quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Os Encantos dos Meus Dedos

Há algumas semanas, voltei a São Paulo.  Precisava muito sair, mesmo sem grana, mesmo sem ânimo, mesmo sem ter muito o que fazer. Assisti no shopping Frei Caneca ao documentário Elis & Tom - Só Tinha de Ser com Você e chorei pra caralho. A beleza e o talento me comovem. Caminhei até a Roosevelt e não vi um único conhecido. Os anos se passaram. No Sesc Anchieta estava rolando uma estreia de peça da Christiane Jatahy,  muito burburinho,  também não vi nenhum conhecido, exceto Dr. Dráuzio Varela e Regina Braga (que conheço só de vista), sempre adoráveis. Desisti de ver a peça por conta do horário e fui ao Dédalos Bar. Estava lotado como da última vez e tão agitado quanto. Mas não era um clima muito agradável para mim. Talvez o problema fosse eu, cansadissimo,  provavelmente deprimido e brocha. Até tinha tomado a dose de Viagra,  mas tomei errado, umas 3h antes de chegar ao local.  O calor era asfixiante em alguns pontos da casa, e ver os caras se pegando em qualquer lugar, como cachorros no cio, me pareceu um tanto grosseiro. Talez até  porque ninguém estava lá muito interessado em mim. A todo momento eu pensava que deveria ter ido ao Cabine's.  Tinha um rapaz muito bonito que parecia tímido ou retraído. Estava de bermuda, sem camisa (a maioria fica sem camisa, de jockstrap ou pelado mesmo). Corpo lindíssimo,  com uma tatuagem que traçava uma linha em torno dos seus ombros, peito e costas, alguns pelos no peito, barba dourada, olhos verdes, rosto muito interessante. Era um gato, lembrava um guerreiro romano de alguma superprodução hollywoodiana dos anos 60,  mas se esgueirava pelos cantos sem deixar que ninguém se aproximasse. Entrou numa salinha vazia e olhou para mim, desabotoou a bermuda e tirou o pau mole pra fora. Fui me aproximando e lambi seu mamilo protuberante. Pegou no meu pau sobre a bermuda e, logo que entendeu que seria difícil uma ereção, foi-se. É terrível ser desprezado porque seu pau está mole. E é até compreensível. E  terrível justamente por ser compreensível. O resto de autoestima que ainda preservava foi-se com o gato. Música alta me desnorteia. Tinha vários caras bonitos, atraentes. Tem um corredor com uma espécie de nicho com um colchão.  Sobre ele, um corpo deslumbrante na posição de quatro chupava um cara magrelo. A bundinha bem arrebitada na entrada desse nicho, no meio do corredor. Uma senhora bunda. Perfeita, irretocável. Apalpei, abri com as mãos para ver o cuzinho.  Lindo botãozinho rosado no meio da musculatura firme, macia e arredondada. Tanta beleza que quase lambi, mas fiquei com receio e nojinho porque o cu estava úmido e havia enormes possibilidades de ser porra. Jamais lamberia porra sem saber de quem. Depois sentou no pausão do magricela. Visto de costas, era um corpo impressionante,  pele lisa e clara, cabelos escuros, musculatura lindamente desenvolvida, ombros e costas largos, cintura fina e aquela bunda de moleque que me endoideceu. Mas visto de frente era um cara mais velho, talvez da minha idade ou um pouco mais, cabelo nitidamente tingido de escuro,  rosto não muito harmonioso e uma barriguinha de tiozão. Mais tarde voltei ali e ele estava agora de pé em frente ao colchão e comendo o magrela. E era hipnotizante seu corpo, e sobretudo a bundinha. Os caras iam parando no corredor pra ver aquele corpo se movendo, bundinha pra frente, bundinha pra trás.  Cheguei perto, alisei e dei-lhe um tapa na bunda. Arranhei com as unhas a pele macia e meti um dedo no cuzinho. "Ai, que tesão ", ele disse. Meti dois dedos e o cara quase largou a bunda do magrelo pelos encantos dos meus dedos massageando sua próstata. Fiquei andando de cima pra baixo e, pelo que consigo me lembrar, saí  como entrei, sem pegar ninguém.

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