quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Ativão Heteronormativo

Junho de 2023, voltei a SP depois de 4 meses para uma consulta médica. Agora tenho quase certeza de que meus problemas de ereção têm origem na apneia do sono, doença lenta e silenciosa (ao menos para o paciente, porque geralmente vem associada ao ronco) que vai destruindo todo o organismo. Infelizmente é muito comum e pouco se fala nas suas consequências. Talvez não haja uma campanha séria de conscientização desses males porque os tratamentos são bem caros e difíceis. Depois da consulta e de resolver algumas outras pendências, além de me endividar um tantinho mais com compras, fui, como de costume, ao Cabine's Bar. Era sexta feira e agora está bem claro que está decaindo bastante a frequência. Estava fraco, e não houve nenhum momento de pico. Calculo que havia sempre entre 20 e 35 caras em média. Cheguei às 17h30, ainda sob o sol de inverno, e logo um rapaz se aproximou insinuante. Eu já tinha observado todo o elenco disponível e saquei que ele era o único razoável por enquanto. Cumprimentou e puxou papo. Estávamos encostados na janela do corredor das cabines. É do Matogrosso e está por aqui fazendo um curso. Logo me beijou, inicialmente o encaixe não estava rolando, mas depois acertamos e o beijo ficou ótimo. O papo era um infinito clichê do gay classe média do interior misturado com aquela conversinha iludida de coach motivacional neoliberal. Pavoroso. Mas ele era bonitinho, cheiroso e a sua boca tornou-se simplesmente deliciosa. Entramos numa cabine. Fazia dois meses  que não beijava uma boca, e o último beijo tinha sido algo decepcionante. Agora a coisa fluía lindamente, nossas bocas se engoliam mutuamente e eu flutuava de prazer. Tinha tomado um Viagra, mas o efeito é fraco para mim hoje em dia, sobretudo na dosagem que tomei, então minha ereção estava bastante inconsistente, mas o garoto não se incomodava com isso e achei essa atitude excitante e, de certa forma, nobre da parte dele. Não precisava de um pau duraço para que ele estivesse entregue e excitado comigo. Ficamos ali bastante tempo e rolou de tudo um pouco, depois sentamos no bar para conversar. Ali compreendi, não sem tristeza, que o buraco era mais fundo, tratava-se de um bolsomínion, insensível e ignorante sobre o Brasil, sem condição alguma de análise sobre a política e o mundo como ele é  para a maioria fora da sua bolha narcisista. Mas minha carência e tesão eram tão avassaladores que relevei até esse caráter, duvidoso para dizer o mínimo. Observamos um garoto bem gatinho no bar e fomos atrás dele, mas não conseguimos nada, pois o garoto era esquisito, pegava na gente com a mão mole, sem tônus, sem interesse e depois fugia. Eu tenho nervoso de gente assim. Mas o "meu" boyzinho matogrossense encontrou outro carinha bem mais animado, ficaram se pegando no corredor que dá acesso ao dark e me aproximei. Em segundos já estávamos nos beijando a três e foi muito bom. Chegou um cabeludinho gostoso que está sempre por lá e se enfiou no meio, ficamos os quatro nos pegando no corredor estreito. Eu morro de tesão no cabeludo. Ele é  bem bonito, tem um corpo tesudo, bemdefinido, peito peludo e um pau maravilhoso. A gente sempre acaba se esbarrando junto com outros caras e eu tiro umas casquinha, mas ele não se interessa muito por mim. Fomos para uma salinha que não é  muito movimentada e foi maravilhoso, chupei o cacete do cabeludo junto com os dois carinhas e um monte de caras em volta. O garoto do matogrosso adorou minha boca e meu pau, preferiu até ao do cabeludo. Depois continuamos andando juntos, pegamos mais um cara numa cabine. Era careca, olhos verdes, parrudão e muito animado. Chupava e beijava com muita energia, muito fofo, apesar de estar com a pele oleosa e suada. Depois entramos no dark e um cara veio pegar na minha bunda enquanto eu beijava o boy, toquei uma punheta e gozei loucamente.  O boy mato-grossense ficou bravo, disse que era pra ter gozado dentro dele. Eu estava me divertindo, fazia anos que não me sentia tão aberto à  pura sacanagem, o que se chama propriamente putaria. Voltamos à  salinha mais calma e o garoto se aproximou de um coroa muito bonito. Tinha mais de 50 mas jeito de garotão,  corpo incrível e um senhor pau. Fazia o gênero ativão heteronormativo, mas curtiu muito meu dedo no cuzinho.  E me beijava deliciosamente.  Beijamos a três,  chupamos o pau do coroa juntos, passei meu pau no cu dele, a putaria continuava comendo solta. Acho que se eu não tivesse gozado e meu pau estivesse um pouco mais duro, teria conseguido comer o coroa. Seu corpo era sensacional, a bunda perfeita e o cuzinho tava aceitando dois dedos numa boa. Paulo, o nome dele. Fui fazer um bochecho no banheiro e ele estava na pia ao lado, lavando o rosto. Fiquei surpreso ao vê-lo no claro: bonito, hein! Até  olho verde você têm! Pedi seu WhatsApp,  ele preferiu me adicionar, para nunca mandar sequer um oi. Já  o boyzinho do Mato Grosso me seguiu no Instagram e nos falamos eventualmente. 

Os Encantos dos Meus Dedos

Há algumas semanas, voltei a São Paulo.  Precisava muito sair, mesmo sem grana, mesmo sem ânimo, mesmo sem ter muito o que fazer. Assisti no shopping Frei Caneca ao documentário Elis & Tom - Só Tinha de Ser com Você e chorei pra caralho. A beleza e o talento me comovem. Caminhei até a Roosevelt e não vi um único conhecido. Os anos se passaram. No Sesc Anchieta estava rolando uma estreia de peça da Christiane Jatahy,  muito burburinho,  também não vi nenhum conhecido, exceto Dr. Dráuzio Varela e Regina Braga (que conheço só de vista), sempre adoráveis. Desisti de ver a peça por conta do horário e fui ao Dédalos Bar. Estava lotado como da última vez e tão agitado quanto. Mas não era um clima muito agradável para mim. Talvez o problema fosse eu, cansadissimo,  provavelmente deprimido e brocha. Até tinha tomado a dose de Viagra,  mas tomei errado, umas 3h antes de chegar ao local.  O calor era asfixiante em alguns pontos da casa, e ver os caras se pegando em qualquer lugar, como cachorros no cio, me pareceu um tanto grosseiro. Talez até  porque ninguém estava lá muito interessado em mim. A todo momento eu pensava que deveria ter ido ao Cabine's.  Tinha um rapaz muito bonito que parecia tímido ou retraído. Estava de bermuda, sem camisa (a maioria fica sem camisa, de jockstrap ou pelado mesmo). Corpo lindíssimo,  com uma tatuagem que traçava uma linha em torno dos seus ombros, peito e costas, alguns pelos no peito, barba dourada, olhos verdes, rosto muito interessante. Era um gato, lembrava um guerreiro romano de alguma superprodução hollywoodiana dos anos 60,  mas se esgueirava pelos cantos sem deixar que ninguém se aproximasse. Entrou numa salinha vazia e olhou para mim, desabotoou a bermuda e tirou o pau mole pra fora. Fui me aproximando e lambi seu mamilo protuberante. Pegou no meu pau sobre a bermuda e, logo que entendeu que seria difícil uma ereção, foi-se. É terrível ser desprezado porque seu pau está mole. E é até compreensível. E  terrível justamente por ser compreensível. O resto de autoestima que ainda preservava foi-se com o gato. Música alta me desnorteia. Tinha vários caras bonitos, atraentes. Tem um corredor com uma espécie de nicho com um colchão.  Sobre ele, um corpo deslumbrante na posição de quatro chupava um cara magrelo. A bundinha bem arrebitada na entrada desse nicho, no meio do corredor. Uma senhora bunda. Perfeita, irretocável. Apalpei, abri com as mãos para ver o cuzinho.  Lindo botãozinho rosado no meio da musculatura firme, macia e arredondada. Tanta beleza que quase lambi, mas fiquei com receio e nojinho porque o cu estava úmido e havia enormes possibilidades de ser porra. Jamais lamberia porra sem saber de quem. Depois sentou no pausão do magricela. Visto de costas, era um corpo impressionante,  pele lisa e clara, cabelos escuros, musculatura lindamente desenvolvida, ombros e costas largos, cintura fina e aquela bunda de moleque que me endoideceu. Mas visto de frente era um cara mais velho, talvez da minha idade ou um pouco mais, cabelo nitidamente tingido de escuro,  rosto não muito harmonioso e uma barriguinha de tiozão. Mais tarde voltei ali e ele estava agora de pé em frente ao colchão e comendo o magrela. E era hipnotizante seu corpo, e sobretudo a bundinha. Os caras iam parando no corredor pra ver aquele corpo se movendo, bundinha pra frente, bundinha pra trás.  Cheguei perto, alisei e dei-lhe um tapa na bunda. Arranhei com as unhas a pele macia e meti um dedo no cuzinho. "Ai, que tesão ", ele disse. Meti dois dedos e o cara quase largou a bunda do magrelo pelos encantos dos meus dedos massageando sua próstata. Fiquei andando de cima pra baixo e, pelo que consigo me lembrar, saí  como entrei, sem pegar ninguém.

Cartão Bloqueado

Fazia muitos anos que eu via um anúncio de um massoterapeuta nos sites de garotos de programa, já tinha até falado rapidamente por whatsapp. Tinha algo nele que me atraía profundamente. Alto, forte, barba, rola grandona, pelos, cuzinho gostoso. E um jeito de homem real e corriqueiro, embora bonitão, poderia ser um marceneiro, um eletricista, um bancário, um motorista de Uber ou o novo vizinho. Sei lá, sempre me vinha a vontade de marcar com ele e, não sei porquê, mesmo endividado e sem ânimo para sexo, marquei um horário. Tive dificuldade para encontrar o endereço, mas ele saiu ao jardim só de roupão para me chamar. É  mesmo bonitão, mas seu jeito não me pegou como imaginava. Parece de saco cheio de fazer programa,  então quer terminar tudo rapidinho pra embolsar a grana e dispensar o cliente. Tirou o roupão e me despi também.  Eu estava quase arrependido. Acho que eu que pedi que ele se deitasse na maca de massagem no centro da pequena sala. O pau era enorme e bonito. Chupei um pouco e quis chupar o cuzinho também.  Logo ele deu um jeito de se virar pra meter meu pau no cu dele e começou a falar, muito falsamente, algo como: "que tesão de pau,  assim eu vou gozar". Minha ereção já  era. Detesto me sentir ludibriado.  Me levou para o sofá e pediu que me sentasse sobre seu pau e foi tentando pôr aquele poste dentro de mim. E acabou entrando. Foi excitante em certa medida, mas não estava pensando nisso e um pautao grande é  inevitavelmente incômodo.  Houve alguma dor, e também estava sem camisinha, o que me incomoda muito. O cara queria que eu gozasse e fosse embora logo, era óbvio.  "Quer gozar onde?" "Pode ser na sua barba?" "Goza". E assim foi feito. "Não se preocupe, eu tomo Prep". Fui ao lavabo me limpar, havia sangue no papel higiênico.  E um pouco de fezes. Fiquei com vergonha e preocupado. Conversamos um pouco, contou que é casado com dois caras, mostrou a foto de um deles, tinha morado em Paris fazendo programa, agora pretende ser massagista apenas. Paguei com o cartão de crédito e ele ficou olhando eu digitar a senha. Falou sobre isso, pediu desculpas. Deixei o cartão bloqueado por 2 meses.