sábado, 11 de março de 2023

Whatever

 

Tenho ido muito raramente a SP. Estou passando por um momento difícil. A questão financeira é muito importante, mas também há sérias questões familiares, políticas, profissionais e pessoais. Sinto-me desanimado e triste. Como se minha vida tivesse chegado a um ponto definitivo que me desagrada quase completamente. Tenho estado bastante desinteressado por sexo e tido pouquíssimas experiências na minha cidade. Mas há momentos em que a libido explode e não tenho com quem extravasar. É angustiante. Num desses episódios, me mandei pra SP à procura de alguma aventura que me saciasse. Era um sábado e fui ao Cabine's bar sonhando em rever alguns caras que já encontrei por lá. Geralmente sábado é uma noite ótima, bem animada, mas estava horrível. Pouca gente e ninguém interessante. Uma imensa decepção para mim, depois de meses sem sexo. Eram mais de 18h quando decidi ir para outro lugar. Aos sábados meu último ônibus para voltar para casa é ainda mais cedo. Corri pro Dedalos Bar, na República. Estive lá logo que inaugurou, mas estava completamente vazio e não fiquei. Alguns caras têm me falado de lá, e tinha alguma esperança, mas também medo de outra decepção e de ter que voltar para casa sem nada na lembrança. Nos arredores, inúmeros traficantes me ofereceram padê aos gritos. Fiquei um pouco desconcertado. A revista para entrar na casa é praticamente na rua, o que também é algo constrangedor para tímidos como eu. O clima é totalmente diferente do Cabine's. É mais festivo, clima de balada, garotada animada. Estava bem cheio. A casa até que tem uma boa estrutura e o público é bem diverso. Todos os tipos de homens aparecem por lá, mas a grande maioria é de jovens. No térreo tem um bar simpático, circulado por uma espécie de arquibancada e uma área de armários com senha para o cliente guardar suas coisas e suas roupas, se quiser ficar sem elas. Muitos caras ficam sem camisa, outros de sunga ou jockstrap. O andar superior é o labirinto. Dificílimo de entender a geografia por enquanto. Algumas áreas sem luz, outras a meia luz, algumas cabines privativas. Estar num lugar novo já é estimulante. Não vi um único conhecido. E felizmente havia alguns caras muito interessantes. Fiquei bastante atraído por um moço de longos cabelos claros e ondulados. Estava só de sunga e tênis, rosto lindo, corpo gostoso, bronzeado. Sequer reparou na minha existência. Tinha também um coroa bonito, cara de safado. Ficou me olhando com bastante interesse. Comeu um cara no meio do corredor, olhando nos meus olhos. Outro bonito era loiro, baixinho, musculoso, talvez por volta dos 40 anos. Olhou pra mim diversas vezes, mas era o tipo fugido. Estava acompanhando também, não sei se eram amigos ou namorados. Eu não estava muito para ferveção ou "putaria". Como eu odeio essa palavra! Mas eu não estava pra putaria, sacanagem, zoeira... whatever. Queria me sentir desejado, olhado com atenção e respeito, receber e dar carinho, e uma boa transa. Do nada, me apareceu um cara olhando para mim, sorrindo. Mais ou menos da minha altura, rosto simpático, harmonioso, cabelo liso escuro, com uma franja meio de lado, corpo absurdo de lindo. Foi simples e fácil nossa aproximação, ele me levou para uma cabine espaçosa e bem iluminada. Fiquei muito satisfeito quando ele fechou a porta, nos isolando da bagunça. A porta fechada criara um mundinho particular para dois estranhos. Foi delicioso conversar com ele, acariciando sua pele e cabelos macios, beijando sua boca fresca e apertando sua musculatura vigorosa. Seu corpo se tornava mais deslumbrante a cada minuto em que o conhecia um pouco mais. Perfeição de formas e proporções. É um homem doce, cheio de sonhos, potencialidades e ambições. Tem uma trajetória de superação, com episódios sofridos e muita luta. E sua doçura permanece intacta. De toda a sua beleza, a bunda e o peito sobressaem. Entre eles, a cintura fina que me deixa doido de tesão. Lambi seus peitos redondos, seus pequenos mamilos rosados. Meti a língua naquele cuzinho delicado e ele delirou. Seu pau era bem pequeno e não tinha ereção. 

Fiquei excitado como há muito tempo não ficava. A penetração foi sem camisinha e um pouco difícil para ele, mas meu pau estava ótimo quase o tempo todo. Depois de um tempo me desconcentrei e perdi a ereção. Voltei a lamber aquele cu maravilhoso, coisa que nunca tinha feito na vida (lamber depois de ter penetrado), porque me causa má impressão. A ereção voltou boa e prosseguimos. Quero uma leitada, me marca. Fiquei um tanto cabreiro com esse "me marca", expressão usada por quem deseja ser contaminado com HIV. Mas eu já estava muito perto de gozar e gozei. Conversamos mais um pouco, mas não tive coragem de questioná-lo sobre isso. É um assunto que evito ao máximo infelizmente. Ele foi embora e fiquei sentado um tempinho no bar. Um cara simpático veio conversar, era engraçado mas não me atraiu. Tive muito medo de caminhar até o metrô tão tarde de noite naquela região. O centro de São Paulo está muito triste e abandonado, como há muito tempo não se via.

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