segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Sete Meses

2020, um ano que provavelmente vai marcar a humanidade por muito tempo. Sobretudo pela pandemia do coronavírus que se alastrou mundo afora e cujos desdobramentos e sequelas ainda nos são desconhecidos. O fato é que, desde 03/03/2020, não tive qualquer contato físico. Solteiro e convivendo com parentes idosos (justamente o grupo mais vulnerável ao vírus), passei os últimos 7 meses sem tocar ou ser tocado por ninguém. Foram 7 meses sem ir a São Paulo, sem um beijo, um abraço, nada. Quando entro num Uber com um motorista bonitinho,  só penso em tocar sua pele. Momentos de desespero, desânimo, revolta, tesão louco, apatia, medo. Nunca tinha ficado tanto tempo sem sexo, sem me sentir desejado, sem trocar carinho. Foi duro e triste. A doença encontrou pelo mundo líderes absolutamente incapazes de gerir a crise sanitária e fez, até hoje, mais de um milhão de mortes. O Brasil teve a infelicidade de passar por esse momento tão delicado sob o comando de um dos seres mais abjetos e indignos do cenário político mundial. Têm sido meses de muito sofrimento, muitas mortes, muita loucura, desinformação e mau caratismo explícito. Chaturbate, um site de "lives" em que pessoas ao redor do mundo se despem, se exibem, se masturbam, fazem sexo, tudo em troca de tokens (que eu mal sei o que significam exatamente, mas são revertidos em dólares, descontando uma pequena comissão ao site), tem sido minha válvula de escape. Homens de todos os tipos fazem a vida lá e passam horas por dia com a câmera ligada. Corpos esculturais, rostos atraentes, closes íntimos, fetiches, conversas picantes, pitadas de vida real e baciadas de ilusões bem embaladas para o consumo. Nunca gastei um único centavo no site, até porque estive mais quebrado que nunca nestes tempos de distanciamento social e com o Real bastante desvalorizado, mas fiquei viciado em assistir ao conteúdo gratuito e, quando eles permitem, mandar mensagens adulando os meninos. Nas últimas semanas meu trabalho voltou a funcionar e precisei ir a SP. Quanta ansiedade me acometeu na noite anterior. As coisas estão voltando a funcionar com novas regras de segurança, e fiquei calculando o que seria menos arriscado. A 269 poderia ser uma furada ou uma excelente opção. O Cabine's Bar também. Onde ir sem me sentir culpado de pôr em risco a saúde, quiçá a vida, de familiares, e até mesmo a minha? Resolvi procurar um garoto de programa ou massagista. Restringir o contato íntimo a uma pessoa me pareceu sensato, visto que me seria impossível voltar pra casa sem saciar corpo e mente de sexo. Busquei no Google e salvei alguns contatos na agenda. Durante a viagem, mandei mensagens pedindo informações. Um deles é ator pornô cuja bundinha sempre cobiçei. Mas foi responder só no dia posterior. Outro era muito interessante, mas a mensagem sequer foi recebida. Uma casa de massagem masculina mandou mais de 50 fotos de garotos, mas nenhum me apeteceu. São geralmente bonitos, mas preciso sentir no olhar algo indefinível que me acende o desejo. Ou talvez todos tenham muita cara de garoto de programa e isso me desestimula. O ônibus estava chegando ao Tietê quando um cara respondeu. Simpático, atencioso e bem gato, massagista tântrico, cabeça raspada, corpo bonito, suave, (não suporto o tipo bombadão), rosto super interessante. Eu tinha muita coisa pra resolver durante o dia, tempo contado porque agora o último ônibus de volta é bem mais cedo. Desci na rodoviária apertadíssimo pra ir ao banheiro, um grande desconforto abdominal. Todas as cabines estavam ocupadas e, enquanto aguardava, um rapaz alto, puxando uma mala cinza de rodinhas, passou por mim, encarando, e dirigiu-se ao mictório. Fiquei lisonjeado porque ele parecia um garotão bonito, bem vestido. Mas não era o momento. Depois que consegui usar o banheiro, enquanto lavava as mãos, o mesmo cara se aproximou. Veio lavar as mãos quase ao meu lado e olhava com insistência. Aparentava ser bastante jovem, em torno de 23 anos, um tanto mais alto que eu, algo como 1,86m, pele de um moreno claro, cabelos escuros ondulados, fortão e um pouquinho acima do peso (notava-se um pouco de gordura na cintura). Sem dúvida, um rapaz bem interessante. Seu olhar era incisivo, mas, talvez pela carência, não me incomodava. Os últimos sete meses rodaram na minha cabeça numa fração de segundo e, automaticamente, fui para o mictório. O cara que cuida da limpeza estava presente, com uma postura desagradável, quase a expulsar todos os usuários que se demorassem no recinto. A maioria não estava ali exatamente para satisfazer às necessidades fisiológicas esperadas pelo funcionário. Muitos, como eu, estavam na seca há meses e a simples visão de uma rola dura valia arriscar-se ao vexame público. O menino logo veio pro meu lado. Deixou a mala numa posição que ocultasse um pouco nossas intimidades, e ficou de olho no meu pau, sem muito constrangimento. A situação toda me deixou um pouco nervoso, apesar de excitado. Estou definitivamente destreinado. Não foi tão fácil de conseguir uma ereção, mas olhar para o sexo de um homem a alguns palmos de distância dos meus olhos era um bálsamo. Fiquei morrendo de vergonha de ficar olhando, mas era tão bonitinho que aquele pau estivesse duro por minha causa. O faxineiro começou a berrar que tinha gente no banheiro havia mais de uma hora, e desisti. Guardei o pau, fechei a braguilha e, antes de sair, meti a mão e segurei o pau do moleque. Estava em São Paulo havia menos de 20 minutos e já tinha uma rola macia na palma da mão. Que terrinha generosa. Foram poucos segundos e nem me atrevi a bater uma punhetinha pra ele, mas foi  satisfatório. Fiquei tímido e saí apressado. Passei uma água nas mãos e me mandei. Observei que o garoto veio atrás. Parei na rampa que leva ao metrô por curiosidade, pra ver qual era. Ele me cumprimentou com o cotovelo, como se eu não tivesse acabado de pegar no seu pinto duro. Perguntou se eu chegava ou partia e contou que estava chegando de Frankfurt e em meia hora partiria para Santa Catarina, onde mora. Seu pai estava fazendo um trabalho na Alemanha e ele foi fazer companhia durante a pandemia. Desfeiteou nosso encontro chamando o banheiro de nojento e cheio de gente estranha. Era uma descrição até honesta, mas me pareceu um tanto vazia, visto que ainda guardava tão clara a sensação do seu pau pousado na minha mão. O calor, a pele macia e levemente úmida, a textura borrachuda de rola dura. Eu ainda estava mexido com essas sensações e ele veio com aquele papo careta e elitista. Logo nos despedimos e fui resolver minhas outras pendências. Corri bastante pela cidade toda e fui falando com o careca. Ele atendia no Paraíso, além de massagista, fazia sexo e o preço não era inviável. Pedi mais fotos e mandou um link. Que garoto bonito! Pedi pra me atender às 19h e ele deu o endereço. Nunca fui à casa de um garoto de programa e fiquei tenso, bem tenso. Todo mundo já ouviu histórias terríveis. Na saída da estação Paraíso, pedi informação sobre a rua para um funcionário do metrô, que consultou o mapa, indicou como chegar à rua e despediu-se com um "vai com Deus, boa sorte lá". Bastou isso pra que eu me sentisse reencorajado. Notei só ali que o endereço não era de apartamento, o que me deixou menos seguro novamente. O garotão pediu que eu ligasse assim que chegasse porque a campainha não estava funcionando. Não foi preciso porque a porta estava aberta. Dela saiu uma cara conhecida. Cara e corpo conhecidos. Sérgio, também massagista, que já me atendeu uma vez (e me comeu bem gostoso) numa casa de massagem da Vila Mariana. Depois vim a saber que se tornou ator pornô relativamente famoso sob o nome de Daniel Toro. Luzes acesas, porta escancarada, outros homens por ali e uma súbita calma me dominou. O que eu imaginava ser a residência do boy, era uma casa de massagem. A recepção estava vazia e aguardei um pouco antes de avisá-lo por whatsapp. O recepcionista retornou e me conduziu ao andar superior. Logo no topo da escadaria estava o quarto com o garoto. Pedi a direção do banheiro, mas o cumprimentei brevemente, e fiquei encantado com a sua beleza. Igualzinho à impressão que tive das fotos: jovem, sensual, olhos penetrantes e francos. Ao voltar do banheiro, entrei e passei a chave na porta. Era um quarto pequeno, uns 9m², em tons azulados. Tirei a roupa e larguei minhas coisas sobre uma pequena poltrona, inclusive a máscara. Ele pôs a indefectível música ambiente pra tocar (o que eu detesto) e trocou a iluminação do quarto pra uma lâmpada vermelho sangue que me assustou um pouco. Perguntou se eu preferia essa ou esta: mudou pra uma luz azul mais clara. Como esta me permitia vê-lo melhor e era mais agradável e relaxante, foi a escolhida. Pareceu surpreso com a escolha, talvez por ser preterida pela maioria dos clientes. Pediu que eu me deitasse de bruços e iniciou a massagem pelos pés, a mesma massagem que todos os caras dessas casas fazem. Mas tinha um toque agradável e alguma sensibilidade pra detectar pontos de tensão. Começam sempre pelos pés, depois pernas, glúteos, costas. Todos têm o péssimo hábito de deixar o celular ligado, as notificações chegando a cada minuto. Muitos inclusive continuam checando enquanto fazem a massagem. Sentou com o pau pousado na minha mão, e logo ficou duro. Não é a posição mais propícia e confortável pra masturbar um cara, mas que sensação de realização estar novamente assim com um garotão pelado na cama. A massagem foi se alongando e eu queria que sobrasse tempo pra um contato mais, digamos, interativo. Deitou sobre meu corpo e roçava o rosto na minha nuca quando pedi: posso te chupar? Agora ele estava deitado de costas, oferecido ao meu deleite, como bolas de sorvete numa taça. Homem bonito de cabeça raspada é foda. Beijei o peito, os mamilos, chupei a axila esquerda e desci. Chegou o momento aguardado há sete longos meses, quando teria finalmente uma rola pra mim, do jeito que eu mereço. Era, diga-se, uma belíssima rola. Grossa, bem tratada, macia, cheirosa, cabeçuda. Com que contida avidez desfrutei desse momento. Chupei e chupei, lambi e beijei, cheirei e olhei de pertinho cada detalhe, e voltei a chupar muitas vezes. O cara tava curtindo e sinalizou que também queria me chupar. Quando virei, observei que havia um espelho no canto, apoiado no chão, bem perto do colchão. Fiquei olhando ele me chupar no espelho e me senti lindo e feliz. Da maneira mais orgânica possível, logo estávamos num 69 gostoso. Em algum momento desci a um dos seus pés e chupei cada dedo, depois fui desbravar o cuzinho com a língua. Maravilhosa visão, aquele tipo de cu que parece até uma bocetinha rosada. No anúncio ele dizia ser exclusivamente ativo, mas estava bem receptivo à minha linguada profunda. Quando retornei ao pau, ele estava quase flácido. Soltou do meu pau e disse que ia pôr um anel peniano. "Põe não, eu gosto assim". Outra vez ele pareceu surpreso. "Ah, você gosta assim?" Nesse breve diálogo rolou um beijo bem gostoso e delicado. Teria sido desnecessário o anel, posto que seu pausão ficou duro em segundos. Pedi: "Posso te lamber de quatro?". Por um segundo respirou fundo e olhou pra cima. Soltou o ar respondendo "Pode, mas não vai muito fundo com a língua, tá?". Explicou que está fazendo um tratamento para fissuras anais. Morro de aflição e fiquei um pouco desestabilizado, mas a bundinha é tão incrível que logo estava me deliciando com seu cuzinho na minha boca. Entrei por entre suas pernas e dei meu pau pra ele chupar. Rodrigo é o nome dele. Nunca sei se é nome de guerra ou real. Viramos de lado pra seguir num 69 e eu precisava gozar, senti que nosso tempo ia acabar. Toquei uma punheta chupando a rola macia e gozei no seu abdômen musculoso. Era muita porra e a luz azul ressaltava o branco, parecia marshmallow. Foi um gozo intenso e demorado, meu corpo tremia em espasmos de prazer. "Sujei você todo". "Delícia", ele disse, sem muita convicção. Passou um lenço de papel e me ofereceu alguns para me limpar. Nos vestíamos quando senti necessidade de compartilhar: "cara, fazia sete meses que eu não tocava em ninguém". "Bastante tempo. Pandemia, né?", respondeu. Disse que ia tentar ir à academia ali perto. Era da área de TI, trabalha ali há 6 meses e achava que valia a pena, tanto financeiramente quanto em qualidade de vida, tinha agora mais tempo livre e menos encheção de saco. Paguei no cartão. Disse que era pra eu voltar sempre. Como se eu tivesse dinheiro pra isso.