sábado, 14 de novembro de 2020

Um Estalo




Duas semanas depois da minha "reestréia" (ver postagem anterior), estava voltando a São Paulo. Enquanto aguardava o ônibus, sentou ao meu lado um garoto que parecia bem bonitinho. Magrinho, de camiseta, bermuda e tênis, apesar do frio repentino daquela manhã de primavera. O ônibus das 8h estava quase vazio. Sentei na última poltrona da janela do lado direito, e o garoto magrinho foi sentar na última do lado esquerdo. Ninguém à nossa volta e minha imaginação é frouxa. Como tive a impressão de ser um rapaz bem jovem, evitei olhar muito pra ele. Acho escrotíssimo tiozão dando em cima de moleque. Aliás, quase sempre acho escrotíssimo qualquer um dando em cima de qualquer um. As coisas simplesmente acontecem. Forçar a barra é vulgar, deselegante, inconveniente. Esqueci do boy, me desliguei durante o percurso, mas, lá pro meio da viagem, me deu um estalo. Não entendo muito dessas coisas, mas não posso ignorar o fato de que sou "sensitivo". Tenho uma percepção muito aguda, ou ao menos muito mais aguçada que a maioria das pessoas, de algumas formas de energia. Não é algo consciente, que domino como ferramentas para me relacionar com o mundo, como são os cinco sentidos, por exemplo. Nem sempre é uma percepção tão nítida também. Mas nesse momento, foi. Veio o estalo, e meu pescoço girou na direção do menino. Que olhava fixamente para mim. Por alguns segundos nossos olhos se ligaram, mas fiquei tímido e virei o rosto para a janela. Foi difícil voltar a olhar pra ele, mas então constatei que continuava buscando meus olhos. Desta vez, não desviei. Mantive o olhar, encarei mesmo, e logo veio aquele gesto universal que todo viado que se preze conhece: a mão no pau. E minha reação foi pronta: soltei o cinto de segurança e me mudei para a poltrona ao lado da dele.  Talvez em menos de um minuto já estava debruçado sobre seu colo, com uma rola dentro da boca. Seu rosto sem máscara era um pouco diferente do que havia imaginado. Um rosto interessante, com traços indígenas e não tão jovem quanto havia suspeitado. O corpo era magro, bem equilibrado em proporções, liso e firme. Assim que sentei ao seu lado, pousei a mão esquerda sobre sua bermuda de surfista. Pau duro. Desceu a máscara ao queixo e me cumprimentou com voz forte, grave, e certa timidez. Fazia o gênero hétero esforçado, quase forçado. Pus a mão dentro da bermuda e puxei seu pau pra fora. A circuncisão tinha deixado cicatrizes bem visíveis na pele morena. Era um pau bonito, de bom tamanho e grossura. Nada excepcional, mas naquele momento, dada a surpresa, era bem além do que imaginei para aquela manhã. Seu abdômen definido sem vestígio de pelo, a cintura estreita, as coxas musculosas. Chupei calmamente sob o sol da manhã que entrava pela janela. Pau é macio e delicado, e como é bom constatar isso novamente. Adocicado na ponta da língua. Depois tirei o meu pra fora, e ele parecia hipnotizado. Observei que meu pau está menor, bem menor. Não é loucura minha, depois fui medir e vi que perdi 4cm de pau. Marquei urologista. Ele não sabia disso, claro. Segurou, lambeu os lábio, olhou pra mim, muito de perto, respirando face face, com um ar de riso desafiador nos lábios, os olhos cor de mel atravessados pela luz do sol. Olhou para a frente do ônibus, tudo tranquilo. As pessoas mais próximas de nós estavam a três poltronas de distância. Sorriu outra vez, só com o canto da boca, e deslizou o rosto sobre meu corpo até abocanhar minha glande. Fechei a cortina da janela e acariciei seus cabelos finos e brilhantes, massageando o crânio com as pontas dos dedos. Parecia calmo e satisfeito com os olhos fechados como numa oração. Eu monitorava o ônibus e recebia sua boca quente e úmida. Subiu a cabeça para espiar e voltou mais tranquilo ainda. Minha mão esquerda já estava dentro da bermuda, apalpando a bundinha macia e lisa, o cuzinho na ponta do meu indicador, relaxado. Sussurrei "deixa eu passar meu pau na sua bunda, deixa?". Sentou-se decidido "não viaja, isso não vai acontecer, você tá louco". Eu tava. Nada teria acontecido. Durante a viagem inteira ninguém saiu do lugar. Exceto eu. Mas não quis, ou não se permitiu. Chupei de novo. Puxei sua coxa sobre a minha, deslizava as mãos pelo seu corpo delgado. "Delícia", falou sem medir o tom de voz. Eu queria gozar. Sabia que não teria tempo de procurar sexo aquele dia. Gozei alí mesmo, pus o pau pra frente e gozei no chão. Ele olhava compenetrado. "Passa o pé, espalha", pediu. Passei o dedo na cabeça do pau, lambi e guardei. Uma grande paz acompanhava o sangue quente pelo meu corpo. Passei displicentemente o pé no chão pra espalhar o esperma no piso de aço com linhas em relevo. "Delícia" repetiu. Conversamos o resto da viagem. Está morando na minha cidade há poucos meses, tem 25 anos, nasceu no mesmo dia e mês que eu. Desempregado, gosta de cantar pop e sertanejo. Meu coraçãozinho caprichoso ficou desapontado com seu gosto musical. Passou seu número, disse que quer me rever, mas acho que eu não quero. Antes de desembarcamos, fez questão de esfregar o pé na minha porra, nóia do caralho. Nos despedimos no metrô, com um breve aceno.

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