quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Cinco Minutos


Ontem foi meu retorno ao urologista, fui levar os exames. Está tudo bem, aparentemente. Hemograma, colesterol, funções renais, hormônios: tudo nos trinques. Uma sexualidade saudável é dependente de uma vida saudável em todos os aspectos, tudo está conectado. Alguém solitário, sedentário, com um convívio familiar ruim, profissionalmente instável, com aperto financeiro todo mês, frustrações em todos os níveis, alguém fechado como eu, não terá uma vida sexual plena e saudável, é praticamente impossível. Deve ter gente que consegue separar todo o resto do sexo, mas devem ser bem raros. Talvez seja um tipo de inteligência; talvez falta dela. Ou uma brutal insensibilidade, sei lá. É impressionante observar como a sexualidade permeia todas as relações humanas, em todas as esferas, através de manipulação, vaidade, repressão, culpa, inveja, mesquinhez. O que era pra ser prazer, conexão e autoconhecimento tornou-se, em alguma medida, medo e desconexão. Depois do médico (que estava mais descontraído desta vez e ainda mais bonito), fiz o que havia me prometido não fazer. Voltei ao Cabine's Bar. Sempre que faço sexo desprotegido, e esta é a pior decorrência da disfunção erétil para mim (vestir a camisinha é difícil), tento me punir de alguma forma. Como se já não houvesse punições suficientes para o desejo. 
Fui mais cedo, um pouco antes das 18h. Ainda demorou para anoitecer. Felizmente não estava tão lotado como da última vez, mas a imensa maioria dos frequentadores estava sem máscara. Talvez mais uns três, além de mim, usavam máscara. Na real, eu nem estava muito animado para sexo, fui pela oportunidade, que tem sido rara, e pela força do vício. Sentia-me cansado e ansioso, precisando relaxar. E também culpado por voltar a um lugar que promove aglomeração irresponsável. Este ano não devo voltar mais a São Paulo. Sexo, provavelmente, só em 2021. 
Quase sempre que entro num lugar como este, à procura de sexo, olho todos os caras presentes e elejo o meu preferido. A noite inteira ele será minha obsessão, caso não apareça algum mais atraente. Eu me sinto extremamente imaturo e bobo diante dessa constatação, mas é assim que funciona. Desta vez, era um carinha indeciso. Aliás, os indecisos me movem. E eu detesto isso. De longe, ficava me olhando, mas se eu me aproximava, fugia. Achei positivo que depois de entender que ia ficar nessa lenga-lenga, desencanei. Comecei a achá-lo chato e sem graça. 
Tive um breve contato com ele no glory hole. Ele tentou se excitar sobre a calça, mas desistiu. Saiu e entrou outro em seu lugar. Nem sei ao certo quem era o cara, desconfio apenas, mas eu queria apenas ser chupado, não interessava tanto por quem naquele momento. É estranho esse lance que acontece por um buraco, sem qualquer outro contato com a pessoa. Lembro de ter pensado no meu ex terapeuta tântrico. A massagem tântrica propõe algo assim, você deve se concentrar apenas nas suas sensações, sem envolvimento, sem fantasia. Só que o estímulo é muito mais profundo do que a maioria dos pobres mortais oferece. Não gozei com o cara me chupando, desistimos. O mesmo "árabe" alto e forte da vez passada estava por lá, mas não rolou nada. No corredor das cabines tinha dois caras completamente nus se pegando com a cabine aberta. Fiquei olhando um pouco, mas logo me desinteressou. Não gosto de gente atuando no sexo, overacting, acho chato. Apareceu um cara que me chamou atenção, apesar de não ser nenhuma beleza. Magrinho, não muito alto, rosto comum, quase feio, meio calvo, nada de mais. Mas tinha algo que me atraiu. Lembra um cara que tem uma floricultura perto de casa, que eu acho bonitinho, talvez tenha sido isso. Ele ficou interessado também e fomos para o dark menor. Logo outro cara chegou perto pegando em mim e o magrinho se foi. Eu sabia quem era esse cara. Tinha um rosto interessante até, alto, forte e um pouco acima do peso, de bermuda e boné. Começou a me chupar, depois me virou e passou o pau na minha bunda. Senti um pouco de tesão, mas não ia dar pra ele. Saí. O magrinho me esperava. Ficou na frente de uma cabine vazia olhando pra mim. Entrei. Ele queria continuar me chupando. Sentei no banquinho, abri as pernas e ele ajoelhou no chão pra chupar. Às vezes um pouco grosseiro, senti alguma dor nos testículos, mas me fez gozar e engoliu tudo. Quer gozar também? "É cedo ainda".  
Encontrei com ele uma terceira vez. Estava entrando no dark do fundo, que já tinha um novo formato (a configuração do espaço, feita com divisórias de madeira, muda sempre), e ele estava parado perto da entrada. Antes de entrar, olhei para trás e vi um cara muito chamativo se aproximando, e de olho em mim. Um belo porte, cabelos escuros, lisos, de comprimento médio, bem vestido, rosto bonito, queixo largo, sem barba, sobrancelhas grossas, bem desenhadas, lábios grossos, vermelhos, tinha uma sensualidade atordoante. O magrinho estava segurando meu pau (eu tinha praticamente acabado de gozar), e esse bonito ficou ao nosso lado, se pegando com outro cara. Mas eu saquei que ele estava realmente se chegando mais pra perto, e logo estava me chupando. O magrinho partiu novamente. Fiquei muito excitado com esse cara. Chupei o pau dele também e depois fiquei brincando com o dedo no cuzinho. Ele não deixava penetrar muito, mas curtia meu dedo ali. Começou a juntar um monte de cara em volta, mas poucas coisas me fariam desistir de um cara tão gostoso. Lambi o cuzinho apaixonadamente e quando eu metia a língua, ele abria a bunda com as mãos e levantava uma perna. Tentei passar o pau na bunda, mas ele não queria dar. No dark fico sempre meio preocupado com o celular no bolso quando junta muita gente em volta. Também sempre lembro de uma vez que um coroa nojento quase me estuprou ali mesmo nesse dark maior. Eu estava atrás de um cara, brincando com o pau na bunda dele, e o coroa veio por trás e tentou me segurar e meter em mim. Senti dor e ódio. Não chegou a entrar, eu dei uma cotovelada e joguei o quadril para a frente. O verme saiu correndo e sumiu. Mas voltando ao moço bonito de cabelos revoltos. Ficou tão cheio em volta que depois de um tempo fui perdendo o interesse, até porque ele era muito solícito com qualquer um que chegasse perto. O encontrei algumas vezes nessa noite, sempre impressionando com seu tipo físico, mas não nos aproximamos mais. O melhor estaria por vir.
Tinha um rapaz que me interessou bastante desde que o avistei pela primeira vez, cerca de uma hora antes do meu horário limite para ir embora. Estatura mais para baixa, magro, de boné, algo em torno de 35 anos, uma longa barba meio loira (meio grisalha talvez?), olhos claros muito bonitos, sempre com uma cerveja na mão, encostado na parede, uma atitude entre tímida e triste. Eu passava por ele e não tinha reação, nada acontecia, sequer parecia notar minha existência. Depois o encontrei na entrada do dark menor, que é estreitinho. Tinha dois caras lá dentro se devorando, e ele ficou olhando com bastante atenção e depois ficou com um deles. Já não lembro direito como nos aproximamos, mas foi nesse mesmo dark Room. Estávamos sozinhos lá e foi tão gostoso que tirei a máscara e nos beijamos. Ele começou a me chupar ali mesmo, e pedi pra irmos pra uma cabine. Queria vê-lo sob a luz do monitor. Nem fechei direito a calça, fui andando com o pau meio pra fora, eu estava com muito tesão. Na cabine, nos beijamos bastante. Era bom explorar seu corpo e descobrir os pontos que mais o excitavam. A língua na orelha, por exemplo. Eu adoro orelha. Sempre lembro de um cara que conheci no Hotel 269, que era muito bonito e tinha, além de uma saco enorme, orelhas um pouco grandes, e isso me excitava muito. Enfim, esse barbudo, Juliano seu nome, gostava da minha língua no ouvido. Se arrepiava todo e empurrava a cabeça contra a minha. Ele era todo bonitinho e cheiroso. Explorei o pescoço, mamilos, axilas, nuca. Dei umas palmadas na bundinha dele, e ele também gostou. Eu o segurava com uma mão, beijando seu pescoço e orelha, e com a outra estapeava sua bundinha lisinha e empinada. Depois de nos excitarmos bastante, virei ele de costas, e mais uma vez deixei a camisinha no bolso. Ele abriu aquela bundinha e meti fundo. Fodi como há muito tempo não acontecia. Geralmente não gosto de penetração muito demorada. Vou perdendo o interesse, acho monótono. Aliás, nem sou mais capaz disso. Mas desta vez a ereção ficou o tempo todo num ótimo nível e durou mais de cinco minutos. Pra mim, é tempo suficiente. Observei que não estava racionalizando muito, apenas deixei fluir, sentindo a relação que se estabeleceu entre nós, nosso tesão, nossos corpos, nosso beijo. Era tão bonito quando ele virava a cabeça pra me beijar a boca enquanto dava a bunda pra mim. Eu segurava seu corpo, pelos ombros, pelo peito, pela cintura fina. Gosto de homens menores que eu em tamanho. Às vezes me pergunto se não é uma forma de espelhar relações heterossexuais: o corpo menor que o meu, o fato de geralmente preferir ser ativo, o tesão em caras de cintura fina, o prazer de segurar pela cintura, quase sempre precisar fazer uma performance mais dominadora. Parece que nesse lugar minha sexualidade aflora, mas não quero  estar sempre ali. Quero variar, ser outros. Por outro lado, é importante viver as fantasias que surgem, sem se importar tanto com racionalizações. Eu sentia o cuzinho abraçando meu pau e fodia. Sentia sua pele quente e macia, seu cheiro e gosto. Gozei dentro dele e ele ainda me chupou depois de tirar. O abraço com que nos despedimos quase sufocou, tamanha a força com que nos apertamos. Adoraria revê-lo.

domingo, 29 de novembro de 2020

Encoxando Mesmo

Esta história aconteceu em 2013, mas volta à minha cabeça muitas vezes. No dia anterior, eu tinha pego uma moto táxi pra ir ao médico. Não existia Uber na minha cidade e táxi comum era muito caro, então eu usava bastante esse serviço, apesar do nojo de usar os capacetes (geralmente com um cheirinho azedo). Desta vez, era um carinha muito bonitinho: loiro, olhos claros, bronzeado de sol, magrinho, tatuado. Era de manhã bem cedo e eu estava morrendo de sono. Fez questão de me esperar (eu só ia entregar uns exames) e me trouxe de volta. No dia seguinte eu precisava ir ao banco sacar dinheiro pra pagar o pedreiro que estava reformando minha loja. Era bem no meio da tarde, fazia calor. Fui tomar uma moto pra voltar logo, e o mesmo motoboy me atendeu. Mal saímos, o contato da sua bundinha com o meu pau me deixou duro. Ficou uma situação constrangedora porque ficou evidente que ele sentiu minha ereção. Olhava pra trás, pra minha virilha. Inicialmente eu não estava entendendo qual seria sua reação. Depois ficou de pé na moto, não sei se pra mostrar a bundinha pra mim ou pra voltar a sentar, quase no meu pau, deslizando no meu colo. E veio sentar bem junto de mim, colando as costas no meu peito. Eu estava meio tímido, mas fui forçando o corpo contra o seu. Forçando MESMO, ficamos colados, com uma pressão forte entre nossos corpos. Ali eu já estava bem mais seguro. O trânsito era intenso àquela hora, e os carros passavam por nós, naquela situação e fazendo cara de paisagem. Numa subida, ele resolveu passar por entre os carros e me pediu pra fechar as pernas, encoxando mesmo. Era uma desculpa pra aumentar o contato dos nossos corpos ou estratégia pra proteger meus joelhos de se chocarem contra os carros? Nunca saberei. Eu só pensava em abraçar seu corpo e tocar sua pele. Lembrando hoje, pela distância da minha casa ao banco, foram dos 5 minutos mais longos da minha vida.  Tanta coisa se passou no meu corpo, na minha cabeça, nas minhas emoções. Quando chegamos, ele perguntou se queria que ficasse esperando para me trazer de volta. Meu cálculo foi o seguinte: 1- eu tinha mais alguma bobagem para resolver no centro, nada urgente. 2- Eu tinha que voltar logo pra liberar o pedreiro. 3- Eu queria continuar me roçando no menino, mas se a gente - sei lá, vai que - se a gente fosse pra algum lugar se pegar, eu estaria com a grana do pedreiro e não conhecia o garoto. Como confiar? Em resumo, dispensei. Senti que ele ficou um pouco decepcionado. Nunca mais o encontrei, infelizmente. Mas consigo sentir seu corpo juntinho do meu sempre que lembro dessa história.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Como Duas Maçãs em Minhas Mãos

Voltei a SP no dia 20 de novembro para ir ao urologista. Há anos venho enfrentando problemas de ereção, mas agora está pior que nunca. Quando iniciei minha vida sexual, por volta dos 25 anos, era tão fácil e natural, a energia era tamanha que achava estranhos os relatos de impotência, me parecia algo que jamais me ocorreria. Aos 30 anos já comecei a perceber algumas alterações. Se muito ansioso com o parceiro, oi se acaso percebesse alguma desatenção ou rejeição, como não querer me chupar, perdia a ereção. E vem progressivamente piorando com os anos. Hoje tenho quase 47 e minhas ereções são inconsistentes até numa masturbação solitária e a penetração é difícil. Já tinha ido a um urologista anos atrás, mas nada foi constatado. Fui encaminhado para terapia, tomei antidepressivos. É um problema difícil de se resolver. Hoje acredito que tenha causas físicas envolvidas. O jovem médico que me atendeu era um homem bonito, apesar de a máscara só deixar à mostra os seus olhos (claro que depois procurei fotos dele na internet, e é realmente bem gato). Olhos grandes e escuros, em contraste com a pele clara, expressivos com seus longos cílios por toda a volta. As mãos também eram muito bonitas. Tenho fixação em mãos e pés bonitos. Conversamos um pouco, me examinou muito rapidamente, pediu 11 exames clínicos iniciais, aumentou a dosagem de sildenafil (Viagra) e recomendou voltar à terapia. Fiz mais de 10 anos de terapia e não sinto vontade de voltar. Também não estou em condição financeira propícia. Vou agendar os exames esta semana. 

Depois de resolver mais algumas pendências, fui até a estação Hebraica-Rebolças da CPTM, porque na internet é famosa por ter o banheirão mais movimentado de SP. Olha só a que ponto chegamos! É um banheiro minúsculo e não tinha ninguém, uma grande decepção. Fui para o Cabine's Bar, onde cruza a Paulista com a Consolação, em cima duma sexshop. Nos últimos anos, é geralmente ali onde faço sexo. Conheci pesquisando pela internet. É barato para entrar (20 reais hoje em dia) e menos trabalhoso que uma sauna. Saunas são mais confortáveis, claro, mas são caras e você precisa tirar a roupa, se molhar. Não me sinto mais tão a vontade em estar sem roupa em público. Estou ótimo para a minha idade, mas não faço exercícios há muito tempo e me sinto constrangido diante dos garotões de corpos quase perfeitos. Em compensação, o Cabine's Bar é um ambiente decrépito. Sempre fazem reformas, mas sem o investimento e senso estético necessários para torná-lo minimamente atraente. Com um bom projeto arquitetônico e luminotécnico, fariam fortunas com aquela espelunca. Na área das cabines propriamente, o piso é de uma chapa metálica, que duvido que vá suportar o peso de tantos homens por muito tempo. Dá medo daquilo. No mais, é tão nojento quanto qualquer cinemão do centro, mas a frequência é muito melhor. Sempre aparece ao menos um ou dois caras interessantes. E dependendo do horário e do dia da semana (ou da sua sorte), tem vários. Geralmente as sextas, segundas e quintas-feiras, nesta ordem, são os melhores dias, sobretudo entre 17h e 20h. Tem a área do bar (cafonérrimo), a área do banheiro (assim mesmo, no singular, pois só tem um banheiro, e bem podre), um corredor com as cabines (acho que são oito, sendo dois pares de cabines interligadas por glory holes), 2 dark rooms (horrendas e sufocantes), uma sala para exibicionismo e alguns corredores. Durante o dia, as grandes vidraças iluminam bastante o ambiente (eu prefiro), mas de noite é bem escuro. Parece o próprio inferno, mas onde tem uns caras bonitinhos, fica tudo bem melhor. Era sexta feira, 19h, no meio de uma pandemia de proporções catastróficas, na cidade mais atingida do segundo país mais atingido do mundo. E ali a aglomeração era intensa, a maioria dos caras sem máscara. Ao subir a estreita escadaria vermelha e me deparar com tal cenário, quase desisti. Eu teria menos de uma hora e meia para estar ali e vi alguns boys apetitosos. Tinha tomado 100mg de sildenafil e queria me testar. Paguei a entrada e deixei a mochila na chapelaria. Fazia nove meses que não entrava ali. A sensação de estar de máscara era diferente. Ao mesmo tempo em que meu rosto, que é bonito e ajuda a me dar bem, fica escondido, senti uma certa liberdade nova, uma sensação de anonimato reconfortante. Calculo que a área total da casa tenha menos de 150m² e devia ter pelo menos 100 caras naquela noite. Assim que entrei, vi um carinha que é muito meu tipo. Bem parecido com o médico, diga-se. Ele estava conversando num grupinho perto do banheiro e nos olhamos. Bonito de verdade, apesar de algumas marcas na pele do rosto. De jeans preto surrado e sem camisa, corpinho delicioso, estatura mediana pra baixa, magrinho na medida, ombros largos, pele lisinha, clara, sem vestígio de pêlos. Cabelos escuros, olhos verdes claros, cílios fartos, lábios rosados, cara de moleque. Virou minha obsessão instantaneamente. Dei uma geral na casa toda e parei numa salinha que tem uma iluminação vermelha, a tal que chamei "sala para exibicionismo", porque tem iluminação e as paredes têm buracos para quem quiser espiar o que se faz lá dentro. Tinha um cara gato ali, que estava de olho num ursão, que por sua vez ficou dividido entre mim e o carinha. Deixei-os a sós. Não é tão simples voltar a socializar. Sou tímido e introspectivo, tenho medo de ser contaminado e transmitir para minha mãe. Sou meio brocha e tenho sede de sexo. Dilemas de gente branca de classe média. Todas as cabines estavam ocupadas, os dark rooms lotados e meus olhos ainda se acostumavam lentamente com a escuridão. Fiquei andando, escolhendo meus supostos alvos. Voltei para perto do banheiro e tinha um círculo em torno de um bombadinho dando a bunda em pleno corredor. Todos conversavam e interagiam com naturalidade enquanto o cara fodia com força. O garoto bonito tava no mictório, as costas macias à mostra. Veio para o grupinho e pôs o pau pro bombadinho chupar. Algum tempo depois, estavam todos e mais alguns num outro corredor, fazendo as mais altas sacanagens. Fiquei por trás de um magrinho peludo, passando a mão na sua bundinha. Meu pau estava correspondendo bem. Voltei às cabines e fui verificar se uma daquelas com glory hole estava vazia. Abri a porta e vi um garoto alto e magro, de moletom e capuz, encostado na parede, com o pau dentro do glory. Ele se assustou e fechei a porta, fui pra um dos dark rooms. Numa espécie de antes-sala, tinha um cara bem atraente. Alto, pele bem morena, tipo de árabe, forte, barba negra e cabelo bem curto. Percebi que ele também se interessou. Foi se encaminhando para o dark e fui atrás. Estava totalmente escuro e lotado. É um cômodo minúsculo, como um corredor de 4x1m. Fui seguindo o cara até o fundo e nos tocamos. Corpo grande, sólido. O pau não era grande, chupei agachado enquanto metia a mão por dentro da bermuda e apertava suas nádegas redondas e duras como pedra. Depois ele abaixou a bermuda e se virou de costas. Fui lamber a bunda, mas ele me afastou. Estava dando o pau pra um outro chupar. Demorou pra eu entender o que se passava e o que ele queria. Hora de vazar. Quando passei pelo corredor das cabines, uma delas vagou. Justamente a que é interligada com aquela que eu havia aberto. O mesmo garoto estava lá e passou o pau pelo glory. Um SENHOR pau. Gigante, grosso, lindo de morrer, todo depilado. Mesmo sabendo que o cara que tinha acabado de sair dali estava chupando momentos antes, e que sua saliva era um meio de contágio muito eficiente, quis chupar o moleque. Delicioso. Uma rola de uns 22cm, com aquele design dos filmes da Belami. Ele queria foder minha boca, mas não dava, eu engasgo fácil. Botei o pau no glory, e ele veio me chupar. Momentos depois, estava esfregando o cuzinho no meu pau. Não conseguia penetrar, estava difícil. Eu já estava com muito tesão. Botei a calça e fui para a cabine dele. Recebeu-me com certa surpresa. Sempre de capuz, os cabelos longos. Sua imagem era interessante, andrógena, me lembrou um pouco Michael Jackson. A iluminação era parca e virei sua bundinha pra continuar metendo. Ele era apertado e minha ereção já estava falha. Não era bem a pessoa que eu tinha imaginado. Meu pau começou a entrar, e ele disse algo que não entendi. "O quê?"

-Só não goza dentro. Tira antes de gozar.

-Tá

Não tava rolando. Tava sem camisinha, meia bomba, sem entender direito quem era a pessoa ali comigo. Segurei pela cintura, puxando a bundinha pra mim. Quis tocar seus mamilos com as duas mãos. Um choque percorreu meu corpo. Fiquei assustado com o formato e textura dos seus peitos. Eram muito redondos e duros, como duas maçãs em minhas mãos. Eu estava muito confuso e minha ereção degringolando. Compreendi que era uma travesti disfarçada de rapaz. Aquela história do capuz, as roupas largas. Eu não quis ser grosseiro e que ela se sentisse repelida, mas não tinha mais resquício de tesão. Tirei o pau (tinha entrado só a cabeça) e fui me vestindo. Muita coisa passava pela minha cabeça naquele momento e eu não conseguia organizar as ideias. Tentei ser simpático e fazer algum carinho nela antes de sair. É costume meu nesses casos dar uma apertadinha no peito do cara e fiz essa merda de gesto nela, no peito siliconado. Olhava para mim aparentemente apreensiva. Seu rosto muito magro parecia ter sofrido várias cirurgias plásticas. Saí da cabine com enorme alívio. Fui lavar o pau na pia. Os dados que indicam que as travestis são dos grupos sociais mais afetados pelo HIV davam um nó na minha mente. Como se aqueles garotos devassos que me dão tesão não pertencessem ao mesmo grupo. Como se eu próprio não tivesse recorrentes comportamentos de alto risco. Fiquei pensativo e me achando injusto, preconceituoso e hipócrita. Raramente uma mulher me atrai sexualmente, e acho que nunca a ponto de fazer sexo com ela. Talvez com um cara junto, um casal. Mas ali, eu mal sabia o que pensar sobre ela. Tentava entender o que fazia ali e disfarçada. Estaria destransicionando? Ou era mais fácil obter sexo anônimo como garoto que como uma mulher trans? Fiquei bastante curioso e um tanto triste com essas conjecturas, mas não a vi mais. 

Tinha dois caras que eu já conhecia dali mesmo, habitués da casa. Ambos bonitos, interessantes. Um é bastante jovem, belíssimo, alto, negro, musculoso, e o outro é mais baixo, bem bonito também, com quem já fiquei algumas vezes. Mas ele é bem esquisito. Num dia gosta de conversar, no outro faz que não me conhece. Meu tempo tava acabando, devia ter meia hora no máximo. Fui para o dark maior, e na porta estava o garoto de olhos verdes com o bombadinho. Passei a mão no seu peito macio e entrei. Eles entraram depois e fiquei por perto. Logo eu estava chupando o garoto. Seu pau não estava totalmente duro, mas era muito gostoso na boca. Ele se virou pra falar com o fortinho e me deixou beijar sua bundinha deliciosa. Eles estavam sempre com um celular apontado pra algum lugar, não tenho certeza se era pra iluminar ou filmar algo, mas continuei chupando quando o bombadinho começou a foder a bundinha dele. Eu chupava e abria sua bundinha com as mãos - auxiliar de foda. Virou a cabeça pra trás pra beijar o outro e levantou o braço, deixando as axilas expostas. Mesmo no escuro eu via os pelos castanhos na pele clara. Levantei e fui chupar a axila e os peitinhos. Meti a língua pra sentir a pele por baixo dos pêlos, chupei os mamilos. Ele era 100% tentador para mim. Depois fiquei ao lado do fortinho e a gente ia interagindo enquanto ele fodia. Meti dois dedos no cuzinho apertado dele, depois três, e ele seguia fodendo e pegando no meu pau. Eu tava quase gozando, e o pau duraço. Depois eles se viraram e fui tentar foder o fortinho, mas não consegui, meu pau tava meia bomba e ele era bem apertado. Ele continuava fodendo o boy de olhos verdes, que chupava outros caras. Eu estava para estourar de tesão, mas tinha muita gente em volta, fiquei nervoso. Saí dali e chequei as horas: 20h30, estava perto de perder meu ônibus, última chance  pra voltar pra casa. Ao caminhar para o metrô, minhas bolas doíam. Eu pensava que o médico provavelmente me considerou deprimido. Mas eu me sentia encantado pelas experiências miseráveis que tinha acabado de viver.


sábado, 14 de novembro de 2020

Um Estalo




Duas semanas depois da minha "reestréia" (ver postagem anterior), estava voltando a São Paulo. Enquanto aguardava o ônibus, sentou ao meu lado um garoto que parecia bem bonitinho. Magrinho, de camiseta, bermuda e tênis, apesar do frio repentino daquela manhã de primavera. O ônibus das 8h estava quase vazio. Sentei na última poltrona da janela do lado direito, e o garoto magrinho foi sentar na última do lado esquerdo. Ninguém à nossa volta e minha imaginação é frouxa. Como tive a impressão de ser um rapaz bem jovem, evitei olhar muito pra ele. Acho escrotíssimo tiozão dando em cima de moleque. Aliás, quase sempre acho escrotíssimo qualquer um dando em cima de qualquer um. As coisas simplesmente acontecem. Forçar a barra é vulgar, deselegante, inconveniente. Esqueci do boy, me desliguei durante o percurso, mas, lá pro meio da viagem, me deu um estalo. Não entendo muito dessas coisas, mas não posso ignorar o fato de que sou "sensitivo". Tenho uma percepção muito aguda, ou ao menos muito mais aguçada que a maioria das pessoas, de algumas formas de energia. Não é algo consciente, que domino como ferramentas para me relacionar com o mundo, como são os cinco sentidos, por exemplo. Nem sempre é uma percepção tão nítida também. Mas nesse momento, foi. Veio o estalo, e meu pescoço girou na direção do menino. Que olhava fixamente para mim. Por alguns segundos nossos olhos se ligaram, mas fiquei tímido e virei o rosto para a janela. Foi difícil voltar a olhar pra ele, mas então constatei que continuava buscando meus olhos. Desta vez, não desviei. Mantive o olhar, encarei mesmo, e logo veio aquele gesto universal que todo viado que se preze conhece: a mão no pau. E minha reação foi pronta: soltei o cinto de segurança e me mudei para a poltrona ao lado da dele.  Talvez em menos de um minuto já estava debruçado sobre seu colo, com uma rola dentro da boca. Seu rosto sem máscara era um pouco diferente do que havia imaginado. Um rosto interessante, com traços indígenas e não tão jovem quanto havia suspeitado. O corpo era magro, bem equilibrado em proporções, liso e firme. Assim que sentei ao seu lado, pousei a mão esquerda sobre sua bermuda de surfista. Pau duro. Desceu a máscara ao queixo e me cumprimentou com voz forte, grave, e certa timidez. Fazia o gênero hétero esforçado, quase forçado. Pus a mão dentro da bermuda e puxei seu pau pra fora. A circuncisão tinha deixado cicatrizes bem visíveis na pele morena. Era um pau bonito, de bom tamanho e grossura. Nada excepcional, mas naquele momento, dada a surpresa, era bem além do que imaginei para aquela manhã. Seu abdômen definido sem vestígio de pelo, a cintura estreita, as coxas musculosas. Chupei calmamente sob o sol da manhã que entrava pela janela. Pau é macio e delicado, e como é bom constatar isso novamente. Adocicado na ponta da língua. Depois tirei o meu pra fora, e ele parecia hipnotizado. Observei que meu pau está menor, bem menor. Não é loucura minha, depois fui medir e vi que perdi 4cm de pau. Marquei urologista. Ele não sabia disso, claro. Segurou, lambeu os lábio, olhou pra mim, muito de perto, respirando face face, com um ar de riso desafiador nos lábios, os olhos cor de mel atravessados pela luz do sol. Olhou para a frente do ônibus, tudo tranquilo. As pessoas mais próximas de nós estavam a três poltronas de distância. Sorriu outra vez, só com o canto da boca, e deslizou o rosto sobre meu corpo até abocanhar minha glande. Fechei a cortina da janela e acariciei seus cabelos finos e brilhantes, massageando o crânio com as pontas dos dedos. Parecia calmo e satisfeito com os olhos fechados como numa oração. Eu monitorava o ônibus e recebia sua boca quente e úmida. Subiu a cabeça para espiar e voltou mais tranquilo ainda. Minha mão esquerda já estava dentro da bermuda, apalpando a bundinha macia e lisa, o cuzinho na ponta do meu indicador, relaxado. Sussurrei "deixa eu passar meu pau na sua bunda, deixa?". Sentou-se decidido "não viaja, isso não vai acontecer, você tá louco". Eu tava. Nada teria acontecido. Durante a viagem inteira ninguém saiu do lugar. Exceto eu. Mas não quis, ou não se permitiu. Chupei de novo. Puxei sua coxa sobre a minha, deslizava as mãos pelo seu corpo delgado. "Delícia", falou sem medir o tom de voz. Eu queria gozar. Sabia que não teria tempo de procurar sexo aquele dia. Gozei alí mesmo, pus o pau pra frente e gozei no chão. Ele olhava compenetrado. "Passa o pé, espalha", pediu. Passei o dedo na cabeça do pau, lambi e guardei. Uma grande paz acompanhava o sangue quente pelo meu corpo. Passei displicentemente o pé no chão pra espalhar o esperma no piso de aço com linhas em relevo. "Delícia" repetiu. Conversamos o resto da viagem. Está morando na minha cidade há poucos meses, tem 25 anos, nasceu no mesmo dia e mês que eu. Desempregado, gosta de cantar pop e sertanejo. Meu coraçãozinho caprichoso ficou desapontado com seu gosto musical. Passou seu número, disse que quer me rever, mas acho que eu não quero. Antes de desembarcamos, fez questão de esfregar o pé na minha porra, nóia do caralho. Nos despedimos no metrô, com um breve aceno.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Sete Meses

2020, um ano que provavelmente vai marcar a humanidade por muito tempo. Sobretudo pela pandemia do coronavírus que se alastrou mundo afora e cujos desdobramentos e sequelas ainda nos são desconhecidos. O fato é que, desde 03/03/2020, não tive qualquer contato físico. Solteiro e convivendo com parentes idosos (justamente o grupo mais vulnerável ao vírus), passei os últimos 7 meses sem tocar ou ser tocado por ninguém. Foram 7 meses sem ir a São Paulo, sem um beijo, um abraço, nada. Quando entro num Uber com um motorista bonitinho,  só penso em tocar sua pele. Momentos de desespero, desânimo, revolta, tesão louco, apatia, medo. Nunca tinha ficado tanto tempo sem sexo, sem me sentir desejado, sem trocar carinho. Foi duro e triste. A doença encontrou pelo mundo líderes absolutamente incapazes de gerir a crise sanitária e fez, até hoje, mais de um milhão de mortes. O Brasil teve a infelicidade de passar por esse momento tão delicado sob o comando de um dos seres mais abjetos e indignos do cenário político mundial. Têm sido meses de muito sofrimento, muitas mortes, muita loucura, desinformação e mau caratismo explícito. Chaturbate, um site de "lives" em que pessoas ao redor do mundo se despem, se exibem, se masturbam, fazem sexo, tudo em troca de tokens (que eu mal sei o que significam exatamente, mas são revertidos em dólares, descontando uma pequena comissão ao site), tem sido minha válvula de escape. Homens de todos os tipos fazem a vida lá e passam horas por dia com a câmera ligada. Corpos esculturais, rostos atraentes, closes íntimos, fetiches, conversas picantes, pitadas de vida real e baciadas de ilusões bem embaladas para o consumo. Nunca gastei um único centavo no site, até porque estive mais quebrado que nunca nestes tempos de distanciamento social e com o Real bastante desvalorizado, mas fiquei viciado em assistir ao conteúdo gratuito e, quando eles permitem, mandar mensagens adulando os meninos. Nas últimas semanas meu trabalho voltou a funcionar e precisei ir a SP. Quanta ansiedade me acometeu na noite anterior. As coisas estão voltando a funcionar com novas regras de segurança, e fiquei calculando o que seria menos arriscado. A 269 poderia ser uma furada ou uma excelente opção. O Cabine's Bar também. Onde ir sem me sentir culpado de pôr em risco a saúde, quiçá a vida, de familiares, e até mesmo a minha? Resolvi procurar um garoto de programa ou massagista. Restringir o contato íntimo a uma pessoa me pareceu sensato, visto que me seria impossível voltar pra casa sem saciar corpo e mente de sexo. Busquei no Google e salvei alguns contatos na agenda. Durante a viagem, mandei mensagens pedindo informações. Um deles é ator pornô cuja bundinha sempre cobiçei. Mas foi responder só no dia posterior. Outro era muito interessante, mas a mensagem sequer foi recebida. Uma casa de massagem masculina mandou mais de 50 fotos de garotos, mas nenhum me apeteceu. São geralmente bonitos, mas preciso sentir no olhar algo indefinível que me acende o desejo. Ou talvez todos tenham muita cara de garoto de programa e isso me desestimula. O ônibus estava chegando ao Tietê quando um cara respondeu. Simpático, atencioso e bem gato, massagista tântrico, cabeça raspada, corpo bonito, suave, (não suporto o tipo bombadão), rosto super interessante. Eu tinha muita coisa pra resolver durante o dia, tempo contado porque agora o último ônibus de volta é bem mais cedo. Desci na rodoviária apertadíssimo pra ir ao banheiro, um grande desconforto abdominal. Todas as cabines estavam ocupadas e, enquanto aguardava, um rapaz alto, puxando uma mala cinza de rodinhas, passou por mim, encarando, e dirigiu-se ao mictório. Fiquei lisonjeado porque ele parecia um garotão bonito, bem vestido. Mas não era o momento. Depois que consegui usar o banheiro, enquanto lavava as mãos, o mesmo cara se aproximou. Veio lavar as mãos quase ao meu lado e olhava com insistência. Aparentava ser bastante jovem, em torno de 23 anos, um tanto mais alto que eu, algo como 1,86m, pele de um moreno claro, cabelos escuros ondulados, fortão e um pouquinho acima do peso (notava-se um pouco de gordura na cintura). Sem dúvida, um rapaz bem interessante. Seu olhar era incisivo, mas, talvez pela carência, não me incomodava. Os últimos sete meses rodaram na minha cabeça numa fração de segundo e, automaticamente, fui para o mictório. O cara que cuida da limpeza estava presente, com uma postura desagradável, quase a expulsar todos os usuários que se demorassem no recinto. A maioria não estava ali exatamente para satisfazer às necessidades fisiológicas esperadas pelo funcionário. Muitos, como eu, estavam na seca há meses e a simples visão de uma rola dura valia arriscar-se ao vexame público. O menino logo veio pro meu lado. Deixou a mala numa posição que ocultasse um pouco nossas intimidades, e ficou de olho no meu pau, sem muito constrangimento. A situação toda me deixou um pouco nervoso, apesar de excitado. Estou definitivamente destreinado. Não foi tão fácil de conseguir uma ereção, mas olhar para o sexo de um homem a alguns palmos de distância dos meus olhos era um bálsamo. Fiquei morrendo de vergonha de ficar olhando, mas era tão bonitinho que aquele pau estivesse duro por minha causa. O faxineiro começou a berrar que tinha gente no banheiro havia mais de uma hora, e desisti. Guardei o pau, fechei a braguilha e, antes de sair, meti a mão e segurei o pau do moleque. Estava em São Paulo havia menos de 20 minutos e já tinha uma rola macia na palma da mão. Que terrinha generosa. Foram poucos segundos e nem me atrevi a bater uma punhetinha pra ele, mas foi  satisfatório. Fiquei tímido e saí apressado. Passei uma água nas mãos e me mandei. Observei que o garoto veio atrás. Parei na rampa que leva ao metrô por curiosidade, pra ver qual era. Ele me cumprimentou com o cotovelo, como se eu não tivesse acabado de pegar no seu pinto duro. Perguntou se eu chegava ou partia e contou que estava chegando de Frankfurt e em meia hora partiria para Santa Catarina, onde mora. Seu pai estava fazendo um trabalho na Alemanha e ele foi fazer companhia durante a pandemia. Desfeiteou nosso encontro chamando o banheiro de nojento e cheio de gente estranha. Era uma descrição até honesta, mas me pareceu um tanto vazia, visto que ainda guardava tão clara a sensação do seu pau pousado na minha mão. O calor, a pele macia e levemente úmida, a textura borrachuda de rola dura. Eu ainda estava mexido com essas sensações e ele veio com aquele papo careta e elitista. Logo nos despedimos e fui resolver minhas outras pendências. Corri bastante pela cidade toda e fui falando com o careca. Ele atendia no Paraíso, além de massagista, fazia sexo e o preço não era inviável. Pedi mais fotos e mandou um link. Que garoto bonito! Pedi pra me atender às 19h e ele deu o endereço. Nunca fui à casa de um garoto de programa e fiquei tenso, bem tenso. Todo mundo já ouviu histórias terríveis. Na saída da estação Paraíso, pedi informação sobre a rua para um funcionário do metrô, que consultou o mapa, indicou como chegar à rua e despediu-se com um "vai com Deus, boa sorte lá". Bastou isso pra que eu me sentisse reencorajado. Notei só ali que o endereço não era de apartamento, o que me deixou menos seguro novamente. O garotão pediu que eu ligasse assim que chegasse porque a campainha não estava funcionando. Não foi preciso porque a porta estava aberta. Dela saiu uma cara conhecida. Cara e corpo conhecidos. Sérgio, também massagista, que já me atendeu uma vez (e me comeu bem gostoso) numa casa de massagem da Vila Mariana. Depois vim a saber que se tornou ator pornô relativamente famoso sob o nome de Daniel Toro. Luzes acesas, porta escancarada, outros homens por ali e uma súbita calma me dominou. O que eu imaginava ser a residência do boy, era uma casa de massagem. A recepção estava vazia e aguardei um pouco antes de avisá-lo por whatsapp. O recepcionista retornou e me conduziu ao andar superior. Logo no topo da escadaria estava o quarto com o garoto. Pedi a direção do banheiro, mas o cumprimentei brevemente, e fiquei encantado com a sua beleza. Igualzinho à impressão que tive das fotos: jovem, sensual, olhos penetrantes e francos. Ao voltar do banheiro, entrei e passei a chave na porta. Era um quarto pequeno, uns 9m², em tons azulados. Tirei a roupa e larguei minhas coisas sobre uma pequena poltrona, inclusive a máscara. Ele pôs a indefectível música ambiente pra tocar (o que eu detesto) e trocou a iluminação do quarto pra uma lâmpada vermelho sangue que me assustou um pouco. Perguntou se eu preferia essa ou esta: mudou pra uma luz azul mais clara. Como esta me permitia vê-lo melhor e era mais agradável e relaxante, foi a escolhida. Pareceu surpreso com a escolha, talvez por ser preterida pela maioria dos clientes. Pediu que eu me deitasse de bruços e iniciou a massagem pelos pés, a mesma massagem que todos os caras dessas casas fazem. Mas tinha um toque agradável e alguma sensibilidade pra detectar pontos de tensão. Começam sempre pelos pés, depois pernas, glúteos, costas. Todos têm o péssimo hábito de deixar o celular ligado, as notificações chegando a cada minuto. Muitos inclusive continuam checando enquanto fazem a massagem. Sentou com o pau pousado na minha mão, e logo ficou duro. Não é a posição mais propícia e confortável pra masturbar um cara, mas que sensação de realização estar novamente assim com um garotão pelado na cama. A massagem foi se alongando e eu queria que sobrasse tempo pra um contato mais, digamos, interativo. Deitou sobre meu corpo e roçava o rosto na minha nuca quando pedi: posso te chupar? Agora ele estava deitado de costas, oferecido ao meu deleite, como bolas de sorvete numa taça. Homem bonito de cabeça raspada é foda. Beijei o peito, os mamilos, chupei a axila esquerda e desci. Chegou o momento aguardado há sete longos meses, quando teria finalmente uma rola pra mim, do jeito que eu mereço. Era, diga-se, uma belíssima rola. Grossa, bem tratada, macia, cheirosa, cabeçuda. Com que contida avidez desfrutei desse momento. Chupei e chupei, lambi e beijei, cheirei e olhei de pertinho cada detalhe, e voltei a chupar muitas vezes. O cara tava curtindo e sinalizou que também queria me chupar. Quando virei, observei que havia um espelho no canto, apoiado no chão, bem perto do colchão. Fiquei olhando ele me chupar no espelho e me senti lindo e feliz. Da maneira mais orgânica possível, logo estávamos num 69 gostoso. Em algum momento desci a um dos seus pés e chupei cada dedo, depois fui desbravar o cuzinho com a língua. Maravilhosa visão, aquele tipo de cu que parece até uma bocetinha rosada. No anúncio ele dizia ser exclusivamente ativo, mas estava bem receptivo à minha linguada profunda. Quando retornei ao pau, ele estava quase flácido. Soltou do meu pau e disse que ia pôr um anel peniano. "Põe não, eu gosto assim". Outra vez ele pareceu surpreso. "Ah, você gosta assim?" Nesse breve diálogo rolou um beijo bem gostoso e delicado. Teria sido desnecessário o anel, posto que seu pausão ficou duro em segundos. Pedi: "Posso te lamber de quatro?". Por um segundo respirou fundo e olhou pra cima. Soltou o ar respondendo "Pode, mas não vai muito fundo com a língua, tá?". Explicou que está fazendo um tratamento para fissuras anais. Morro de aflição e fiquei um pouco desestabilizado, mas a bundinha é tão incrível que logo estava me deliciando com seu cuzinho na minha boca. Entrei por entre suas pernas e dei meu pau pra ele chupar. Rodrigo é o nome dele. Nunca sei se é nome de guerra ou real. Viramos de lado pra seguir num 69 e eu precisava gozar, senti que nosso tempo ia acabar. Toquei uma punheta chupando a rola macia e gozei no seu abdômen musculoso. Era muita porra e a luz azul ressaltava o branco, parecia marshmallow. Foi um gozo intenso e demorado, meu corpo tremia em espasmos de prazer. "Sujei você todo". "Delícia", ele disse, sem muita convicção. Passou um lenço de papel e me ofereceu alguns para me limpar. Nos vestíamos quando senti necessidade de compartilhar: "cara, fazia sete meses que eu não tocava em ninguém". "Bastante tempo. Pandemia, né?", respondeu. Disse que ia tentar ir à academia ali perto. Era da área de TI, trabalha ali há 6 meses e achava que valia a pena, tanto financeiramente quanto em qualidade de vida, tinha agora mais tempo livre e menos encheção de saco. Paguei no cartão. Disse que era pra eu voltar sempre. Como se eu tivesse dinheiro pra isso.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

A Língua Dentro do Prepúcio


Era o começo do século 21.  Não fazia muito tempo que eu tinha computador em casa, com a infernalmente lenta e ruidosa internet discada. Foi, e é até hoje, 20 anos depois, uma revolução nos costumes e relações, na forma de se conhecer alguém. Para a comunidade LGBTQIA+ essa revolução foi ainda mais profunda. O que antes era apenas solidão, dúvida, sentimentos de inadequação, agora abria-se em inúmeras possibilidades de encontro, identificação e pertencimento. Era o chat do UOL, o Orkut, o MSN Messenger, ferramentas que aproximavam pessoas de uma forma muito nova. Por vezes bastante questionável, mas inegavelmente transformadora. Foi numa dessas que eu conheci um cara bastante simpático. Eu ria muito com as sacanagens que ele dizia. Era um pouco mais velho que eu, devia ter por volta de 30 anos, se dizia loiro, estatura mediana, boa aparência, fazia academia. Não lembro sua profissão, nem o nome, pois logo perdemos contato. Tenho quase certeza de que seu nome começava com a letra L. Vou chamá-lo L. Pois ele me disse que conhecia um lugar incrível, que eu deveria conhecer. Um bar de nudismo gay em plena Vila Mariana. Fiquei meio abestalhado, era uma realidade muito distante da minha de então. L parecia obstinado em me levar até o RG31 Bar. Fiquei bastante cismado com sua insistência, paranóico que sou. Mandou o link do site e fui ficando curioso. Ele dizia que havia uma festa semanal (ou era mensal? Não lembro) que reunia cerca de 200 caras pelados, usando apenas calçados e máscara. E dizia que aparecia muitos caras bonitos por lá. O site era feio mas interessante, lembro que tinha um texto muito engraçado que ditava as regras de convivência no bar, abordando desde o dress code até a chuca, passando por drogas e anonimato. Fui ficando muito tentado a aceitar o convite dele pra irmos lá numa sexta-feira. Abria no início da noite e fechava cedo. L disse que era pra usar meias para ter onde guardar camisinha, pois o calçado era a única coisa que não se tirava por lá. Parecia um sonho confuso, mas era real, agora eu tinha esse encontro marcado. Ia conhecer alguém da internet pela primeira vez na vida e iríamos a esse lugar totalmente inusitado e radical. A ansiedade e o medo eram tão grandes que eu mal dormi nas noites anteriores. Combinamos de nos encontrarmos ali perto (RG31 é referência ao próprio endereço do estabelecimento, rua Rio Grande, 31). Ele estaria vestindo uma camisa verde e eu, uma camiseta preta que eu adorava. Quase desisti no caminho várias vezes. Nosso encontro foi algo constrangedor e eu estava morrendo de medo de subir as escadas do bar. L era simpático, mas não fazia o meu tipo, e ele certamente também não morreu de amores por mim. Os donos do bar eram um casal, um cara mais velho e o outro bem gato, envolvido com cinema pornô.  O local era simples mas aceitável. Subindo a escadaria, havia uma porta, sempre fechada, que dava no bar. Um balcão e alguns bancos encostados nas paredes. Ao lado era a sala onde te levavam pra se despir e deixar tudo num saco preto com sua identificação. Dependendo do tamanho do seu pau, você ganhava um desconto (fiquei satisfeito com o meu). Agora que estou lembrando que você fazia um cadastro pelo site e mandava uma foto para ser aprovado. Sistema um tanto excludente. Atravessando o bar, havia um hall de distribuição: dava nos banheiros e duas escadas. A escada que subia, dava numa sala com uma grande cama; e a que descia, para um espaço um pouco maior com alguns aparatos sexuais, tipo aquelas cadeiras esdrúxulas de motel, um balanço etc. Quando chegamos havia pouca gente. No início era estranho e libertador andar nu em meio a desconhecidos, mas o clima da casa me tranquilizou bastante, não era o bicho de sete cabeças que se poderia supor. Todos os cômodos eram bem iluminados, limpos, e a máscara (preta, de plástico, que cobria o nariz e a parte superior do rosto, algo entre Batman e Tiazinha) contribuía com esse conforto. Em algumas dessas festas, eles contratavam um recepcionista ma-ra-vi-lho-so. Era um modelo que saiu na G Magazine e fez alguns filmes pornô chamado Tamas. Eu era fissurado nele e notava que ele me olhava bastante e com bastante, digamos, simpatia. Era um galalau bem alto, de cabeça completamente raspada, corpo musculoso na medida certa e desmedidamente tatuado. Rosto lindo, sorriso sexy, gostoso até dizer chega. Lembro de uma vez que ele estava atendendo no bar e fui comprar um suco. Lambi a latinha toda só por ter sido tocada por ele. Aliás, se os donos eram os únicos que permaneciam vestidos no recinto, o barman usual era outro gostoso, também ator pornô e já meio coroa, que nos atendia peladão, balangando uma jeba descomunal quando andava. Lá pelas tantas, a casa foi lotando mesmo, e a promessa de vários caras altamente apetecíveis se cumpria com louvor. Imagine uma casa de no máximo 150m² com 200 homens pelados de máscara. Era isso. Impossível evitar o contato. Era necessário um grande desprendimento para estar ali, o império da mão boba. Deslocar-se de um cômodo para outro era roçar o corpo todo por dezenas de outros corpos, diferentes texturas de pele, pêlos, músculos, gorduras, temperaturas, odores, suores etc. Podia ser adorável ou torturante. E a suruba rolava solta pra onde quer que se olhasse. Você podia chegar perto, olhar, tocar, participar. L era conhecido por lá. Um cara divertido e safado. Lembro de um cara bonitinho que ficava sentado num sofá, sem máscara, com um pau descomunal e todo mundo ia chupar. Fomos, L e eu, juntos, degustá-lo. Era enorme, branquinho de cabeça rosinha e com um prepúcio comprido, que a gente metia a língua dentro. Ficamos um bom tempo chupando o carinha e falando merda, demos muita risada. Lembro muito bem também do Marcelo. Um cara lindíssimo que apareceu por lá. Alto, corpo lindo, bronzeado, cara de moço de família, olhos verdes bem claros, uma barbinha por fazer. Fiquei imediatamente derretido e só queria saber dele. Felizmente, ele correspondia, me beijava, a gente se chupava e eu ia à loucura. Lembro de estar sentado batendo papo com o L e o Marcelo chegar com um amigo. Eu o puxei pra perto de mim e fiquei chupando o pau dele, L assumiu a rola do amigo, e continuamos conversando. E num momento em que nos vimos sozinhos no andar superior, já no fim da festa, e fizemos um 69, ele finalmente me deixou lamber o seu cuzinho enquanto chupava meu pau. Falei pro L que toda vez que encontrava esse Marcelo, meu pau ficava duro, que queria pedir o número dele. L me desestimulou, disse que ele "não tinha cara de alguém que fosse dar o telefone pra um desconhecido", e concordei. Voltei muitas outras vezes ao RG31, em festas ou dias comuns. Lembro muito de um cara de Ribeirão Preto, um cara baixinho e gato de uns 35 anos, uma bundinha peluda que deu trabalho pra conseguir lamber, mas depois que ele relaxou e curtiu, chupei ao lado do bar, sob os olhos sedentos do dono bonitão. E também de um altão loiro de pau grande que me deixou maluco. Nas festas tinha um cara também bem alto, esse moreno, muito bonito, que eu era louco pra lamber o cuzinho e meter o dedo. Ele encostava na parede e virava o cuzinho pra mim. Só não deixava meter dois dedos, ficava puto quando eu tentava. Uma vez ele estava ajoelhado chupando o pau de um cara, e eu deitei no chão pra chupar o cu dele. Logo veio gente por cima pra me chupar. Era esse o esquema, múltiplos estímulos o tempo todo. Pra mim, era o lugar mais incrível de SP na época, onde eu realizava muitas fantasias e encontrava os caras mais gostosos (não existia a 269 ainda). Fiz dupla penetração num cara. Vi uma fila de garotos fodendo a bunda de um gostoso que ficava de quatro esperando o que viesse. Dei pra um carinha bem interessante na frente de todo mundo. Beijei o dono bonitão. Me joguei num bololô de homens pelados e chupei vários paus e cus. Depois eles mudaram pro endereço vizinho, número 33 ou 35, mas era ruim o espaço, a frequência ficou ruim, e parei de ir há muitos anos. Mas não consigo estar na vila Mariana sem que passe na minha cabeça a tentação de ir até lá.

domingo, 2 de agosto de 2020

Cabeçona Cor de Rosa


Fazia muito calor em São Paulo naquela noite em que iria pro interior ver meus pais. No terminal rodoviário do Tietê tinha bastante movimento, como em toda sexta-feira. Acredito que essa história faça uns 10 anos já. Consegui passagem pra bem mais tarde e teria de esperar. Levava pouca bagagem na mochila, roupa para dois dias apenas. Fui me sentar próximo ao banheiro masculino, talvez já mal intencionado diante do tédio. Quase sempre mal intencionado. Percebi um cara sentado em frente que olhava pra mim insistentemente. Bonitão, loiro, forte, lembrava um pouco o Miguel Falabella quando jovem. Começou a se insinuar e não disfarçava. Na frente de todo mundo, na rodoviária lotada, segurava o pau gorducho sob a calça jeans justa. Achei cafajeste? Bastante. Fiquei interessado? Também. Cumprimentei com um sorriso discreto e fomos conversar um pouco.
Era engenheiro químico, gaúcho, casado, com filhos. Estava em São Paulo fazendo um curso de especialização pela fábrica de tintas em que trabalhava. Seu hotel era longe do centro, e tinha ido à rodoviária lotada a procura de pegação. Ó as ideia. Na época as coisas eram bem mais difíceis pras gays, mesmo em São Paulo. Era um caipirão e foi a única idéia que lhe ocorreu, pois na sua passagem pela rodoviária reparou no movimento, intenso na época, dos banheiros. Contou, fazendo agora cara de bom moço, que nunca tinha tido um contato mais íntimo com um homem, nada além de uma punhetinha no banheirão. Sentia remorsos pelos seus desejos, pensava na família. Elogiou minha aparência. Algo nele me soava pouco confiável. Tentamos o mictório, mas estava lotado demais, impossível se excitar ali. Apesar de ter ficado aguado com sua rola grossa e veiúda com uma cabeçona cor de rosa que saltava de dentro do prepúcio pálido. Ele estava tímido, mas de pau bem duro. Eu também. Não lembro bem como fomos parar num terraço que fica próximo ao desembarque. Hoje está fechado, e, sempre que passo por ali, lembro dessa história. Alguns bancos de madeira e arbustos contornavam o pequeno jardim em forma de meia lua, e uma árvore delimitava sua entrada.
Estávamos a sós e ficamos conversando. Não tinha iluminação no terraço e dali tínhamos uma boa visão daquela parte da rodoviária, com menos gente àquela hora porque São Paulo não recebe tanta gente no final de semana. É mais no embarque que o bicho pega. O único segurança à vista estava de costas para nós o tempo todo, a mais de 20 metros. Beijei o cara. Ele ficou sem graça, mas correspondeu. Era estranhíssimo dois homens se beijando em local público naquela época, mesmo que parcialmente escondidos. Em torno do jardim tinha um gradeado de ferro pintado de verde que dava para a rua, mas não havia ninguém andando por ali àquela hora. E a vegetação alta contribuía para nos sentirmos mais seguros. Um casal simples veio se sentar num dos bancos. Mexeram na bolsa da moça, procuraram algo e partiram. Pedi pra pegar no pau dele. Achou um absurdo! Mas abriu os botões da calça e meti a mão. Sua rola macia e quente pulsava na minha mão. Eu precisava sentir o gosto daquele pau. Perguntei se ele tinha vontade de dar a bunda. Ficou meio enrolado com a resposta, mas disse que talvez. Me deu seu e-mail e disse que a gente poderia tentar se ver no seu hotel. Pedi pra ele ficar atrás da árvore. Foi difícil de convencê-lo. Ajoelhei e chupei o cara ali, praticamente no meio da rua, em pleno terminal rodoviário do Tietê, salvo engano, o maior da América Latina. Com as mãos, girei seu quadril e lambi o cuzinho. Uma bela bunda! Mas foi rápido demais, ele ficou tímido. Ou talvez fosse apenas alguém mais razoável que eu. Voltou o pau pra minha boca, gozou, e engoli tudo. Caralho, que delícia! Me chamou de louco por engolir a porra de um desconhecido. Eu o beijei e me disse que minha boca estava com gosto de pinto. Tentei marcar durante a semana com ele, mas não deu certo. Apesar da impressão de desconfiança, fiquei louco pra estar com ele num quarto, saber dos seus desejos, me envolver. Mas logo foi-se embora e perdemos o contato.

domingo, 5 de julho de 2020

Mais de Meia Xícara de Porra


Sempre tive fantasias com porra. Acho lindo ver o cara gozar e acho fascinante a sensação de engolir uma secreção do corpo de uma pessoa. A primeira vez que gozaram na minha boca foi no susto, de surpresa. Foi num cinema pornô na rua Aurora. Acho que chamava cine Aurora. Estava na platéia com um boy bem gatinho e simpático, eu me curvei sobre o colo dele pra chupar e, de repente, o jato na boca. Eu não esperava, e tinha muito medo. Tenho ainda, por conta do HIV. Veio direto na garganta e quase engasguei. Fiquei sentindo o dia inteiro vestígios da porra do moleque no fundo da garganta. Mas me deu um tesão danado. Outra vez, no cine República, também na platéia, com um loiro bem gato. Eu estava excitadíssimo com o cara, com o pau dele e ele também estava quase gozando. Eu tinha muito medo e pedi que não gozasse na boca. Mas no fundo eu só pensava na porra dele na minha boca. Quando ia gozar, avisou, tirou da minha boca e continuou se masturbando, mas eu fiquei com a boca ali, lambendo a cabecinha. Ele gozou na barriga. O cheiro me deixou louco de tesão, lembrava um pouco o cheiro de abacate (por mais improvável que possa parecer, me excitou). Lambi toda a porra da barriga e o gosto era uma delícia, suave, morna. Eu queria muito engolir, mas acabei cuspindo no chão. Uns meses mais tarde, encontrei esse mesmo cara no RG31, clube nudista que merecerá um futuro  post aqui. Chupei ele outra vez até gozar, a porra era mesmo deliciosa como da primeira vez, mas não tive coragem de engolir.
Não lembro da primeira vez que eu engoli. Não foram muitas vezes porque sou cismado. Lembro de um cara de Brasília que conheci na 269 e me levou para o seu hotel, na Consolação. Era um moço muito bonito, forte, pai de uma menina linda. Estava em SP a trabalho. Ele estava deitado e eu chupando. Gozou e engoli tudo. Depois ele gozou na barriga e puxou minha cabeça pra lamber. Lembrei do loiro do cinema. Mais recentemente, no hotel 269 no centro, fiquei com um rapazinho paraguaio, lindo de doer. Um corpo, um rosto, um boy dos sonhos. Era bem jovenzinho, uns 23 anos no máximo. Levei pro meu quarto. Estava deitado na cama chupando ele, que estava de pé ao lado da cama. Quando foi gozar, não deixei tirar. Engoli tudo, tudo, um puta tesão. Ele falou que nunca tinham feito isso com ele. Uma vez, na For Friends, fiquei com um médico hematologista chamado Otávio, se não me engano. Ele era tão gentil e agradável quanto gostoso. Eu estava chupando e ele disse que queria gozar, mas que gozava muito e era pra eu "tomar cuidado". Fiquei louco de tesão e continuei. Nunca tinha visto nada parecido, e poucas vezes vi na vida, só em filme. O cara jorrava porra pra todo lado, em jatos grossos e longos, e não acabava mais. O primeiro jato, infelizmente, pegou meu olho, o que foi bem desagradável. Sem exagero, foi mais de meia xícara de porra! Fiquei encantado. Outra vez vi um cara gozar até mais que ele. Foi no shopping Frei Caneca. Não lembro como me aproximei do cara, mas ele era aluno da escola do Wolf Maia. Me chamou pra descer ao estacionamento. A gente se chupou numa escadinha lá embaixo. Lembro que ele era um tipo afobado, entusiasmado. Não exatamente bonito, mas interessante, alto, de traços fortes. Pediu pra eu me afastar: "só olha, você nunca viu nada assim". Batata. Os jatos voavam a mais de um metro de distância e pareciam não ter fim. Chegou uma hora que eu comecei a rir. Fiquei imaginando tomar tudo aquilo de porra. Era um namorado assim que eu queria, pensei. Também no shopping Frei Caneca, certa vez, chupei no banheiro, no mictório mesmo, um executivo bem bonito. Alto, loiro, de barba, cabelo curtinho, olhos verdes, pele corada de sol. Vestia um terno bege escuro que ficava lindo nele com uma camisa azul. Eu tava chupando e a babinha do pau dele era bem doce. Aquilo me deixou intrigado e doido de tesão. O pau não era muito grande, mas era tão bonito! E todo aquele mel que escorria e eu engolia. Chegou gente no banheiro e nos separamos. Alguns minutos depois, o reencontrei no banheiro grande perto do cinema e tinha um monte de cara lá se pegando. Chupei ele de novo, na frente de todo mundo. Tentei fazê-lo gozar, mas não rolou. Até hoje eu penso em como teria sido delicioso engolir a porra docinha. Uma vez eu o vi na rua e quase fui atrás, louco por porra.
Mas tem algumas porras que são repulsivas. Uma vez, no Cabines bar da Consolação, tava chupando um cara bem bonitão (mas meio babaca, infelizmente) pelo glory hole entre duas cabines e continuei até ele gozar. Mas quase vomitei. Era uma porra super salgada com uma textura gelatinosa, muito nojenta. Curiosamente, esse mesmo cara gozou na minha boca uma outra vez e foi daora. Também no Cabines, uma noite tinha um cara muito bonito. Um cara mais maduro, de barba e cabelos meio grisalhos, usava uma camisa de linho linda, um gato. Tinha um olhar bonito, profundo. Demoramos para nos aproximarmos, mas fomos parar numa cabine. Foi muito gostoso e afetuoso o contato com ele. Eu o chupei até gozar. Não cuspi e fui beijar sua boca, ficamos trocando a porra de uma boca para a outra, até a porra ficar fria e eu cuspir, meio enojado. Mas foi um tesão. A última vez que tomei porra, foi lá também. Um carinha cubano, lindo, loiro de olhos azuis, corpinho bem liso, uma delícia de menino. Comi ele bem gostoso enquanto lambia sua axila depilada, depois chupei seu pausão e tomei todo o leite de rola. Uma fantasia que eu tenho é chupar dois ou três caras ao mesmo tempo até o fim, me encher de porra e engolir tudo.

Resfolegantes

Outra história da lendária sauna 269, que funcionou em plena Bela Cintra por alguns anos. A vizinhança, totalmente residencial, tratou de comprar o espaço para construir um prédio. Era um lugar como nunca se tinha visto em SP, no Brasil. Imensa, com boa estrutura, moderna e cheia de homem bonito. Eu era assíduo. Tinha trinta e poucos anos, no auge da forma física, com alguma estabilidade financeira e a libido bombando. 
Eu estava, como de costume, numa carência braba, mas a tarde tinha sido fraca, chovia e não tinha gente muito interessante ali. O Fábio, que já apareceu em algumas histórias aqui, passou desfilando de mãos dadas com um garoto lindo pela área dos chuveiros. Parecia um príncipe o menino, e eu tinha a impressão de conhecê-lo, sem conseguir lembrar de onde.
Estatura mais para baixa, corpo perfeito, mais para magro, mas tudo muito proporcional e harmonioso. O rosto parecida desenhado a bico de pena. Cada traço minuciosamente encaixado na métrica da perfeição. Pele clarinha, cabelos escuros cacheados, de comprimento médio, olhos muito azuis, grossas sobrancelhas escuras, nariz meio arrebitado e a boca mais linda que se pode imaginar. Fiquei encantado e cismado com a impressão tão nítida de já ter visto toda aquela beleza e não lembrar de onde. Como isso seria possível? Seria alguém muito parecido ou alguém que teve uma grande mudança na aparência?
Os dois se enfiaram na suite do Fábio e demorou para rever o garoto. Fui reencontrá-lo no andar de cima, onde ficava o labirinto.  Ainda não tinha anoitecido e a luz azulada ainda entrava pela clarabóia. Ele estava sozinho, encostado numa divisória preta de madeira (divisórias que formavam uma série de cabines do labirinto). Parecia indeciso ou inseguro. Eu também me sentia indeciso e muito inseguro diante de sua beleza. Mas ele me olhou, e no fundo do azul dos seus olhos tristes, queimava a brasa desesperada. Era hipnotizante o seu olhar, e fui me aproximando como a lebre atraída pela imóvel serpente. Toquei seu corpo delicadamente, a pele suave, o corpo delgado se aninhava no meu calor. Eu, que me tremia a princípio, fui me empoderando e controlando a situação. Gosto tanto de corpos pequenos, que meu abraço podem conter. É outra sensação, completamente diferente de um homem grande em que eu poderia me aninhar ou de alguém do mesmo tamanho. Cada tipo estabelece uma relação diferente, com suas particularidades que enriquecem essa ideia que criamos de alguém ou de nós mesmos em relação a esse alguém. Isso foi em 2008, há 12 anos, e ainda lembro do seu cheiro, do seu hálito, do seu gosto. Nos beijamos e foi muito intenso, nossos corpos se enroscavam, ele tinha os cabelos e pele ainda úmidos do banho recente. Segurei seu rosto onde a luz da clarabóia incidia e tive que dizer: Como você é lindo! Ele falou com voz baixa e frágil no meu ouvido, enquanto apertava meu pau com a mão: Quero te chupar.
Parecia tímido. Fui conduzindo seu corpo para dentro de uma das cabines. Não tinha trinco para fechar a porta e fomos para a do lado. Tiramos as toalhas e as penduramos sobre a porta. Foi, sem dúvida nenhuma, das experiências mais intensas da minha vida toda. Tudo fluía com tanta naturalidade e tesão. Meu coração batia forte, a respiração funda. Seu corpo passou inteiro pela minha boca quente. Eu metia a língua naquele cuzinho rosado, abocanhava os dedos dos seus pés, seus mamilos eriçados, seu pescoço e pau, o abdômen definido (pela yoga, soube depois), as axilas, a boca fresca. Ele me chupou até eu quase gozar. E passou meu pau naquela bundinha arrebitada. Foi sem camisinha mesmo. Fodi o cuzinho em todas as posições possíveis naquela cabine. No final, eu estava agachado com ele sentado no meu pau, de frente pra mim. Gozamos muito e juntos, num abraço, passionais.
Demorou um pouco pra recobrarmos os sentidos. Ficamos ali, abraçados, calados, suados, resfolegantes. Numa sintonia muito forte, num daqueles momentos em que um desconhecido parece fazer parte de você. Depois fomos tomar um banho e conversamos. Fomos para o bar e finalmente descobri de onde o conhecia. Ele é ator, faz TV às vezes. Mas eu o tinha visto no teatro, 7 ou 8 anos antes. Ele fazia um adolescente rebelde. Na época, estava bem mais forte, musculoso, e usava o cabelo curtinho. A peça era ótima, tinha um jogo de cena muito interessante com a cenografia, elenco jovem e afinado. Quando ele apareceu no palco, fiquei pasmo. Era tamanha a sensualidade que aquele garoto exalava, seu andar, seu jeito com o corpo, sua beleza impressionante, que fiquei vidrado. Meses pensando nele, apaixonado mesmo, bobalhão que eu era. Assisti a uma das últimas apresentações da peça, então não pude voltar. Foi chocante descobrir que era o mesmo cara com quem eu tinha acabado de transar com aquela volúpia toda. Eu disse que o vira na peça, mas não contei dessa paixonite toda, claro. Ainda menti que tinha visto uma outra peça importante que sabia que ele tinha protagonizado. Ele morava no Rio e estava em SP com um Shakespeare ao lado de uma grande estrela, um grande ator que admiro muito. Disse que estivera na 269 na véspera de natal e foi divertidíssimo. Tomamos um drink, conversamos um pouco e nos separamos. Eu queria mais. Agora que sabia quem ele era, seria ainda mais emocionante tocar seu corpo. Ele se fez de difícil, blasé. E sou orgulhoso. Voltamos ao labirinto e ficamos nos olhando de longe, como dois bestas. Ele ria às vezes. Eu deveria ter ido, dado em cima. Fiquei intimidado provavelmente. Anos depois, ele estava fazendo uma novela das 21h, um papel meio polêmico, apareceu seu perfil no Facebook e mandei uma mensagem. Disse que estava gostando do trabalho, que estive com ele anos antes. Ele disse que eu parecia conhecido, mas fiquei com vergonha de contar essa história. Recentemente o vi no Sesc Pinheiros, saindo do elevador, ainda bonito, um tanto pálido com os cabelos descoloridos para um personagem. Parecia um desconhecido completo, e é.