segunda-feira, 3 de abril de 2023

Pelos no Cuzinho



  Acordei mais cedo do que precisava para o horário da minha viagem. Já havia comprado a passagem no dia anterior para pegar o ônibus no ponto do mercado, sem precisar ir até a rodoviária. Escolhi, estrategicamente, a mesma poltrona de sempre, para a ida e para a volta, 45, janela, a última do lado esquerdo. Tinha consulta marcada para às 11h em SP, e meu ônibus, das 9h30, demorou um pouco para chegar ao ponto. Quase todas as poltronas estavam ocupadas. Na 46, ao lado da minha, um jovem super bonitinho que me lembrava, nebulosamente, de já tê-lo visto por aí. Talvez até tenha sido em outras viagens. Magrinho de corpo bem feito, ombros largos, cabelos claros lisos, olhos verdes. Um tipo bonito, mas um tanto sem sal, sem personalidade. Havia, desde o início, uma tensão sexual entre nós, algo inexplicável que a gente sente, mesmo que a pessoa não dê qualquer mostra de interesse. Nossos corpos se tocavam gentilmente o tempo todo, mas havia gente por perto. A última poltrona do lado direito é separada de nós apenas pelo corredor estreito, mas fica posicionada um pouco mais à frente, dificultando um pouco a visão. Era ocupada por um cara grandão de cabelos cacheados e óculos escuros. O garoto e eu íamos colando cada vez mais nossos corpos, mas foi um processo lentíssimo, de uns 40 minutos. Só então, totalmente do nada, ele mostrou seu pau duro sob a calça colada, olhando em meus olhos por sobre a máscara protetora, ainda obrigatória em transportes públicos. Sorri maliciosamente e agarrei a rola bojuda com força. Não pensei para agir, como imagino que deva ser para se jogar de paraquedas. Logo estava com a mão dentro da calça do moleque. Mantinha a atenção no cara da poltrona ao lado, seria bastante constrangedor se ele virasse o rosto em nossa direção. Mas foi a senhora que estava sentada na poltrona à frente da minha que levantou-se para descer em Guarulhos. Então o moleque pegou sua mochila e pôs no colo para ocultar nossas safadezas. Fui descendo a mão pelo períneo e cheguei ao buraquinho. Depois meti a mão por trás, por baixo dele, e fiquei brincando só no cuzinho. Ele deu uma pegada no meu pau, mas estava meio mole. Cheguei a dar uns beijinhos nele, no pescoço, orelha, mas o cara era frio, distante. Ou talvez estivesse nervoso com a situação. Perguntei se ele era da minha cidade e apenas disse que não. Seguimos o resto da viagem em silêncio e restringiu-se a dizer tchau quando se levantou. 
   Minha consulta era com urologista numa clínica que trata de disfunção erétil. Nas consultas que fiz até hoje (dr. Consulta) apenas sugerem uso de Viagra e Cialis, não pedem exames mais específicos, não sei o que tenho, é sempre um atendimento displicente e frustrante. E não há melhora alguma. Só piora, na verdade. O médico foi atencioso, fez um exame para verificar a sensibilidade do pênis, que está muito boa, nem em excesso (o que pode gerar ejaculação precoce), nem falta de sensibilidade, está no nível considerado ótimo. Já o exame da circulação (doppler peniano) mostrou que há uma obstrução nas artérias que fazem a irrigação do órgão, comprometendo em mais de 50% o fluxo sanguíneo necessário para uma boa ereção. Depois da consulta, o médico me encaminhou a uma sala onde um carinha com uma vibe constrangedora de coach tentou me convencer a pagar 10K por medicamentos manipulados para 3 meses de tratamento e prometendo algo como 90% de recuperação nesses 90 dias e "cura" completa em até 1 ano. Assim mesmo, sem apresentar qualquer estudo científico que embasasse a experiência nem explicar porque a droga custaria essa fortuna. Fui pego desprevenido e na hora não pude confrotá-lo, mas saí de lá com o estômago revirado de imaginar quantos homens, desesperados com toda a pressão que nossa cultura joga sobre a performance sexual masculina, acabam caindo nessa conversa e vão enchendo os bolsos desse pessoal inescrupuloso. Mas agora tenho ao menos uma direção para me tratar. Já mudei bastante minha alimentação no último mês e, da próxima vez que for a SP, vou procurar outro médico para um tratamento que ajude a desobstruir essas artérias e meu corpo todo, pois tenho certeza de que muito do cansaço extremo que sinto nos últimos anos deve ter relação com isso.
   Fui, como de praxe, ao Cabine's. Nada muito promissor, ninguém que tenha me interessado realmente, mas fiquei com um carinha gostosinho, alto, barba espessa, bom porte físico, uma bundinha deliciosa, com uns pelos no cuzinho que me deixaram com muito tesão. Meti a língua e fodi gostoso até encher de porra dentro. Mas foi a única transa pelo que me lembro, e não houve entre nós nada além da pegação. Sequer conversamos.
   Era sexta-feira pré carnaval, 17/02/2023 e a rodoviária estava lotada na hora da volta. Esperei mais de uma hora até chegar o horário da passagem que consegui trocar para mais cedo, porque estava muito cansado e resolvi voltar antes. Consegui o mesmo número 45. Fiquei sentado observando dois jovens de por volta dos 20 anos conversando. Ambos eram muito bonitos. Um deles era bem tipo garotinho, branquinho, cabelos sedosos castanhos claros, rosto perfeito, com sorriso doce e encantadoramente imaturo. Lábios de um vermelho vivo, nariz com uma curvatura elegante que o torna levemente arrebitado, olhos escuros e vivos, quase sem vestígios de barba. O corpo era fortinho e sensual, contrastando com a doçura do rosto. O outro garoto era  quase oposto ao primeiro, mas igualmente delicioso. Bem mais alto e magro, tinha musculatura bem definida e pêlos escuros e finos nas pernas, braços, axilas (estava de regata) e no abdômen definidíssimo (que exibiu algumas vezes ao passar a mão de forma muito sensual, para delírio e tortura dos meus olhos). Os pés e mãos eram hipnotizantes, de formas perfeitas, de extrema masculinidade em ossos, músculos, tendões e veias. Apesar de ser muito jovem, tinha um tipo mais "homão", com rosto de traços bem mais finos e fortes que do outro menino, com bastante barba que, apesar de raspada, era impossível esconder. Sobrancelhas grossas sobre olhos sérios e espertos, nariz pontiagudo, queixo quadrado, pele bronzeada, todo ele malícia e malandragem. Uma delícia. Foi até difícil abandoná-los quando se aproximava a hora da viagem. Ao chegar à plataforma de embarque, soube que os ônibus estavam atrasados. Muita gente amontoada aguardando e vi um cara que me pareceu familiar. Alto, corpo forte e com um pouquinho de barriga, grisalho, rosto interessante com um certo prognatismo. Um tipo bonito, charmoso. Ele também me olhou, nos cumprimentamos de longe, meio sem graça, e ficamos nos olhando durante a espera. Felizmente o ônibus, apesar do tumulto, não ficou muito cheio. Por coincidência, esse cara estava sentado na poltrona na frente da minha. Sem ninguém ao meu lado e nem no dele. Parecia indócil olhando para mim, desconfortável por não estarmos juntos. Quando o ônibus ia partir, entrou uma família e foram sentando em poltronas separadas ao longo do ônibus.  Um menino pequeno veio sentar ao lado do cara e uma senhora idosa, que devia ser avó do menino, estava se preparando para sentar-se ao meu lado quando o cara se ofereceu para trocar de lugar com ela, assim ela cuidaria do garoto (e ele de mim). Não demorou muito para puxar assunto. Mora em SP, 40 anos, tem um cargo alto numa instituição financeira poderosa, casado com um cara mais velho. Eles têm casa na minha cidade e passam os finais de semana aqui. Para minha surpresa, o cara me conhece, sabe da minha profissão e até depois descobri que me segue no Instagram com uma conta profissional. Foi logo dizendo que o seu casamento é antigo e que hoje não são monogâmicos. Não demorou muito para rolar um beijo e ficamos nos pegando sem lembrar da vovó com o menino sentados a dois palmos na nossa frente. Logo estava com o pau pra fora, um puta pausão grosso da porra. Detesto cara que empurra minha cabeça pra chupar, fico enojado com esse comportamento. Sobretudo num ambiente público, com gente em volta. Mas, ainda assim, um tanto contrariado,  dei uma chupada naquele tolete e fiquei com tesão. Quis que eu virasse a bunda pra passar o pau em mim, mas fiquei com vergonha. Tentou diversas vezes dizer algo no meu ouvido, mas tive cócegas e um ataque de riso irreprimível e escandaloso todas as vezes. Quando estávamos chegando à rodoviária, sugeriu que eu pegasse uma carona com o marido, mas declinei, fiquei tímido. Falamos um pouco por whatsapp, pensamos em marcar algo, mas não rolou. E não senti confiança. Essa história de querer colocar o marido no rolo, que nunca vi nem sei como é, me deixa com o pé atrás.

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