum carro no ponto e ficamos esperando algum livre passar. Me senti feliz de estar com ele ali naquela esquina ensolarada, debaixo duma árvore.

   -Voce é muito bonitinho, sabia?

   -Voce que é um gostoso, todo branquinho - disse alisando meu braço.

   -Gosta de branquinho?

   -Gosto. E você?

   -Gosto também.

   -Eu sou moreno. Gosta de pau preto?

  -Adoro! Rimos. Apareceu um táxi livre, nos despedimos e perguntei como o encontrava no Facebook. Eu o adicionei no mesmo dia e mandei uma mensagem, dizendo que tinha gostado muito de conhecê-lo. Ele me aceitou só dois dias depois. O resto é silêncio.