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sábado, 7 de julho de 2012

Aquela Cara de Cafajeste


   Ansioso, cansado e com um cara na cabeça - foi como cheguei à sauna, por volta das 17h30 duma fria segunda feira. O tal cara é a maior roubada dos últimos tempos - paixão platônica, fadada à platonice eterna - mas não me parece fácil livrar-me desse fantasma. Só de pensar nele, sinto-me estrangular. E o coração disparado. Mesmo agora, enquanto escrevo, a sensação de aperto na garganta me intriga.

   A primeira impressão do "casting" daquela tarde foi desoladora. Entretanto, com paciência, sempre tem aparecido alguém interessante. Quando passo por longos períodos frequentando esses lugares, o sexo vai perdendo grande parte do encanto e, consequentemente, do sentido. Torna-se automático, superficial, depois obsessivo e, finalmente, uma obrigação a ser cumprida.

   O tempo ia passando e naquele dia só apareceu um cara que era realmente bonito: cara de bom moço, um tipo de beleza não muito chamativa, a qual talvez faltasse agressividade, força. Era um homem suave. E inteiro bonito. Eu o perdia de vista facilmente. Muitas vezes o confundi com um garoto de altura e cabelo parecidos. De passagem pelo banheiro do primeiro andar, vi o bonitão parado, conversando com um sujeito - este musculoso e muito tatuado, ostentava uma indisfarçável cara de cafajeste. Foi este último quem mexeu comigo. Passou a mão na minha bunda e soltou uma cantada surrada, preguiçooosa. Eu estava tão concentrado no outro cara, que nem percebi que já conhecia o tal cafajeste - era o Chico, com quem fiquei da vez anterior que havia estado ali. Ri da brincadeira (que se apagou da minha memória rapidamente) e segui reto.

   Um pouco mais tarde, descendo as escadas, cruzei com o bonitão apagado, outra vez acompanhado. Mas desta vez nos olhamos e foi ele quem  falou comigo:

   -Já está descendo?

   -É, ia descendo... - eu disse, dando meia volta.

   -Ainda não é hora de descer! - disse, rindo. O menino que subia conversando com ele, desapareceu nesse instante (ao menos da minha percepção). Subimos ao corredor do primeiro andar. Eu estava flutuando:

   - Qual é o seu nome?

   -Cauã e o seu?

   -Yuri. Quantos anos você tem?

   -Trinta e dois. O meu amigo que gostou de você, né? - disse, apontando.

   Era o Chico que passava por nós (só então o reconheci). "O meu amigo que gostou de você", essa frase ainda ecoava desconfortavelmente na minha cabeça. E se mostrava um péssimo sinal.

   -Vieram juntos? - perguntei.

   -Não, a gente se conheceu aqui. É Victoria's Secret?

   -O que?!

   -Esse hidratante, é Victoria's Secret?,

   -Não... e nem é hidratante... eu não uso - perdi-me sem compreender porque ele falou com tanta certeza que eu usava um hidratante - Tomei banho aqui mesmo... Ou talvez seja o perfume que passei de manhã.

   O Roger apareceu no corredor, passou por nós, me cumprimentando.

   -Seu amigo?

   -É, um conhecido.

   -Se conheceram aqui também?

   -Não, já nos conhecíamos de outros lugares. (pausa - eu o olhava diretamente nos olhos, fascinado por sua beleza austera e elegante) Você é um homem muito bonito - eu disse finalmente,  tocando-lhe o ombro. Ele também me tocou levemente:

   -Obrigado! Bom, vou dar uma volta. A gente se fala... - e saiu com uma piscada de olho.

   Fiquei estático e pensativo por alguns momentos naquele corredor escuro. A luminosidade da porta do grande banheiro chegava até mim, bem como as sombras frenéticas de seus usuários. Era um daqueles momentos em que o tempo fica em suspenso. Despertei quando um garoto me abordou. Foi muito simpático, mas não era definitivamente o tipo de homem que me atrai. Moleque (23 anos), negro de pele clara. Não que fosse horroroso, mas não tinha nada que me interessasse. Em alguns minutos, o Roger veio juntar-se a nós, propondo um ménage e aproveitando pra se esfregar em mim. O nome do garoto é Gabriel, de Salvador. Quando a atenção do Roger voltou-se para o menino, eu me mandei. O carinha veio atrás de mim:

   -Espera! - vinha arfante - Aquele lá é tarado, né? Eu gostei muito de você... Veja aqui - disse, puxando minha mão para o seu pau.

   Notei que estava duro e era gigantesco. Tocá-lo me deixou de pau duro também - e isso me surpreendeu. Ele me puxou para uma cabine, me chupou e beijou. Por mais que fosse super simpático, cheiroso, que me chupasse gostoso e tivesse um pau lindo, eu só pensava em sair dali. Mas ele inventou de pegar um quarto para ficar comigo.

   -Não, bobagem, está bom aqui...

   -Eu quero no quarto! Você merece um quarto.

   -Não, deixa quieto...

  Me puxou pelas escadas e não sossegou enquanto não trocou o seu armário por um quarto. Conversamos um pouco, mais sobre suas atividades profissionais. Na cama, eu o beijava pensando no meu rolinho platônico:

   -Que beijo! Você é uma delícia... Quer me comer?

   -Não... Não estou a fim

   -Por que não?

   -Estou cansado. Vou dar uma volta.

   -Dá seu numero pra mim?

   -Anota... (fiz a burrada de dar o número certo)

   -Se você vai embora, eu vou pro hotel. Não tem mais nada pra fazer aqui. Não quero te ver com outros caras.

   Eu me sinto mal de ficar com alguém só pra ser simpático, de sucumbir a alguém insistente (dramático, no caso), e também de interromper uma transa. Tenho a impressão de ser incapaz de aprender a respeitar meus limites.

   O Chico passava pelo corredor vazio, e parou quando me viu. É um corpo tão lindo! Ele não é tão alto quanto eu me lembrava, talvez 1,85m. E seu rosto é mais pra feio. Parece uma década mais velho do que diz ser e, não sei por quê, não me parece confiável. Aquela carinha de cafajeste. Mas me atrai muito. É másculo, gostoso, simpático, sedutor. Eu me aproximei e entramos num hallzinho escuro. Nos beijamos. O contato com ele me deixa sempre instantaneamente excitado. Virou-se de costas e pediu em sua voz grave e rouca:

   -Chupa o meu cu.

   Deslizei a boca por suas costas, pelo cóccix, pelos glúteos. Reconheci o cuzinho com a ponta da língua. Ele o mantinha, como da outra vez, sempre tenso.

   -Relaxa, deixa eu meter a língua em você.

   -Vamos pro banheiro - sussurrou.

   Me puxava pela mão. Roger e Cauã conversavam e viram quando entramos num dos chuveiros reservados, com porta. Demoramos ali dentro. Nos chupamos de cabo a rabo (literalmente) e eu fodi aquela bunda gostosa outra vez. Ele tinha trazido um envelope de lubrificante, mas mesmo assim foi difícil de penetrar.

   -Fica de quatro pra mim?

  -Aqui vai ser difícil, hein? - disse avaliando o chão, com evidente repulsa.

   Gozei dentro dele e foi muito forte, cheguei a ficar zonzo, com o coração disparado, latejando na garganta, a respiração ofegante - até pensei que fosse ter um troço. Antes de tirar o pau de dentro, esperei que ele gozasse também. Minha camisinha estava cheia, dei-lhe um nó e deixei num canto. Tomamos uma ducha, banhei seu corpo minuciosamente. Como na semana anterior, depois da transa, ele deitou num banco da sauna seca e ficou quieto, aéreo, parecendo amuado. Mais um pouco e fui sentar ao lado da sua cabeça, acariciando seu peito.

   -E aí garotão, aprontando muito? - perguntou como se não me conhecesse.

   -Um pouquinho...

   -Já gozou?

   -Já. Dentro de você.

   -Foi? (pausa) Sabe fazer massagem?

   -Me diga você...

   Ele se virou de bruços e o massageei. Pediu que me concentrasse no ombro esquerdo, sobre o qual teria dormido de mau jeito. Abaixei um pouco a sua toalha e lambi seu cóccix, a lombar. Só de pensar naquela bunda, meu pau fica duro. Deitei sobre seu dorso por alguns minutos e me despedi:

   -Está muito quente aqui.

   O bartender era o moicano gato. Sorriu pra mim quando notou que eu seguia um rapaz bonitinho que passou pelo bar em direção aos armários. Era bem jeitosinho até e o reencontrei lá em cima, no labirinto. Olhava pra mim, sempre esperando que eu me aproximasse. Boa altura, bom corpo, rosto agradável, jovem. Entrou numa cabine sem portas e o segui. Nos tocamos, nos beijamos, mas não rolava, não encaixava. Seu toque era mole, displicente, medroso. A pele, o beijo, o cheiro - nada me seduzia. Deixei-o só, e quando o reencontrava no claro, era outra vez fisgado pela sua beleza comum, pelo seu olhar indefeso. Sempre parado sob um foco de luz, sempre solitário.

   Nos corredores, reapareceu o Chico e me puxou. Estava conversando com um cara que me apresentou como sendo seu primo. É o mesmo grandalhão mortiço também presente na semana anterior, que o Cássio disse ter pau pequeno. Outro corpo lindo e rosto relativamente feio (exceto pelos claríssimos olhos verdes). Tem cara de caipira e seu nome me lembro ser Juliano.

   -Primo, este é o meu marido, conhece?

   -Você casou, primo?

   -Tá aqui, meu marido.

   Pelo que entendi, são de Santa Catarina e moram juntos num apartamento ali perto da sauna. O Chico começou a me beijar e o outro fez-se de horrorizado. Virou-se de costas para nós, com as mãos postas, pedindo a Deus que nos salvasse e iluminasse nosso caminho de perdição. Mais um pouco e ele se foi, ainda rindo, o rosto ruborizado - parecia um pouco envergonhado de verdade.  É decepcionante a ingenuidade que pode esconder um monte de músculos. Chico queria mais massagem. Virou de costas no meio do corredor vazio e abaixou a toalha. Eu o massageei e lambi sua bunda. Entramos numa cabine sem porta, parcamente iluminada, e continuamos nossa "massagem". Não sei estar ao seu lado sem lamber aquela bunda, simplesmente não sei! Agora ele teve uma iluminação repentina:

   -Lembrei de você, da semana passada.

   Falou minha profissão, minha cidade natal, minha idade. Também queria o meu telefone. Descemos e fiquei surpreso por ele saber qual era o meu armário. Disse que me viu chegar. Anotei seu numero na agenda do meu celular e ele se foi. Olhava pra trás e baixava a toalha, mostrando a bunda que eu tanto havia exaltado, como quem dissesse: "Olha o que tem aqui, me liga". Eu ria como otário, hipnotizado por aquele corpo Michelangeliano. Tá na cara que se trata de um sacana, mas dá vontade de revê-lo. Mais tarde, reparei em dois garotos bonitinhos, estavam sempre juntos, conversavam bastante, riam. O de corpo mais bonito, encontrei na sauna seca e sentei-me a sua frente. Pouco depois, veio o Chico e sentou do meu lado, olhando pro guri também, ignorando a minha presença. Parecia uma disputa. Não contente, foi sentar ao lado do garoto, e como este continuava olhando pra mim, cruzou as pernas e pôs-se a olhar em minha direção também. Eu não entendia o que se passava. Não sei se ele estava interessado no garoto, se em mim, se queria disputar o carinha comigo, ou se era só birra, pra atrapalhar o meu rolê. Olhava na minha direção como para um objeto, sem expressão que se comunicasse comigo. Aquilo ia me irritando num crescente desgovernado.

   Desci pro bar e sentei numa poltrona. Já era outro bartender, o único sem graça que vi ali. Um tipo bastante espalhafatoso se aproximou, conversando alto com o atendente, com carregado sotaque nordestino:

   -Opa, que já tem bofe bom por aqui!
 
   Vinha em minha direção e parecia referir-se a mim. Chegou pondo a mão, e só falava merda. Era um homem de uns 50 anos, horroroso, vulgar e sem um pingo de educação. Talvez estivesse drogado. Levantei-me sem palavra, bufando de ódio. Voltei ao primeiro andar e me aproximei dos dois garotos que andavam juntos. Quem sabe? Eu topava os dois! Aquele demônio nordestino teve a mesma ideia e chegou pegando no mais magro dos garotos. Acabou virando uma briga horrorosa, gritaria, troca de palavras nada polidas. "Pronto, acabou a noite", pensei. Dei um tempinho para descer, acuado num dos cantos do labirinto. Não gosto de briga, de confusão gratuita. E o garoto veio pra perto de mim. Usava uma cueca preta e trazia a toalha na mão. Era bem definidinho de corpo, moreno, bonitinho. Entramos numa cabine e nos fechamos. Seu nome é Dagoberto, de Porto Alegre, 23 anos. Está temporariamente em SP e pretende mudar-se pra cá. Nosso entrosamento foi muito bom, fluido. Seu beijo era delicioso, seu cheiro envolvente. Tinha um pau grande, uncut, cujo prepúcio me impressionou pelo tamanho e maciez. Funcionava perfeitamente, expondo a glande inteira, mas quando fechado, mesmo com o pênis totalmente ereto, sobrava muita pele na ponta. Era muito gostoso de chupar.

   -Você curte o que? - perguntou.

   -Sou mais ativo, e você?

   -Também.

   -Mas você dá?

   -Difícil, mas vamos tentar... (pausa) Eu quero.

   Comi, e nem foi muito difícil. Fodi bastante e tirei, cansado. Ele queria me comer agora. Até tentei. Ele pôs a camisinha, lubrificamos bastante com saliva, mas não consegui. Nada, nada...

   -Goza no meu pau? - pediu.

   -Como?

   -Goza no meu pau!

   E foi assim, tocamos uma punheta juntos, gozei sobre o pau dele e em seguida ele também gozou. Depois do banho, nos despedimos friamente, com um aperto de mão.

sábado, 23 de junho de 2012

Curte Levar uns Tapinhas?



   Voltei à sauna, como voltarei muitas mais vezes. Ao Chilli Peppers, aos anônimos bem apessoados, ao paradoxal sexo sem intimidade. Não queria escrever sobre esta tarde - mas escrevo - para fins terapêuticos. Ou por falta do que fazer. Era uma outra segunda-feira e estava um pouco mais vazio que da vez passada. Mas, logo que entrei, vi um corpo bonito na sauna seca. Parecia jovem, tinha uma gigantesca tatuagem, um  escamoso dragão negro que rastejava por seus peitos, ombros e costas. Estava sozinho, imóvel, sentado de cabeça baixa - me olhava pelo canto do olho, sem desviar a cabeça. Olhamo-nos longamente, até que um senhor entrou e o rapaz saiu. Pouco depois, nos reencontramos no térreo - ele completamente nu, se enxugava. Corpo musculoso e liso, de belas proporções e um pau respeitável. Era mestiço com olhos orientais, não tão jovem quanto tinha me parecido na sauna - se não me engano, disse ter 31 anos. Me olhava fixamente, com expressão séria. Saí à piscina por um instante e na volta o segui à sauna a vapor. Agora sentados lado a lado, sozinhos na sauna - e não havia atitude alguma no cara. Muitas vezes olhava para baixo. O rosto não era feio, mas também não daria para dizer que era um homem bonito. Ainda assim, sentia-me muito atraído pela sua figura. Cheguei a apalpar sua coxa e... nada. Apenas tocou seus genitais por alguns segundos. Eu sabia que ele queria que eu me chegasse com mais audácia. Não tenho muita paciência com quem não sabe responder às minhas investidas (quase sempre tímidas). E o vapor já me incomodava os olhos, a respiração. Subi ao labirinto, àquela hora bem fraquinho de personagens interessantes. Parei no único ponto iluminado dos corredores, onde há um aparador, sobre o qual ficam dispostos alguns flyers e um globo de vidro contendo uma infinidade de preservativos. Pus dois envelopes de camisinha presos à minha cintura, na toalha. E lá vinha o japonês, desfilando o corpão pelos corredores. Parecia outra pessoa agora, mais relaxado, confiante. Parou na minha frente e me beijou. Um beijo sutil, delicado, fresco. Minutos depois, estávamos outra vez na sauna seca, agora sozinhos. Ele se acomodou no tablado, meio deitado, meio sentado, e abriu a toalha, oferecendo seu sexo. Seu nome é Diógenes. Queria ir além:


        -Quer dar pra mim?

   -Cara, raramente eu dou... Seu pau é grande, acho que nem rola...

   -Eu quero muito essa bundinha. Dá pra mim? Aqui mesmo! Dá?

   -Aqui?! Nem fodendo!

   -Deixa, vai!

   Enrolei um pouco e o levei para uma das cabines escuras. Entreabriu a porta, queria luz para me assistir chupar seu pau. Fiz com que se virasse de costas pra mim e lambi a bunda musculosa que ele tanto havia regulado na sauna. Acabou me convencendo a tentar. Passei a camisinha pra ele, que foi paciente com a penetração difícil. E mesmo depois de acomodado, não suporto a dor quando a penetração é mais profunda. Não sei qual órgão que o pau do cara pressiona, que me dói demais, é uma sensação esquisita, aflitiva. Mas, no todo, foi divertido. Principalmente quando ele tirava o pau todinho de dentro de mim e voltava até a metade, repetidamente. Tenho como propósito me tornar cada vez mais flexível, foder e ser fodido, como deve ser. Como deve ser... Além das dificuldades físicas, tenho vários outros bloqueios com relação a ser penetrado. Bloqueios com relação a muitas coisas, no sexo e na vida. Deixar-se penetrar, sobretudo no ânus, é um ato de entrega, confiança. Como fantasia, acho muito excitante, mas na real não funciona bem assim. Talvez um dia... Eu gozei e ele também queria:

   -Onde quer que eu goze?

   -No meu peito.
   
   Lambi a porra amarga, como de fumante. Durante o banho, ele foi muito simpático e atencioso. E logo se mandou, alegando um compromisso.

   Já tinha visto ali um cara que eu conhecia de vista, da The Week, e principalmente da 269, onde ele me perseguia e, embora seja muito bonitão, nunca rolou nada. É negro, de cabeça raspada, físico muito bonito. Fazia muito tempo que eu não via esse cara, e ele me pareceu ainda mais gostoso do que eu me lembrava. Chegou junto, com desfaçatez:

    -E aí, bonitão?

   -Opa, tudo bem?

 -Certinho... Vamos pro meu quarto?

   Acabou que fui, né... A gente se beijou e deitei na cama. Ele se ajoelhou na minha frente e começou a vestir a camisinha. Fiquei atônito! Eu tinha acabado de dar, e nunca me passou pela cabeça dar mais de uma vez no mesmo dia, muito menos pra dois caras diferentes. Tocou o celular dele, que pediu desculpas, mas atendeu. Ia vestindo a camisinha, se masturbando, olhando pra mim e conversando com seu cliente. Eu passava meu pé direito pelo seu pau, pelas bolas, pelo períneo. Falava com uma voz bonita, sempre muito másculo e cara-de-pau. Às vezes dava a impressão de estar xavecando o cliente:

   -Sei que seus sócios estão pressionando e que desta vez não vou conseguir te atender a tempo. Mas, olha, estou com água na boca pra fechar um negócio com você.

   Quando desligou, esclareci:

   -Como é seu nome?

   -Patrick.

   -Patrick? Então, Patrick... eu não dou... só muito raramente. Acho que nem vai rolar, entendeu?

   -Sério, cara? Mas vamos tentar! Prometo que vai ser gostoso.

   -Ah... você não curte dar?

   -Tenho cara de quem dá?

   -Tem. Eu acho.

   Sempre achei que ele quisesse me dar. Mas isso é tão difícil de se prever só pelas aparências... O cara ficou indignado com a minha resposta:

   -Tenho cara de passivo?! Porra!!

   -Ah, sei lá...

  -Deixa eu meter gostoso em você? Prometo fazer com muito cuidado, com carinho.

   Meteu. De frente, com minhas pernas pro alto. Doeu bem menos pra entrar que com o outro, mas continuou doendo bastante quando ia fundo. O cara queria bombar, mas não consegui. Pedi pra tirar e ele queria me ver de quatro. Eu não estava excitado, mas assenti. E ele meteu de novo. De quatro foi menos traumático, mas consegui deixar pouco tempo - eu queria sair dali. Disse ter 45 anos, o que me pareceu impressionante: aparenta 35, no máximo. O pau continuava rijo como rocha, o que ele atribuiu à excitação causada por mim.

   -Sei que, pra um ativo, é difícil dar, mas obrigado pela sua gentileza.

   Gentileza... Depois me elogiou, disse que comigo "teria até um caso". Era educado, mas dá um impressão de frieza e egoísmo. Veio a última proposta:

   -Curte a três também?

   -Depende.

   -Estou com um amigo aí. Cara bonito. Só que o pau dele... é o dobro do meu!

   -Eu não vou dar mais por hoje. Ele dá para a gente?

   -Dá. Depois a gente se fala.

   Tomei mais um banho. Me sentia nervoso e precisava comer alguém. Estava parado perto da sala de vídeo (que continua horrorosa), um lugar meio escuro, quando apareceu um sujeito alto, forte, bem na minha frente. Já chegou me alisando e beijando. Pensei que fosse um outro cara em quem eu já havia reparado, também alto e forte ("Some day he'll come along/The man I love/And he'll be big and strong/The man I love..." - Ira Gershwin), tatuado, super bonitão. Mas não era ele, e só descobri isso a caminho do seu quarto. Este parecia chinês, mas falava com carregado sotaque espanhol. Depois soube que é colombiano, Jorge, 28 anos, médico. Feio de rosto, desinteressante de corpo e chatonildo de conversar. Além de ter uns trejeitos de tia suburbana, revirando as mãos e soltando risinhos irritantes. Foi desolador entrar no quarto sabendo que teria de fingir simpatia por alguns minutos. Eu já não estava nos meus melhores dias, e o cara só puxava assuntos que me punham mais pra baixo. E me dava lição de moral! E falava como se entendesse da minha vida melhor que eu! E tentou traçar novas diretrizes para que eu as seguisse! Tudo isso em menos de vinte minutos. Uma pessoa bem sucedida que prega que para vencer, basta ser esforçado, honesto e paciente. E tudo se arranja. Um bosta. Um bosta completo.

   Quando finalmente consegui terminar a conversa (e extrair um diagnóstico de depressão de um dermatologista), ele perguntou, com ares de namoradinha adolescente:

   -Afinal, você nunca me disse: do que você gosta na cama?

   -Sou ativo. Mas hoje já dei pra dois caras - respondi tão friamente como se dissesse que tomei dois copos de água mineral.

    -Credo!

   Claro que a titia ficou horrorizada, porque ainda pensava que ia dar pra mim. Tomei um banho quente e deitei na sauna seca. Fiquei um tempo ali, quietinho, me reorganizando e tentando decidir se ficava ou iria embora. Estava indo olhar as horas no meu celular quando trombei com o Cássio, que tinha conhecido na semana anterior:

   -Olha ele! - gritou.

   Me pareceu bem menos atraente do que eu me lembrava, mas ainda assim, um corpinho bem gostoso. Pelo jeito, ele tem ido quase diariamente à sauna depois de fechar sua loja. Tinha um cara grandão sentado no bar. Bonito até, apesar do excesso de músculos. Parecia um tanto anti-social e com uma perene inexpressividade cadavérica. Masturbava-se por baixo da toalha, sentado na poltrona e de olho no vídeo, com o rosto imóvel, imbecilizado. Levantou-se e cumprimentou o Cássio com a mínima animação a que se permitia. Também bateu no meu ombro amigavelmente e dirigiu-se ao primeiro andar. Cássio disse que o grandão o persegue na balada e que ele ainda não tinha tentado nada porque um amigo o alertou de que o cara tem pau pequeno.
    Vi mais alguns caras interessantes aparecerem. E o funcionário da sauna que eu pegava na 269, me deu umas olhadas bastante curiosas. Percebi que ele se enfiava nuns becos desertos quando me via, imaginei que quisesse que eu me aproximasse. Ele subiu e fui atrás. Estava vistoriando a limpeza de um dos quartos e eu parei bem na porta. Claro que ele não pode fazer nada com um cliente ali (como também não podia na 269). Sorri e ele me media de alto a baixo. Saiu, quase me encoxando, e prosseguiu a vistoria nos outros quartos recém desocupados. Permaneci ali, na frente daquele quarto, quando um cara que já tinha mexido comigo (mais especificamente com o meu mamilo), me abordou. Alto pra caralho! Tatuado pra caralho! Gostoso pra caralho! Chico, tem 29 anos e mora ali perto do Largo do Arouche. Me arrastou pro banheiro, o mesmo que todo mundo disputa no primeiro andar. Tem um rosto interessante, exótico, sem ser exatamente bonito. O corpo é maravilhoso, atlético, ombros e costas largos, músculos na medida certa, definição invejável, tatuagens lindas pelo corpo todo. Pau delicioso também, graúdo, clarinho, macio, cheiroso. Enquanto o chupava, desci às bolas e ao períneo, quando percebi um certo frenesi. Girei seu corpo com a bunda pra mim e lambi. Ele delirava. Me puxou. Sentou no vaso sanitário e ergueu as pernas pro alto.

     -Vem me lamber assim, quero ver você.

   Era um cuzinho delicioso, que ele mantinha sempre tenso e apertado. Quando pedi que relaxasse, alargou-se um pouco, tornando a superfície mais acessível e formando um biquinho suculento.

    -Você gosta de dar? - perguntei.

   -Gosto, gosto de tudo. E você?

   -Geralmente prefiro comer. Quer dar pra mim?

   -Gosta de foder cara grande? Tem essa fantasia?

   -Gosto. Se for você, eu gosto.

   Coloquei-o sobre o vaso, com a bunda pra cima e meti. A altura dele me atrapalhava naquela posição (tenho 1,79m). Pedi que dobrasse as pernas um pouco e ele preferiu sentar no meu pau. Sentei no vaso e ele veio por cima, virado de frente pra mim.

   -Puta cuzinho gostoso!

  -Gostoso é você - disse me estapeando levemente o rosto - curte levar uns tapinhas?

   Eu estava chocado:

   -Essa realmente não é uma das minhas fantasias. Você gosta de bater, é?

   -Gosto, de leve. Mas só se você gostasse. Se não gosta, não tem graça.

   -E de levar uns tapas, você gosta?

   -Não!

   Eu detesto que me batam ou sejam muito dominadores comigo. Quando o cara pede, até pode ser divertido bater sem machucar, de brincadeira. Com esse papo todo, ele parou de se movimentar e meu pau amoleceu. Mas continuamos conversando naquela posição por longos minutos. Depois ainda meti outra vez na posição inicial.

   -Você veio aqui pra levar nessa bundinha gostosa, não foi?

   -Foi...

   Ele respondeu meio a contragosto, pelo que pude perceber. A animação do rapaz foi se esmorecendo, ele foi ficando esquisito. Ele também custa a gozar e eu pedi que gozasse na minha boca.

   -Quer leitinho na boca?

   Foi a minha vez de responder contrariado:

   -Quero...

   Acho tão vulgar essa história de leitinho... Gozou e eu cuspi, apesar de ter gosto agradável. Gozei me masturbando enquanto lambia seu pau que ia amolecendo. Tomamos banho e ele deitou na sauna seca, sozinho e um tanto macambúzio. Depois o vi indo embora com um cara bonitão, pareciam ter vindo juntos.

   Tinha mais dois caras bonitos na casa. Lindos na verdade. O primeiro que eu vi era gringo na certa. Altão, branquelo, pele lisa, físico bonito, rosto de cinema. Gostava de se exibir sem roupa na sauna, mas ninguém podia chegar perto. Parecia antipático e nem insisti. O outro era moleque, aparentava uns 22 anos. Clarinho, cabelo cacheado, castanho claro, corpo bem definido e musculoso, bundinha redonda e arrebitada. É parecidíssimo com um garoto que eu conheço, por quem nutro uma paixonite platônica há alguns meses. O rosto delicado e marcante que parece desenhado a bico de pena, cada traço nanometricamente apurado. Um moço lindo da cabeça aos pés. Num dos ombros e bíceps trazia uma tatuagem bem fechada que lhe caia muito bem, contrastando com a elegância de Semideus. Mantinha o olhar aberto a todos os presentes, mas não o vi se aproximar de ninguém. Por diversas vezes estivemos próximos e ele parecia indeciso. Numa dessas vezes, resolvi segui-lo. Fomos parar atrás do labirinto, na passagem para o cinema, onde ele parou e encostou na parede. Tocou meu peito desajeitadamente. Parecia tímido ou incerto do que fazia por ali. Eu o abracei, beijei a pele macia, segurei a bunda e ele se foi, com um sussurro:  "seu gostoso"

   Foi uma frustração incompatível com meu humor naquele dia. Tomei um suco no bar e fui me vestir. Esse último carinha estava no armário exatamente acima do meu. Vestia-se com uma roupa bonita, de fino acabamento. Pedi licença para pegar minhas coisas e ele afastou as suas da frente. Abaixou as calças, pra passar a camisa por dentro, e saltaram aos meus olhos a bundinha e a "mala", de perfil, discretamente cobertas pela cueca de brancura imaculada. As mãos de príncipe, másculas e elegantes, reabotoaram as calças lentamente e depois ajeitaram os cabelos cacheados diante do espelho. Foi-se antes de mim, em seu caminhar macio e firme, de quem sabe não pertencer àquele universo paralelo.

domingo, 17 de junho de 2012

"As Piriguetes"


   Uma segunda-feira gélida e chuvosa em Higienópolis. Ainda eram 16h quando liguei ao Chilli Pepper Single Hotel para sondar sobre a frequência naquela tarde e informaram que havia 5 homens na casa. Duas semanas antes, a essa hora, não havia vivalma (exceto eu e os pedreiros) e mais tarde tinha ficado bem divertido... resolvi arriscar - também por ter acontecido a parada gay na véspera. Cheguei às 16h40 e já tinha bastante gente. Melhor, tinha muitos homens bonitos - parecia a boa e velha 269 renascida. A própria casa estava funcionando um pouco melhor. O aquecimento por exemplo. Já os chuveiros, jacuzzi e piscina... frios. Os chuveiros até esquentam, mas até que se consiga regular a temperatura, já acabou o banho. Logo que cheguei, tomei banho ao lado de um carinha muito bonitinho. Só tomamos banho juntos - apesar de ambos termos ficado de pau duro. Depois soube que o nome dele é Beto.

   Quando subi à sauna seca, sentei de frente pra um rapaz bonitão. Um homem grande, loiro, de pele muito branca, e olhos verdes. Corpo bonito, rosto idem. Daquele tipo de homem em quem se percebe a educação na postura, no modo de falar, andar, sentar, em como cruza as pernas ou apóia os pés no chão, até na respiração. Eu reparo. Assim com reparei que ele, por baixo de toda a educação, me olhava com muito interesse.

   Eu também fiquei interessado, mas quando vejo muito homem junto, perco o foco e o bom senso, e caio na velha cilada armada pela vaidade: estou sempre à caça "do melhor", "do mais bonito", "do mais disputado". Comportamento pueril e perverso, típico de viciado, para quem não há satisfação possível. Nessa noite eu fiquei por seis horas ali dentro e ficaria muitas mais. O loiro veio atrás de mim. Eu tinha acabado de chegar,  e ainda estava assimilando o tanto de gostosos presentes. Encostei numa parede justamente para olhar pra um cara que parou a poucos metros e me encarava. Era um corpo extraordinário, de capa de revista, também encostado na parede oposta. Me parecia uma visão: alto, bronzeado, atlético, abdome definido, peitoral inchado, estourando. O corpo molhado reluzia naquele corredor. Toda a sua postura e atitude eram bastante arrogantes. O elegante loiro me havia seguido e parou com o corpo quase colado ao meu, insinuante. Mas eu não desgrudava os olhos do outro. Por absoluta idiotice, era neste que eu considerava "certo" investir. Claro que não fiquei indiferente ao loiro, que, além de distinto, era um homem muito bonito. E estava ali, absolutamente entregue. Na  minha menor deixa, veio me beijar. Sabia beijar, era cheiroso, atraente - mas não exatamente sexy. Pelo menos não à primeira vista. E eu o beijava ainda de olho no outro cara, que parecia hipnotizado pelo nosso beijo e algumas vezes fez menção de se aproximar. Mas quem se baseia exageradamente na própria atratividade física, teme ser esnobado. O loiro percebeu a situação. Eu queria  muito que o moreno se juntasse a nós. Chegou a ensaiar uns passos em nossa direção quando viu que o loiro me puxava para uma cabine, mas não veio.

   Nos fechamos na cabine escura e vazia. Claro que eles querem alugar os quartos, portanto não há cuidado algum com as cabines. Não há iluminação, lugar onde sentar, onde guardar suas coisas, sequer um gancho para pendurar as toalhas. Mas pelo que vi, os quartos comuns também deixam a desejar: são cubículos onde mal cabe a cama. O espaço que resta é só para ter como abrir a porta. E mais nada. Ah, sim: tem luz. Pra que chamar de hotel? O "quarto" não tem banheiro, não tem armário, você não pode deixar seus pertences lá e sair à cidade. São centenas de quartos e, pensando que tinha apenas uns 10 alugados naquela noite, me parece um desperdício de espaço. Mas voltemos à cabinezinha. Foi bom, viu? O moço era um gostoso. Chama André, 31 anos, paranaense, mora no Maranhão, onde leciona direito. A transa começou com muito carinho, mas depois que eu meti, ele perdeu a compostura e a coisa ficou quentíssima. Gostava que eu fosse um pouco rude com ele. Às vezes gosto desse papel. Fodi bastante mas não consegui gozar. Ele gozou. Senti nitidamente suas convulsões quase estrangularem o meu pau. Ainda nos beijamos e o chupei outra vez, já flácido e úmido de sêmen fresco.

   Fomos tomar banho juntos mas seu chuveiro não esquentava e ele foi procurar no outro banheiro. Aquele grandalhão moreno parou em frente ao meu chuveiro. Era um puta homem, de virar a cabeça de qualquer um. Reconheci o corpo, a tatuagem, mas o rosto me surpreendeu visto de perto e na claridade do banheiro: bonito pra caralho, parecia um modelo internacional! Me olhava de alto a baixo e deu uma discreta guinada de cabeça, indicando para onde eu deveria ir. Caminhava lentamente sem olhar para trás, dirigindo-se ao escuro. Encostou na parede e eu já estava ali, ao seu lado, ao seu dispor. Era bem essa a sua postura, como se dispusesse de mim, como se me fizesse um favor. Pegou no meu pau, me beijou a boca. Mas nada estava acontecendo entre nós; ele me parecia frio, distante, ensimesmado. Não pude deixar de escapar um patético "Nossa!" quando segurei seu pau.

   -Que?

   -Não, seu pau... como é grosso, né?

   Já estava fadado ao fracasso nosso encontro. Mas aquele pau não deveria ser desprezado. Ao menos para incluir no meu curriculum vitae. O arrastei para outro canto. Agora funciona uma sala de vídeo, bem esquisita, diga-se. É uma sala relativamente grande, mas tem apenas duas ou três poltronas (daquelas reaproveitadas da 269). Ao invés de um telão, são seis ou oito telas agrupadas que exibem o mesmo filme simultaneamente. Não sei como funcionará quando passarem algo que preste naquilo, mas com um filme feio, cheio homem sem graça e luz estourada, estava uma merda. Puxei o grandalhão para uma saleta  à qual só se tem acesso por essa sala de vídeo. Da outra vez que estive lá, era uma sala azulejada de branco, que tinha me parecido uma cozinha. Agora é só uma dark room.

   -Puta cheiro de mijo! - eu disse

   É uma sala esquisita, ainda não entendi bem a planta. Estava com um cheiro forte de urina, como banheiro de boteco de beira de estrada. Realmente eu odeio gente porca. E olha que meu nariz estava super entupido. O melhor era resolver aquilo logo. O cara me encurralou na parede, me beijava e pegava na minha bunda. Fui deslizando minha boca pelo seu corpo e, com muita dificuldade, chupei o cara. Só tinha visto um pau tão grosso uma vez na vida. É desconfortável na boca. Imaginei se ele quisesse me comer. Como era um cara esquisitão, poderia ser uma péssima experiencia. Rodeei seu corpo e fui lamber a bunda. Ele me ergueu e disse que ia dar uma volta. Mesmo sendo uma loucura de bonito, não fez falta.

   Desci à sauna a vapor. Agora, a piscina foi inaugurada. É um espaço bonito, mas piscina gelada naquele frio... quem se habilita? Na sauna, sentadinho no fundo, o garoto bonito que tomou banho ao meu lado quando cheguei. Mais pra magro, mas o corpo é bem gostosinho, harmonioso. Boa altura, pele bronzeadíssima, com uma marca bem definida de sunga, a bundinha bem branca e carnuda. O rosto é lindo, de garoto. Já o tinha visto também na sauna seca, onde conversava com o amigo que veio com ele de Curitiba. Pelo sotaque, pensei que fosse mineiro. Falava de umas festas no Copacabana Palace que ele imagina seletíssima e  que pretende conhecer. Ali, na sauna a vapor, se reacomodou quando sentei perto. Tinha modos bastante másculos e até um pouco sisudos. Ajeitava a toalha para mostrar um pouco o corpo, mas não olhava para mim. Olhava tudo, menos pra mim. E só estávamos nós dois ali dentro (nem considero o tiozão gordo que boiava na jacuzzi iluminada). Apesar disso, era claro que queria que eu me aproximasse. Mas quanta inabilidade... O que fazer? Chegar "chegando", na xinxa? Não me sentia confiante pra isso. Botei o pau meio pra fora e fiquei brincando. Ele fez o mesmo, mas continuava olhando para o ar. Levantei, de pau bem duro (deixei que ele notasse) e fui sentar pra longe da jacuzzi, num nicho perto de um dos chuveiros, um cantinho mais reservado. Ele veio atrás e aí me senti em casa. Fui sentar ao seu lado e nos tocamos finalmente. Seu rosto é um amor: cheio, quadrado, nariz arrebitado, sorriso doce, olhos verdes interrogativos. Beto tem 28 anos. Mostrou-se bem disposto, animado. O pau era pequeno, a pele áspera, dava impressão de arrepio. Nos lambemos e chupamos, nos beijamos e foi só. Na verdade, ele tentou me comer e sem camisinha. Paramos por ali.

   Eu estava animado e cada vez apareciam mais caras diferentes e interessantes. Saindo do banho, ao passar pelo corredor, um cara me deu bola. Moreno, relativamente baixo, belo corpo, barba por fazer, rosto bonito, sexy. Eu ia passando e voltei. Ele também, e parou encostado na porta de um dos quartos. Ramon, se não me engano é nordestino, não lembro de onde, mas mora faz tempo em SP. Estuda radiologia, 33 anos. Era irresistível tocar seus peitos. Imensos, obviamente inchados pelo uso de anabolizantes, e apetitosos. Me encheu de perguntas e eu o beijei. Docemente.

   -Geralmente detesto cheiro de cigarro, mas este cheiro seu, está me matando de tesão.

   -Estou fedendo muito? - perguntou, rindo - É que acabei de fumar.

   De fato era um cheiro muito envolvente. Suave, eu sentia apenas o tabaco adocicado, um aroma extremamente masculino, que me fez lembrar de alguns homens que conheci pela vida. Tentamos uma das cabines, mas estávamos ambos insatisfeitos, principalmente com a falta de luz. Fomos para o banheiro.

   -Não acredito que você tem 38 anos... Você tá bem, hein!

   -Você que é um gostoso.

   -Gostoso é o seu pau. O meu não vai subir, que eu cheirei.

   -Cheirou?

   -Pó - riu.

   -Sei... quero que você me chupe, pedi.

   Ele chupou gostoso. Eu já sentia uma dor no abdome, precisava ejacular. Pus a camisinha e meti naquela bundinha. Demoro pra gozar geralmente, e isso me atrapalha. Ele cansou e tirou meu pau de dentro.

   -Você tomou Viagra? - perguntou.

   -Porque?

   -Seu pau não amolece!

   -Vai amolecer com um gostoso como você? Mas... tá, eu tomei mesmo.

   -Seu safado. Que sorriso lindo que você tem.

   -Você também. Você é todo bonito.

   Ficamos nessa rasgação de seda e não passou disso. Ele não conseguia fazer levantar o pau e eu não conseguia gozar - dois fracassados. Nos separamos, desci ao bar. O barman dessa noite era ainda mais gostoso que o da primeira. Lembrava um pouco o Tuca Andrada, porém bem mais jovem, bem mais magro, bem mais bonito. Alto, cabelo moicano, cavanhaque, charmoso, gestual sexy. Eu teria trocado qualquer cliente da sauna por ele. Teria trocado qualquer habitante de SP por ele naquela noite. O Beto também teria. Ficou boa parte da noite azarando o rapaz, que se portou com muito profissionalismo. Foi simpático, mas manteve a distância do cliente. Sobre o Beto, percebi que ele mais gosta de falar, só o via conversando, com vários caras diferentes. Quando estava subindo a escada outra vez, cruzei no meio dela com um funcionário da sauna, ex funcionário da 269, com quem eu transei algumas vezes. Pela forma como me olhou quando nos cruzamos, tive certeza de que ele se lembra de mim tão bem quanto eu dele. Continua gostosinho. Passei por ele e me voltei sorrindo. Ele é um puta safado, pegava quartos da sauna e se enfiava lá dentro comigo. Nem tenho certeza se ele é funcionário ou sócio. Lá em cima, passando pela região das cabines, vi uma que estava aberta, e dentro dela, um rapaz completamente nu, esperava. É escuro por ali, mas no corredorzinho tem luz, e reconheci o cara. É bonito, corpo lindo, forte, tatuado. Rosto interessante, bastante incomum, cabelos castanhos na altura dos ombros, levemente ondulados e um tanto armados. Um cara esquivo, de semblante fechado. Agora parecia tão desprotegido, olhando para o teto, sozinho. E nu. Fui chegando lentamente, ele me notou. Quando cheguei à porta da cabine, moveu-se para o fundo, para me dar espaço pra entrar. Fechei a porta e agora eram só o tato e o olfato nossas únicas possibilidades. Ele pouco se movia. Um corpo firme, bom de segurar, de apertar. E um cacete gigante. Eu o tocava e ele quase não respondia a nenhum estímulo. Apenas, às vezes, virava o rosto para beijar minha boca. Apalpei a bunda musculosa e percebi que ele estava lubrificado. Quando tentei afastá-lo da parede, para que virasse o corpo para mim, pegou sua toalha e saiu da cabine. Foi tão brusca a quebra de ação que me desestabilizou. Peguei minha toalha também e saí, como se nada houvesse acontecido. Ele estava parado no corredor iluminado. A impressão que dava, pelo modo como parava e me olhava, era de que tinha repensado e queria voltar. Mas cadê paciência? Pouco depois, no chuveiro, ele veio encostar o cacetão em mim, fazendo-se de descuidado. Talvez eu não tenha entendido que desde o início ele queria algo sim, mas com platéia. Preferi ignorar.

   Passei na sauna seca (ela tem duas saídas, funciona como um corredor, que liga o banheiro do primeiro andar à ala das cabines) e vi um garoto loiro sentado. Lindo, jovem. Depois cruzei com ele várias vezes nos corredores. Não conseguia perceber se ele me olhava com interesse ou por algum outro motivo. Mexia com alguns caras com bastante desenvoltura. Alto, ombros largos, cabelos bem claros com corte militar. Um molecote, mas cada vez que passava por ele, me sentia hipnotizado. Até que... olhou com mais firmeza, e voltou. Eu já o esperava. Esperava seu abraço, seu corpo molhado, seu beijo. Não houve papo algum: foi exemplarmente direto. O beijo que envolve; e se envolve. Logo segurou meu pau e eu já estava arfante de pensar em comer aquela bunda. Assim que alguém parou por ali para prestar atenção em nós, agachou e tirou meu pau pra fora. Percebi que ele gostava de se exibir naquela situação. Um coroa alto, de óculos, pôs o pau pra fora e ele chupou jundo do meu. O coroa queria me tocar e eu não me sentia à vontade. Não me atraia e eu queria o moleque só pra mim. Sem cortar o clima com o garoto, consegui afastar o coroa e os demais em nossa volta. Pus o menino de costas e lambi sua bunda, ali mesmo no corredor. É muito difícil de se ver uma bunda como aquela. Nem lembro de já ter visto outra igual. Uma bunda de estátua, mármore precisamente polido. O arrastei para uma cabine. Ali as cabines dão acesso para o labirinto, por uma abertura larga. Felizmente ninguém veio nos perturbar enquanto eu o fodia. Virei seu rosto para trás, seu beijo era delicioso.

   -Eu nunca vi uma bunda como a sua, que coisa linda...

   Ele gozou. Eu precisava gozar, era urgente. E nada! Mas que cuzinho delicioso, e que tesão eu sentia desprender-se do garoto. Manuel é o seu nome. E foi praticamente a única informação que trocamos: nossos nomes. Depois de ter gozado, ele veio me chupar, queria me fazer gozar. Custou, eu já ia ficando preocupado. Estava sempre no quase. Quase, quase, mas não concluía. Felizmente consegui. Ele conseguiu. Foi um gozo longo, farto, inteiro engolido pelo Manuel. Tomamos banho juntos, em silêncio. Eu queria continuar com ele, mas tornou-se um mal estar. Algumas vezes, quando o encontrei depois disso, tentei sorrir, esbocei um carinho, um olhar cúmplice. Não o sentia aberto para uma outra aproximação.

   Quem voltou foi o Ramon, e acompanhado. Já tinha reparado no Cássio, moço bonito, todo lisinho, clarinho, macio, corpo perfeito e cara de moleque. Eles se beijavam no corredor dos quartos e o Cássio interrompia pra falar de mim, me apontava, cochichavam, até que se aproximaram. Tinha um clima divertido entre eles.

   -Este é o meu amiguinho Cássio. Como é seu nome mesmo?

   -Yuri.

   -Yuri! Ele gostou de você. Não é bonito o Cássio?

   -Lindo, uma graça.

   -Pára! Assim eu fico mais deprimido. Se eu fosse lindo mesmo, não estaria na sauna.

   -O Cássio precisa dar pra alguém.

   -Estamos aí...

   -Ah não, vai! Não oferece no meu lugar! Você é bonito, mas não é assim também. O Ramon tá viajando.

   -Ele tá desiludido, Yuri. Veio ontem aqui, conheceu um cara...

   -Eu me envolvi emocionalmente.

   -Oh, tadinho.

   Os dois estavam meio drogados. Mexiam com todos os caras bonitões que apareciam. Um deles chamava Gustavo. Um corpo muito chamativo, uma tatuagem linda, gostosíssimo. Demos boas risadas. O Ramon fez o Cássio me mostrar a bundinha, que era linda. Ele tem 22 anos, baiano de Salvador. Mora em SP faz tempo, mas ainda tem um pouco de sotaque. Depois passaram o foco pro meu pau.

   -Olha isto, te disse que ele tem picão.

   -Olha, ele tem mesmo.

   -Eu te disse, eu dei pra ele já.

   Pegaram no meu pau, me beijaram, tudo no meio dum corredor, mas senti que não iria adiante. Resolvi descer, quase decidido a ir embora. No alto da escada, estava parado um dos caras com quem eles tinham mexido. Corpaço, um tipo bem interessante. Desci e olhei pra cima, ele também tinha virado e me olhava. Voltei e o abordei com rara cara-de-pau. Silvio, 30 anos, também baiano (de Vitória da Conquista), morando no Rio. Estava parado ali fazia tempo, observando, um pouco chocado com o esquema da casa.

   -É estranho isto aqui.

   -Estranho como?

   -Não sei... tudo. No nordeste é diferente um lugar como este.

   -Mas no Rio é igual, não é?

  -É. Deve ser, nunca fui. Namorei muitos anos, agora que estou solteiro.

   -E o que você estranha aqui?

   -Tudo. A arquitetura. No nordeste são casa luxuosas, elegantes. Aqui é tudo tão...

   -Frio?

   -Não sei.

   -Que perfume você está usando? Tem cheiro de pitangas...

   Ele parecia um pouco blasé, sempre encostado. Eu o beijava quando "as piriguetes" Ramon e Cássio interromperam. Mais um pouco e estavam comparando meu pau com o do Silvio (favoravelmente a ele, um pau delicioso). Os dois tanto fizeram que logo tinha uma roda em torno. Ramon convenceu o Cássio a dar pra mim e ele queria ali, no topo da escada. A mureta é baixa e tem um fosso altíssimo, fiquei com medo. Morro de medo de altura. Lembrei do judeu que morreu numa queda na 269. Cássio tirou a toalha, pus a camisinha e tentei meter, mas ele não deixava. Outro cara tentou também e eu fiquei nervoso com a irresponsabilidade dos caras diante daquele abismo. Eu tentava conter os corpos do Silvio e do Cássio com meu braço. Eles não paravam de fazer piada e rir, mexendo com todo mundo que aparecia. Uns caras nada a ver se aproximaram, um deles veio chupar meu pau. Silvio, Ramon e Cássio me deixaram ali, com os estranhos. Pouco depois, voltou apenas o Ramon, dizendo que um tal Gustavo tinha me achado lindo e queria me conhecer. Chamou o cara e ele ficou tímido, negou, disse que queria só conversar. Já estava na minha hora e o chamei para vir comigo. Me enfiei com ele num banheiro e tirei a toalha. Ele ficou chocado:

   -Não cara, só quero conversar. Você não deveria ser assim, ficar com esses meninos malucos. Você é um cara bonito, educado, tem que saber se valorizar.

   As piriguetes bateram na porta e foram entrando. Fingiram recato, disseram que não queriam incomodar. Gustavo disse que entrassem, que eu estava "me achando" demais, querendo seduzi-lo e ele estava se sentindo humilhado. Os dois saíram e conversei mais um pouco com o Gustavo. Parecia um bom menino e muito gostoso. Mas eu não teria tempo para tanta enrolação. Na saída, as piriguetes estavam no banheiro com o Sílvio. Este tentava mijar.

   -Quer que eu segure pra você? - perguntei.

   -Daí que eu não consigo mesmo!

   Dei um beijo na boca de cada um dos três e fui embora. Na próxima segunda, eu volto.

terça-feira, 20 de março de 2012

Três Bocas, Seis Mãos


   Eu já estava no dark da For Friends, nem tão dark assim às 16h. Reparei que o único cara interessante àquela hora na casa estava por ali, tentando se fazer notar e me atrair para a salinha do fundo. Minutos antes, tínhamos nos sentado frente a frente, sozinhos na sala de vídeo próxima aos banheiros. Ele se masturbava, sacudia o pau pro meu lado, sem jamais estabelecer contato visual. Agora, na penumbra, parecia bem mais mais à vontade e o segui à sala a que se dirigia. Há uma cama turca enterrada atrás duma parede, banhada da luz leve e duma pequena veneziana de alumínio. Sentamos lado a lado, os corpos colados.

   -E aí..., balbuciou.

   Seu rosto me parecia outro agora, repulsivo, uma cara de pinguço que me fez pensar em abandoná-lo. Mas era um corpo tão extraordinário que esperei mais um pouco (podia ser - e era - uma distorção da pouca luz do ambiente). Depois soube que seu nome é Diego (não perguntei sua idade, mas certamente pouco mais de vinte anos), moreno claro, aproximadamente 1,80m, corpo depilado de perfeito equilíbrio, musculoso na medida certa: costas largas, quadris estreitos, bunda redondinha, máscula. Um corpo sólido, feito de músculos arredondados sob a pele fina. Tatuagens interessantes, sobretudo uma grande no quadril esquerdo, com listras horizontais (talvez um recorte de uma bandeira - não me atentei ao motivo em si). Cheirava bem, suave, adocicado como leite fervido. Transbordava juventude e masculinidade.

   Toquei seu peito, os pequenos mamilos castanhos eriçados. Abriu uma fresta na toalha e masturbava o pau flácido, que me pareceu, por alguns instantes, tão insignificante. Cheguei a pensar que fosse um outro cara, mas em segundos inflou-se, e agora me surpreendia por ser bem maior e mais bonito do que tinha me parecido antes, na sala de vídeo. Masturbava-se empurrando o pau para baixo, apontando para os próprios joelhos. As veias corriam grossas por seus braços viris, chegando ao dorso das mãos. Bonitas mãos de dedos largos e movimentos instigantes; acarinhavam, protegida pela pele clara e elástica do prepúcio, a glande avermelhada e lustrosa. Os pelos púbicos cortados rente, faziam um sombreado de desenho atordoante. Segurei firme. Ele verificou que não tinha ninguém se aproximando e, só então, segurou o meu também. Eu me sentia hipnotizado, precisava dele, do corpo, do pau. Nos beijamos e ele forçou minha cabeça pra baixo. Nada menos cortês! Apareceu gente pra espiar e ele saiu.

   Quando desci, reparei em dois outros caras: um mais aloirado, alto, rosto muito bonito, cheinho de corpo mas bem gostoso; o outro era garoto, estatura mediana, magro mas com tudo no lugar certinho; uma cara linda também. O primeiro me ignorou até que eu enjoasse de segui-lo. Andava com um celular, apesar de ser proibido dentro de qualquer estabelecimento desse tipo. Já garotinho fazia a linha sonso: como se não soubesse onde estava, nem porque - como se estivesse ali por acaso. Entrou na sauna do andar superior e fui atrás. Sentou ao lado de um gorducho e eu ao seu lado. Mas o vapor saía bem de onde encostei a perna e não suportei ficar ali por muito tempo, estava me queimando. Da outra vez em que o encontrei na sauna, sentei bem ao seu lado e ele fingia que não me via, olhava pro teto, brincando com o próprio pau. Quando toquei seu peito, fingiu um susto. Assim fica puxado! Mas achei que valia a pena encarar toda essa dissimulação. O chamei pro banheiro e ele veio. Era muito bonito, lembra muito um dos professores da minha academia. Chama Victor, 26 anos (aparenta 20). O pau era fino e não muito grande, na bunda tinha gosto de lubrificante. Não beijava e não queria conversar - quase não fazia nada, comportamento que só confirmava a impressão inicial que tive, seu jeitinho de menino mimado, metidinho, autocentrado. Um intrometido sem noção pendurou-se na cabine contígua para nos espiar. Apareceu sua cabeça lá em cima e eu pedi que nos deixasse em paz. Claro que isso cortou o clima. Clima que poderia ter se estabelecido, supostamente - porque não havia quase nada.

   -Vou tomar uma ducha.

   Depois disso, Victor me cumprimentava efusivamente toda vez em que nos cruzassemos. Logo foi embora.  Voltei ao dark e o moreno Diego estava na mesma sala em que estivemos juntos, agora com o loiro bonito do celular. Este estava de quatro na cama e o Diego por trás, de pé, batia na sua bunda com o pau e a palma da mão. Quando apareci, ele parou tudo e ficou olhando pra mim. Eu não sabia se o incomodava, ou se ele queria que me juntasse a eles. Nos olhavamos nos olhos, mas a pouca luz me impedia de discernir sua expressão. Seu corpo me impressionava muito ainda. O loiro continuava impassível, esperava com a bunda redonda pra cima. Entrou atrás de mim um velho esquisito, bem bagaceiro, e foi pra perto deles. O Diego simplesmente abandonou o cara naquela posição e se mandou com sua toalha na mão. Eu desci também e fui para a sauna seca. Estava vazia. Mal sentei no tablado, o Diego entrou e sentou bem perto de mim, um degrau acima. Masturbava-se e tocou meu rosto com delicadeza. Talvez tenha entendido que forçando não ia rolar. Senti na boca seu pau macio. Lembro que tentei levantar suas pernas pra lamber o cuzinho dele, mas não deixou. Ali, sob uma luz bem mais clara, era bonito seu rosto de garoto. Tudo nele me despertava desejo. Levantou-se e foi até a porta verificar se tinha alguém do lado de fora. Voltou, abaixou e me chupou.

   -Cara, vamos subir pro banheiro? - sugeri.

   -Vamos lá.

   Eu sabia que ele não ia me dar, tão pouco eu pensava em dar pra ele, mas ali no reservado, deixou que eu lambesse sua bunda todinha, e me chupou o pau com propriedade. Seu beijo era delicioso.

   Eu estava agachado:

   -Assim eu gozo...

   -Quer gozar?

   -Vem aqui - disse, me erguendo - Olha pra mim, que eu já to gozando.

   Olhei pro seu pau, esperando a ejaculação, mas ele puxou meu queixo, queria que eu olhasse sua expressão:

   -Olha pra mim, to gozando.

   Não vi nada de especial em sua face, mas achei lindo aquilo de ele querer compartilhar o seu prazer, seu gozo. E ele gozou bastante.

   Fui pegar um sabonete pra tomar outro banho e percebi que o cara do armário ao lado do meu tinha um comportamento estranho. Cheguei a voltar pra verificar se tinha trancado a fechadura. Passando pelo banheiro da piscina, outro cara me interessou. Rosto conhecido, não lembrava de onde. Bem alto (1,96m), magro, ombros e costas largos, loiro escuro, rosto marcante, muito bonito. Voltando ao dark, o encontrei. Ele estava sozinho numa das salas e eu parei no batente da porta. Fez que ia passar lentamente, olhando pra mim. Parou ali, no outro batente, colado a mim, o largo peitoral me enchia os olhos. Nos tocamos e houve o beijo. Bom pra caralho. Ele me chamou pro banheiro. No caminho, lembrei que já havíamos ficado, ali mesmo na FF, alguns meses atrás. Nosso primeiro encontro tinha sido muito bom. Pelo menos até a penetração, quando houve um "acidente". Digamos que ele não tinha feito o "dever de casa", não tinha se preparado pra ser penetrado. Eu não lido nada bem com esse tipo de situação. Mas claro que devia ter sido realmente um acidente e isso não se repetiria. Ou não?

   Além de ser um homem muito bonito e charmoso, tem um pau fantástico e gosta de sacanagem. Seu nome é Fernando, 43 anos, chef de cozinha e professor universitário. Trocamos sexo oral e eu quis meter. Eu estava ansioso. Estávamos em pé e ele é muito mais alto que eu. A posição em que ficava pra que eu pudesse come-lo, forçava seus quadríceps e ele tinha de levantar algumas vezes para descansar. Só relaxei depois que ele gozou. Perguntei se podia continuar até gozar e ele assentiu. Relaxado, agora eu podia curtir aqueles momentos e minha excitação só crescia. Massageava suas costas largas e musculosas, a cintura, a nuca. Puxava sua cabeça pro lado e beijava sua boca. Pude, então, desfrutar inteiramente da sua companhia, da sua beleza. E gozei loucamente. Precavido, tirei a camisinha e joguei sem olhar, sem respirar... fomos tomar um banho.

   Já era noite e apareceu um cara muito bonito na sauna. Jovem, boa altura, corpo inacreditavelmente perfeito, uma argola na orelha, cara bonitinha. Não me deu bola. Deitei numa espreguiçadeira da piscina e notei outro cara que passava por ali muitas vezes. Não exatamente bonito, um pouco fora de forma, um visual um pouco "desarrumado" demais, mas ainda assim me atraiu muito. Loiro, olhos bem verdes, usava óculos, estatura mediana, barba por fazer, pelos no tórax. Másculo, sério, quase carrancudo. Entrou na sala do saco de pancadas e eu fui lá. Andei em sua direção sem qualquer constrangimento e ao alcança-lo nos tocamos com simplicidade. Cheirava bem, hálito irrepreensível, pele macia. Há um tipo de maca de massagem nessa sala e eu me sentei nela. Ele me fez um dos melhores boquetes que já recebi na vida. Demorou-se, curtia meu cacete, fazia com tanto prazer que me senti lisonjeado.

   Um cara que me persegue todas as vezes que vou à sauna, parou perto, bem ao nosso lado, e alisou o peito do cara que me chupava. Olhava pra mim e eu o evitava. Saiu em seguida. O Fernando fez a mesma coisa, parou no mesmo lugar e pôs o pauzão pra fora. Eu o masturbei. Ele sugeriu que fôssemos os três para um quarto. Enquanto o Fernando pedia a chave na recepção, nós subimos. O carinha de óculos chama Alexandre, tem um sotaque que eu não distingui de onde e parecia um pouco tímido inicialmente. Nos beijamos no hall de distribuição dos quartos. Confessei que preferia ficar só com ele.

   Três homens nus num quarto estranho
   Três paus duros
   Três corpos úmidos e tensos
   Três bocas, seis mãos
   Três almas solitárias unidas por um desejo

   O clássico beijo triplo. Claro que o Alexandre era a novidade ali, e quem recebia a maior parte das nossas atenções. Fernando ajoelhou e chupou nosso paus. Reparei que o Alexandre tinha um pau bem grande e até mais grosso que o do Fernando. Era fascinante ver nossos paus juntos, engolidos por um homem tão bonito. A luz do quarto era bacana, criava um clima agradável e íntimo. Fernando ora engolia ambos os paus, ora chupava cada um isoladamente, com visível volúpia. Era delicado o beijo entre mim e o Alexandre, suave. Depois foi minha vez de chupar os dois ao mesmo tempo. Sentei na cama. Essa é um prática que me excita muito em fantasia ou num filme erótico, mas nas poucas vezes que me aconteceu realizar, não tinha curtido de verdade. Desta vez foi uma delícia! Os dois paus combinavam, eram lindos, grandes, cheirosos. Seus donos também eram atraentes, o clima era muito sedutor. Me dava tesão sentir o gosto de cada um, esfrega-los um no outro, abocanhar as duas cabeçonas ao mesmo tempo. Posso dizer que foi a realização de uma fantasia. E me refestelei. Subi na cama, em pé, e ofereci meu pau pra que eles chupassem juntos. Não sei dizer o que era melhor: a sensação de duas bocas me engolindo ou a visão de dois homens disputando meu pau. Eles se beijavam e chupavam meu pau com tesão e carinho.

   Deitei na cama. Simultaneamente, Fernando me beijava a boca e o Alexandre me chupava. Percebi que ele não chupou o Fernando nenhuma vez. Eles estavam muito excitados, e eu também. Agora o Alexandre estava comendo o Fernando que me beijava. Quis ver a penetração por trás: ângulo de filme pornô. É uma loucura olhar tão de perto e ao vivo um pau gigante dentro duma bunda, todos os sentidos se aguçam diante dum ato tão íntimo e pouco presenciado. Você ouve a fricção dos corpos, sente o calor, a textura das peles.

   -Safado, foi olhar por trás ele comendo meu cu!

   -É bonito, vocês são lindos...

   -Quero vocês dois dentro de mim agora, topa?

   -Deita lá, disse Alexandre.

   Eu deitei, pus a camisinha, lubrificante e o Alexandre continuava ordenando com surpreendente vigor:

   -Senta no pau dele.

   O Fernando sentou, virado de frente pra mim, deixando a bunda exposta pro Alexandre meter. Ficou muuuito apertado! Eram dois paus grossos dentro do cara, um deles, exageradamente grosso. O meu pau escapou depois de algum tempo e o Alexandre continuou fodendo, em cima de mim. Fernando urrava. Pararam tudo de repente:

   -Opa... deu um problema aqui (pausa) Ih, merda!

   As duas camisinhas foram removidas e jogadas longe. Eu continuei deitado como um imbecil, tentando disfarçar minha náusea. Não lido nada bem com essa situação. 

   A despeito do incidente, o Alexandre estava excitado ainda e achou que eu ia dar pra ele.

   -Ah, eu não curto, cara. E seu pau é muito grande. Você não gosta de dar?

   -Muito pouco.

   Ergueu minhas pernas e pôs o pau na minha bunda. Ficou tentando ,mas era impossível. Eu estava disposto a continuar na brincadeira, sabendo que nada aconteceria. Ele me olhava nos olhos bem de perto, com expressão séria (tinha tirado os óculos). Tentou meter e uma dor aguda e terrível me tomou.

    -Calma ae, cara!

   Afastei-o pelo abdome. Os três em suspense esperávamos a dor acalmar. Fernando assistia a tudo de perto, ajoelhado no chão ao lado da cama.
 
   -Põe a camisinha então, pedi.

   Ele pôs e o Fernando nos lubrificou. Chegou a entrar alguns milímetros, mas doía demais. Finalmente compreendeu que não ia rolar e gozou se masturbando com um dedo dentro de mim. Gozei também. Eu só pensava em tomar um banho e ir pra casa.

   -Tesão você comendo ele - disse Fernando com sorriso de garoto diante de um brinquedo novo.

   Descemos e nos trocamos. Fernando saiu primeiro, sem se despedir. Eu terminei de me vestir, peguei minhas coisas e dei um beijo na cabeça do Alexandre que, sentado num banco, calçava seus tênis. Na recepção minha conta estava R$80,00 mais cara. Alguém usou o número da minha chave para encher a cara de vodca no bar. Certeza de que foi o cara que estava rondando meu armário. O Alexandre me deu uma força pra convencer o cara da recepção de que não tinha sido eu. Ele ligou pro bar, deu um esporro no atendente e confiou na minha palavra com muita educação. Esperei um pouco o Alexandre acertar sua conta, mas estava demorando, e me despedi com uma piscada de olho. Garoava.