segunda-feira, 26 de março de 2012

Era o Colby Keller Quem Me Dava Tesão



   Foi o primeiro cara em quem reparei nessa tarde, e o único que realmente me atraiu. Ele estava sentado no escuro da sala de vídeo dos fundos. Passei por ele e pensei em sentar ao seu lado, mas fiquei sem jeito. Olhava pra quem passasse por ali com certa dureza; inclusive pra mim. Percebi sua beleza mesmo no escuro. O cabelo raspado, os brincos, seu nariz reto e bem feito. Bastante jovem, não muito alto, físico bonito, bem natural. No claro, surpreendeu por ser ainda mais belo do que eu havia suposto. Tinha pequenas sardas nos ombros e costas, olhos claros, uma tatuagem. Olhava muito para mim, mas eu não entendia o por quê. E fugia sempre que eu me aproximasse, eu não entendia nada.

   Pelo alto da escada caracol, vi um cara passar em direção ao bar. Parecia simpático, corpo legal, tipo interessante. Sorridente, cumprimentava todos que passassem pela sua frente. Ele tinha subido e entrou na sauna. Não sem antes se voltar para mim, como que me convidando a entrar também. Sentei ao seu lado. Estava descontrolada a sauna e o calor era infernal. Ainda lá dentro nos tocamos. Eu o chamei para irmos à cabine do banheiro, ali ao lado. Seu nome é Pedro, 35 anos. Corpo suave e com tudo em cima, apesar de mantê-lo apenas com 20 minutos de corrida, duas vezes por semana, segundo me disse. Como era bom beijar sua boca! Esse prazer estendia-se ao resto do corpo, que beijei milimetricamente. Uma bundinha digna de nota. Perguntei se ele gostava de dar (já estava com o pau em posição):

   -Até gosto, mas hoje não estou a fim.

   Resolvemos tomar alguma coisa no bar. Pedi um suco de uva, que estava delicioso; ele, uma cerveja. Sentamos no sofá do bar.

   -Você disse que fazia anos que não entrava aqui. Por que resolveu vir hoje? - perguntei.

   -Isso é engraçado. No caminho eu vinha pensando nisso e quase desisti. Nem sei dizer... É tão fácil achar alguém pra transar por aí... Quer dizer, não estou dizendo que seja fácil pra mim... Mas até tem dois caras, os dois lindos, me rondando, querendo sair comigo. Um deles mandou uma mensagem hoje cedo.

   -E você não quis por que?

   -Ah cara, estou meio esquisito ultimamente, meio que me resguardando um pouco. (pausa) Eu conhecei um cara, me apaixonei, mas não deu certo. Saímos só duas vezes. Não que a gente tenha transado. Não transamos. Mas me apaixonei. Daí descobri umas coisas sobre ele. (pausa) Ele é soropositivo, HIV.

   -Putz...

   -É. Descobri por acaso. Daí não consegui mais, é complicado.
 
   -Complicado mesmo. Mas você descobriu como?

   -Vieram me contar. Numa festa na casa duma amiga. Eu ia entrando no banheiro, daí veio um cara que eu nem conheço direito, me disse: "Hey, você tá transando com fulano? Ele tem AIDS! Mó furada, cara!"
 
   Continuou:

   -Perdi o chão. Já tava apaixonado, né? Foda. Não consigo mais sair com ninguém. Estou desabafando contigo, me desculpe - disse sorrindo tristemente

   -Mas você conversou com ele sobre isso?

   -Conversamos, fui na casa dele na mesma hora. Liguei e mandei esperar. "Ah, mas agora não posso, vou sair". Mandei esperar, falei que tinha que ser naquela hora, que ele me devia uma satisfação. É um puta cara perfeito: lindo, viajado, divertido, bem sucedido, conhece todo mundo. Meus amigos e tudo. Pra ver como nada disso tem valor...

   -Pior que é... O cara tem tudo e você já não quer mais nada com ele.

   -Cheguei e só perguntei: "você tem alguma coisa pra me falar?" Ele disse "tenho" e caiu no choro, encolhido no chão. Me fez muito mal tudo isso. Ainda me faz. Eu nem sabia direito como que era a AIDS, daí que fui pesquisar tudo na internet, falei com meu amigo que é médico. Depois fiquei sabendo da vida dele em Paris. Me contaram que ele era o maior putão em Paris, transava com todo mundo, desesperadamente.

   -É... Mas se for o caso, dá pra levar numa boa, tomando as precauções óbvias. Isso aconteceu com um amigo meu, ele era super novinho na época, 19 anos. Tinha um namorado lindo, uma graça mesmo, ator, bem mais velho. Contou que era HIV positivo assintomático. Contou no MSN, acredita? Foi foda, mas levaram por um tempo ainda a relação.

   -O foda é ele não ter me contado, perdi completamente a confiança, sabe?

   -Ah, mas imagine que é uma coisa difícil pro cara também. Vocês mal se conheciam. Como ele descobriu?

   -Teve uma crise, logo que chegou em São Paulo. Daí fizeram uma serie de exames e foi assim que ele descobriu. Faz pouco tempo. Não sei como eu me deixei envolver dessa forma, saímos duas vezes só. Não quero saber de ninguém agora. Você costuma sair pela noite? Nunca te vi por aí.

   -Eu tenho a impressão de já ter visto você. Ultimamente, saio muito pouco. Você vai aonde?

   -Conhece a Lions? Sempre lá.

   -Legal. Nunca fui, mas já ouvi falar.

   -É ótimo. Depois te passo meu celular, vamos combinar uma noite.

   -Vou pouco por falta de companhia. Sou meio antissocial.

   -Ah, pra sair tem que ser com amigos. Sozinho é horrível. Cara, vou entrar na sauna de novo, vamos lá?

   -Vou dar um tempo aqui. Me baixou a pressão aquele calor todo.

   Era mentira. O garoto de cabeça raspada passou por nós, me encarando, e eu queria tentar novamente.

   -Vamos lá no vestiário, vou te dar meu celular.

   Passou o numero e mandei uma mensagem sucinta pra que ele ficasse com o meu número também. Fui procurar o garoto e nada, ele desaparecia por longos períodos. Eu pensava que tinha ido embora, mas lá pelas tantas reaparecia. Me olhava, dava a entender que estava a fim, mas não queria nada. Lá no escuro apareceu um baixinho. Cabeça quase raspada também, loiro, bem claro, um puta corpo. Sob a toalha, seu pau parecia imenso, ereto, colocado de lado. Tentava escondê-lo com uma das mãos. Conversava bastante com um cara de barba, até interessante, que tinha chegado em mim de forma abrupta, o que me fez descartá-lo. Um pouco mais tarde reencontrei o baixinho no chuveiro. O corpo era fenomenal e o pau, idem.  O rosto não era bonito, mas gracioso, simpático. Fiquei de pau duro e notei que ele se interessou. Voltamos a nos encontrar no escuro e desta vez era fácil perceber que ele estava atento aos meus passos. Veio perto, numa saleta escura, encostou na parede ao meu lado. O beijo foi ótimo, a pegada que eu esperava. Virou-se de costas pra mim, arranquei sua toalha e me agachei ali mesmo. Lambi aquela bundinha musculosa e macia, cheirando a sabonete. Fomos pro banheiro. Guilherme é o seu nome, 25 anos. Adorava sentir minha língua dentro dele. Trocamos sexo oral e ele me lambeu a bunda como há muito não lambiam. Me encheu de tesão a sua língua, que fazia os movimentos certos, com a pressão certa, uma doidera!

   -Posso pôr a camisinha? - perguntei.

   -Põe. Mas vai com cuidado, faz tempo que eu não dou.

   -Pode deixar.

   Quando estava tudo pronto, encostei as costas na parede e sugeri:

   -Olha, vai pondo você mesmo. Vem sentando no meu pau.

   Assim foi feito. Nem senti quando estava tudo dentro. Comecei os movimentos lentamente. Quando senti que estava confortável pra ele e comecei a bombar, eu já estava louco de tesão. Fui decepcionantemente rápido, talvez menos de três minutos.

   -Já gozou?!

   -Pô, já... Desculpa.

   Ele tirou meu pau, removeu a camisinha e olhou o conteúdo. Sorriu pra mim. Lambeu a porra do meu pau e me beijou a boca.

   -Quer dar pra mim agora? - sussurrou.

   -Nossa cara, seu pau é gigante!

   -Vamos tentar?

   -Não rola, sério mesmo. Você quer gozar?

   -Ah, eu sei que vou demorar... deixa quieto.

   No banho encontrei o Roger. Queria saber se tinha alguém interessante na sauna. Comentei sobre o garoto de cabeça raspada. "Bonitinho mas bem metidinho", eu disse. "Ah, eu também faço a linha metidinho agora!", ele retrucou. Descemos e ficamos conversando nas espreguiçadeiras. Sobre dieta, malhação, saunas e homens - sempre o mesmo papo. Ele é simpático, gente boa. Mas só chupa de camisinha, não dá nem que fosse para o George Clooney. Ficamos analisando os caras que passavam e realmente só o de cabeça raspada, o metidinho, era bonito. Me convidou para fazer sauna com ele e eu não quis. Por um dos corredores, topei com o Alexandre, o mesmo cara de óculos com quem fiquei na última vez que tinha estado na sauna. Fui cumprimentá-lo:

   -E aí!

   -E aí.

   -Não lembra de mim?

   -Lembro sim... Tudo bem?

  Tive a impressão de que ele não se lembrou de imediato. Eu estava sem barba agora, o tórax depilado, talvez tenha me achado diferente. Dei um tapinha no seu peito e o deixei com uma piscada de olho. Depois ele se lembrou com certeza, me cumprimentou várias vezes sorrindo. Parecia meio cansado, abatido, talvez deprimido. O vi dormindo numa poltrona da sala principal. Eu bem queria que ele me chupasse outra vez, divinamente como havia duas semanas. Logo o vi se vestindo, ia embora. Quase fui lá falar com ele, não tinha ninguém de interessante que não fosse o-garoto-bonito-que-não-queria-nada-comigo. Mas fiquei com vergonha e ele se foi. O Roger estava se vestindo também. Estava bonito de terno. Subi para a sala de vídeo e esperei alguém aparecer.

   Eu só queria gozar com alguém me chupando. O garoto de cabeça raspada apareceu e encostou bem perto de mim. Mal o notei, um cara magrinho chegou do lado dele e em menos de um segundo desapareceram juntos. Sentei no sofá e apareceu um coroa. Já o tinha visto antes, várias vezes no dark. Feio de rosto, corpo razoável, à base de anabolizantes. Usava uma corrente no pescoço com duas daquelas plaquetas de identificação que se usam no exército. Tirei o pau pra fora e ele veio sentar ao meu lado. Me chupou, mas quando entrava alguém na sala, ele interrompia. O filme na tela era excitante, eu queria muito me concentrar na cena enquanto ele me chupava (muito bem, diga-se). Era uma cena com o Colby Keller, que eu acho delicioso, e um outro que eu nunca tinha visto. Era bonitão também e beijava o Colby Keller, chupava o pau do Colby Keller, as bolas do Colby Keller, a bunda do Colby Keller, dava pro Colby Keller, lambia a porra do Colby Keller. E o pessoal vinha assistir o coroa chupar o meu pau, modesto em relação ao do Colby Keller. Rondavam nosso sofá, sentavam ao lado, e só homens que me pareciam horrorosos. O coroa feioso parecia um príncipe, se comparado a eles. Eu não queria ir pro banheiro com um cara que não me atraía; era o Colby Keller quem me dava tesão. Mas veio um pançudo sentar do meu lado e tentou pegar no meu pau. Dei um peteleco na sua mão gorda e ele voltou a insistir. O coroa me chamou pro banheiro e tive de aceitar.

   Foi constrangedor inicialmente. Eu mantinha meus olhos fechados. Ele agachou e me chupou. Continuei sem me relacionar com ele, só segurava seus cabelos macios, meus olhos sempre fechados, rosto voltado pro teto. Não gosto de sexo assim, acho triste, grosseiro. Mas consegui gozar. Gozei na boca do cara e ele curtiu, não parecia se sentir usado por mim; eu que fiquei com essa sensação. Despediu-se risonho e mudo. No banho encontrei o Felipe. Me chamou: "oi, rapaz". Eu tinha fingido não tê-lo notado, visto que ignorou o último torpedo que mandei. Falamos rapidamente e ele mergulhou nas profundezas do dark.

   Desci para ir embora. Chovia forte e sentei para esperar um pouco. Pedro veio falar comigo, já estava indo embora:

   -Vai ficar aí?

   -Sei lá. Seu carro está perto?

   -Tá aí na rua do lado.

   -Vai passar perto de alguma estação de metrô?

   -Hum, não... Mas eu subo e te deixo ali, sem problema. Vou passar no supermercado mesmo.

   No caminho ele despejou banalidades acerca da própria rotina e me deixou uma quadra antes da entrada da estação do metro. Muito obrigado.

terça-feira, 20 de março de 2012

Três Bocas, Seis Mãos


   Eu já estava no dark da For Friends, nem tão dark assim às 16h. Reparei que o único cara interessante àquela hora na casa estava por ali, tentando se fazer notar e me atrair para a salinha do fundo. Minutos antes, tínhamos nos sentado frente a frente, sozinhos na sala de vídeo próxima aos banheiros. Ele se masturbava, sacudia o pau pro meu lado, sem jamais estabelecer contato visual. Agora, na penumbra, parecia bem mais mais à vontade e o segui à sala a que se dirigia. Há uma cama turca enterrada atrás duma parede, banhada da luz leve e duma pequena veneziana de alumínio. Sentamos lado a lado, os corpos colados.

   -E aí..., balbuciou.

   Seu rosto me parecia outro agora, repulsivo, uma cara de pinguço que me fez pensar em abandoná-lo. Mas era um corpo tão extraordinário que esperei mais um pouco (podia ser - e era - uma distorção da pouca luz do ambiente). Depois soube que seu nome é Diego (não perguntei sua idade, mas certamente pouco mais de vinte anos), moreno claro, aproximadamente 1,80m, corpo depilado de perfeito equilíbrio, musculoso na medida certa: costas largas, quadris estreitos, bunda redondinha, máscula. Um corpo sólido, feito de músculos arredondados sob a pele fina. Tatuagens interessantes, sobretudo uma grande no quadril esquerdo, com listras horizontais (talvez um recorte de uma bandeira - não me atentei ao motivo em si). Cheirava bem, suave, adocicado como leite fervido. Transbordava juventude e masculinidade.

   Toquei seu peito, os pequenos mamilos castanhos eriçados. Abriu uma fresta na toalha e masturbava o pau flácido, que me pareceu, por alguns instantes, tão insignificante. Cheguei a pensar que fosse um outro cara, mas em segundos inflou-se, e agora me surpreendia por ser bem maior e mais bonito do que tinha me parecido antes, na sala de vídeo. Masturbava-se empurrando o pau para baixo, apontando para os próprios joelhos. As veias corriam grossas por seus braços viris, chegando ao dorso das mãos. Bonitas mãos de dedos largos e movimentos instigantes; acarinhavam, protegida pela pele clara e elástica do prepúcio, a glande avermelhada e lustrosa. Os pelos púbicos cortados rente, faziam um sombreado de desenho atordoante. Segurei firme. Ele verificou que não tinha ninguém se aproximando e, só então, segurou o meu também. Eu me sentia hipnotizado, precisava dele, do corpo, do pau. Nos beijamos e ele forçou minha cabeça pra baixo. Nada menos cortês! Apareceu gente pra espiar e ele saiu.

   Quando desci, reparei em dois outros caras: um mais aloirado, alto, rosto muito bonito, cheinho de corpo mas bem gostoso; o outro era garoto, estatura mediana, magro mas com tudo no lugar certinho; uma cara linda também. O primeiro me ignorou até que eu enjoasse de segui-lo. Andava com um celular, apesar de ser proibido dentro de qualquer estabelecimento desse tipo. Já garotinho fazia a linha sonso: como se não soubesse onde estava, nem porque - como se estivesse ali por acaso. Entrou na sauna do andar superior e fui atrás. Sentou ao lado de um gorducho e eu ao seu lado. Mas o vapor saía bem de onde encostei a perna e não suportei ficar ali por muito tempo, estava me queimando. Da outra vez em que o encontrei na sauna, sentei bem ao seu lado e ele fingia que não me via, olhava pro teto, brincando com o próprio pau. Quando toquei seu peito, fingiu um susto. Assim fica puxado! Mas achei que valia a pena encarar toda essa dissimulação. O chamei pro banheiro e ele veio. Era muito bonito, lembra muito um dos professores da minha academia. Chama Victor, 26 anos (aparenta 20). O pau era fino e não muito grande, na bunda tinha gosto de lubrificante. Não beijava e não queria conversar - quase não fazia nada, comportamento que só confirmava a impressão inicial que tive, seu jeitinho de menino mimado, metidinho, autocentrado. Um intrometido sem noção pendurou-se na cabine contígua para nos espiar. Apareceu sua cabeça lá em cima e eu pedi que nos deixasse em paz. Claro que isso cortou o clima. Clima que poderia ter se estabelecido, supostamente - porque não havia quase nada.

   -Vou tomar uma ducha.

   Depois disso, Victor me cumprimentava efusivamente toda vez em que nos cruzassemos. Logo foi embora.  Voltei ao dark e o moreno Diego estava na mesma sala em que estivemos juntos, agora com o loiro bonito do celular. Este estava de quatro na cama e o Diego por trás, de pé, batia na sua bunda com o pau e a palma da mão. Quando apareci, ele parou tudo e ficou olhando pra mim. Eu não sabia se o incomodava, ou se ele queria que me juntasse a eles. Nos olhavamos nos olhos, mas a pouca luz me impedia de discernir sua expressão. Seu corpo me impressionava muito ainda. O loiro continuava impassível, esperava com a bunda redonda pra cima. Entrou atrás de mim um velho esquisito, bem bagaceiro, e foi pra perto deles. O Diego simplesmente abandonou o cara naquela posição e se mandou com sua toalha na mão. Eu desci também e fui para a sauna seca. Estava vazia. Mal sentei no tablado, o Diego entrou e sentou bem perto de mim, um degrau acima. Masturbava-se e tocou meu rosto com delicadeza. Talvez tenha entendido que forçando não ia rolar. Senti na boca seu pau macio. Lembro que tentei levantar suas pernas pra lamber o cuzinho dele, mas não deixou. Ali, sob uma luz bem mais clara, era bonito seu rosto de garoto. Tudo nele me despertava desejo. Levantou-se e foi até a porta verificar se tinha alguém do lado de fora. Voltou, abaixou e me chupou.

   -Cara, vamos subir pro banheiro? - sugeri.

   -Vamos lá.

   Eu sabia que ele não ia me dar, tão pouco eu pensava em dar pra ele, mas ali no reservado, deixou que eu lambesse sua bunda todinha, e me chupou o pau com propriedade. Seu beijo era delicioso.

   Eu estava agachado:

   -Assim eu gozo...

   -Quer gozar?

   -Vem aqui - disse, me erguendo - Olha pra mim, que eu já to gozando.

   Olhei pro seu pau, esperando a ejaculação, mas ele puxou meu queixo, queria que eu olhasse sua expressão:

   -Olha pra mim, to gozando.

   Não vi nada de especial em sua face, mas achei lindo aquilo de ele querer compartilhar o seu prazer, seu gozo. E ele gozou bastante.

   Fui pegar um sabonete pra tomar outro banho e percebi que o cara do armário ao lado do meu tinha um comportamento estranho. Cheguei a voltar pra verificar se tinha trancado a fechadura. Passando pelo banheiro da piscina, outro cara me interessou. Rosto conhecido, não lembrava de onde. Bem alto (1,96m), magro, ombros e costas largos, loiro escuro, rosto marcante, muito bonito. Voltando ao dark, o encontrei. Ele estava sozinho numa das salas e eu parei no batente da porta. Fez que ia passar lentamente, olhando pra mim. Parou ali, no outro batente, colado a mim, o largo peitoral me enchia os olhos. Nos tocamos e houve o beijo. Bom pra caralho. Ele me chamou pro banheiro. No caminho, lembrei que já havíamos ficado, ali mesmo na FF, alguns meses atrás. Nosso primeiro encontro tinha sido muito bom. Pelo menos até a penetração, quando houve um "acidente". Digamos que ele não tinha feito o "dever de casa", não tinha se preparado pra ser penetrado. Eu não lido nada bem com esse tipo de situação. Mas claro que devia ter sido realmente um acidente e isso não se repetiria. Ou não?

   Além de ser um homem muito bonito e charmoso, tem um pau fantástico e gosta de sacanagem. Seu nome é Fernando, 43 anos, chef de cozinha e professor universitário. Trocamos sexo oral e eu quis meter. Eu estava ansioso. Estávamos em pé e ele é muito mais alto que eu. A posição em que ficava pra que eu pudesse come-lo, forçava seus quadríceps e ele tinha de levantar algumas vezes para descansar. Só relaxei depois que ele gozou. Perguntei se podia continuar até gozar e ele assentiu. Relaxado, agora eu podia curtir aqueles momentos e minha excitação só crescia. Massageava suas costas largas e musculosas, a cintura, a nuca. Puxava sua cabeça pro lado e beijava sua boca. Pude, então, desfrutar inteiramente da sua companhia, da sua beleza. E gozei loucamente. Precavido, tirei a camisinha e joguei sem olhar, sem respirar... fomos tomar um banho.

   Já era noite e apareceu um cara muito bonito na sauna. Jovem, boa altura, corpo inacreditavelmente perfeito, uma argola na orelha, cara bonitinha. Não me deu bola. Deitei numa espreguiçadeira da piscina e notei outro cara que passava por ali muitas vezes. Não exatamente bonito, um pouco fora de forma, um visual um pouco "desarrumado" demais, mas ainda assim me atraiu muito. Loiro, olhos bem verdes, usava óculos, estatura mediana, barba por fazer, pelos no tórax. Másculo, sério, quase carrancudo. Entrou na sala do saco de pancadas e eu fui lá. Andei em sua direção sem qualquer constrangimento e ao alcança-lo nos tocamos com simplicidade. Cheirava bem, hálito irrepreensível, pele macia. Há um tipo de maca de massagem nessa sala e eu me sentei nela. Ele me fez um dos melhores boquetes que já recebi na vida. Demorou-se, curtia meu cacete, fazia com tanto prazer que me senti lisonjeado.

   Um cara que me persegue todas as vezes que vou à sauna, parou perto, bem ao nosso lado, e alisou o peito do cara que me chupava. Olhava pra mim e eu o evitava. Saiu em seguida. O Fernando fez a mesma coisa, parou no mesmo lugar e pôs o pauzão pra fora. Eu o masturbei. Ele sugeriu que fôssemos os três para um quarto. Enquanto o Fernando pedia a chave na recepção, nós subimos. O carinha de óculos chama Alexandre, tem um sotaque que eu não distingui de onde e parecia um pouco tímido inicialmente. Nos beijamos no hall de distribuição dos quartos. Confessei que preferia ficar só com ele.

   Três homens nus num quarto estranho
   Três paus duros
   Três corpos úmidos e tensos
   Três bocas, seis mãos
   Três almas solitárias unidas por um desejo

   O clássico beijo triplo. Claro que o Alexandre era a novidade ali, e quem recebia a maior parte das nossas atenções. Fernando ajoelhou e chupou nosso paus. Reparei que o Alexandre tinha um pau bem grande e até mais grosso que o do Fernando. Era fascinante ver nossos paus juntos, engolidos por um homem tão bonito. A luz do quarto era bacana, criava um clima agradável e íntimo. Fernando ora engolia ambos os paus, ora chupava cada um isoladamente, com visível volúpia. Era delicado o beijo entre mim e o Alexandre, suave. Depois foi minha vez de chupar os dois ao mesmo tempo. Sentei na cama. Essa é um prática que me excita muito em fantasia ou num filme erótico, mas nas poucas vezes que me aconteceu realizar, não tinha curtido de verdade. Desta vez foi uma delícia! Os dois paus combinavam, eram lindos, grandes, cheirosos. Seus donos também eram atraentes, o clima era muito sedutor. Me dava tesão sentir o gosto de cada um, esfrega-los um no outro, abocanhar as duas cabeçonas ao mesmo tempo. Posso dizer que foi a realização de uma fantasia. E me refestelei. Subi na cama, em pé, e ofereci meu pau pra que eles chupassem juntos. Não sei dizer o que era melhor: a sensação de duas bocas me engolindo ou a visão de dois homens disputando meu pau. Eles se beijavam e chupavam meu pau com tesão e carinho.

   Deitei na cama. Simultaneamente, Fernando me beijava a boca e o Alexandre me chupava. Percebi que ele não chupou o Fernando nenhuma vez. Eles estavam muito excitados, e eu também. Agora o Alexandre estava comendo o Fernando que me beijava. Quis ver a penetração por trás: ângulo de filme pornô. É uma loucura olhar tão de perto e ao vivo um pau gigante dentro duma bunda, todos os sentidos se aguçam diante dum ato tão íntimo e pouco presenciado. Você ouve a fricção dos corpos, sente o calor, a textura das peles.

   -Safado, foi olhar por trás ele comendo meu cu!

   -É bonito, vocês são lindos...

   -Quero vocês dois dentro de mim agora, topa?

   -Deita lá, disse Alexandre.

   Eu deitei, pus a camisinha, lubrificante e o Alexandre continuava ordenando com surpreendente vigor:

   -Senta no pau dele.

   O Fernando sentou, virado de frente pra mim, deixando a bunda exposta pro Alexandre meter. Ficou muuuito apertado! Eram dois paus grossos dentro do cara, um deles, exageradamente grosso. O meu pau escapou depois de algum tempo e o Alexandre continuou fodendo, em cima de mim. Fernando urrava. Pararam tudo de repente:

   -Opa... deu um problema aqui (pausa) Ih, merda!

   As duas camisinhas foram removidas e jogadas longe. Eu continuei deitado como um imbecil, tentando disfarçar minha náusea. Não lido nada bem com essa situação. 

   A despeito do incidente, o Alexandre estava excitado ainda e achou que eu ia dar pra ele.

   -Ah, eu não curto, cara. E seu pau é muito grande. Você não gosta de dar?

   -Muito pouco.

   Ergueu minhas pernas e pôs o pau na minha bunda. Ficou tentando ,mas era impossível. Eu estava disposto a continuar na brincadeira, sabendo que nada aconteceria. Ele me olhava nos olhos bem de perto, com expressão séria (tinha tirado os óculos). Tentou meter e uma dor aguda e terrível me tomou.

    -Calma ae, cara!

   Afastei-o pelo abdome. Os três em suspense esperávamos a dor acalmar. Fernando assistia a tudo de perto, ajoelhado no chão ao lado da cama.
 
   -Põe a camisinha então, pedi.

   Ele pôs e o Fernando nos lubrificou. Chegou a entrar alguns milímetros, mas doía demais. Finalmente compreendeu que não ia rolar e gozou se masturbando com um dedo dentro de mim. Gozei também. Eu só pensava em tomar um banho e ir pra casa.

   -Tesão você comendo ele - disse Fernando com sorriso de garoto diante de um brinquedo novo.

   Descemos e nos trocamos. Fernando saiu primeiro, sem se despedir. Eu terminei de me vestir, peguei minhas coisas e dei um beijo na cabeça do Alexandre que, sentado num banco, calçava seus tênis. Na recepção minha conta estava R$80,00 mais cara. Alguém usou o número da minha chave para encher a cara de vodca no bar. Certeza de que foi o cara que estava rondando meu armário. O Alexandre me deu uma força pra convencer o cara da recepção de que não tinha sido eu. Ele ligou pro bar, deu um esporro no atendente e confiou na minha palavra com muita educação. Esperei um pouco o Alexandre acertar sua conta, mas estava demorando, e me despedi com uma piscada de olho. Garoava.

quinta-feira, 1 de março de 2012

"Cosas Feas"


   Eram 17h30min duma sexta-feira e havia caído uma chuva muito forte pouco antes de eu entrar na For Friends. Garoava ainda. O dia, de intenso calor e sol, terminava com o céu cor de chumbo e uma atmosfera esquisitíssima. Eu vinha cansado, carregando a bagagem para uma viagem de fim de semana e precisava relaxar. Não era animadora a primeira impressão que tive da frequência da sauna naquela noite, apesar de contar com aproximadamente cem homens.

   Felizmente essa impressão desfez-se em poucos minutos, quando passou por mim um garoto muito bonito. Era baixo, moreno, pêlos no peito, sem excesso de músculos, rosto lindo, barba por fazer, cabelo curto com uma franja de lado; um visual ao mesmo tempo masculino e suave. Passou por mim, reparou no meu interesse e desceu. Desci atrás mas ele parecia se esquivar. Esperei. Reafirmei meu interesse com olhares até ter certeza de que ele tinha entendido. Imaginei que estivesse entrando naquela hora também e queria ter uma ideia melhor das suas outras opções.

   É estranho como se identifica um estrangeiro instantaneamente. Pelo tipo físico, ele podia ser facilmente confundido com um brasileiro, mas sempre tem algo que mostra, ainda que inconscientemente, quem vem de outras terras. Mesmo num ambiente em que todos estão "vestidos" apenas com a mesma indefectível toalha branca. É o olhar, o andar; sutilezas assim. Infelizmente não tenho consciência alguma delas, não sei adjetiva-las e diferenciar objetivamente o andar brasileiro, o olhar estrangeiro; mas quase sempre acerto.

   Agora ele estava na saleta de vídeo do andar superior, perto dos banheiros. Então me sentei a sua frente. Na tela, a cena era altamente excitante, com três atores bem bonitões e realmente entregues. O rapaz parecia titubeante, olhava pra mim sem saber se devia ou como se aproximar. É apavorante pensar em quanto o ser humano tem um comportamento linear, repetitivo e padronizado: sempre que se está nessa situação, basta tirar o pau pra fora que o cara vem imediatamente sentar do seu lado.

   Tive de me acostumar (e demorou um tanto) com o seu hálito de jejum prolongado, mas de resto estava todo cheiroso e limpo. Chama Javier, espanhol, 26 anos, engenheiro, trabalhando em Itaipu há 5 meses. Muito simpático e charmoso, nosso contato foi muito agradável. Ficamos ali no sofá por mais de uma hora, nus, nos pegando sem preocupação com quem passava ou sentava ao nosso lado para olhar de perto e tentar interagir. O único que foi mais ousado sentou por trás de nós e ficou alisando a minha bunda. Percebi o quanto o Javier tinha se excitado com aquilo, e, apesar de me sentir um pouco aflito inicialmente, deixei rolar. Eu estava por cima do Javier, que abria minha bunda e o cara apalpava. Era um homem absolutamente comum, sem nenhum atrativo, mas não era feio. No começo, seu dedo no meu ânus incomodava, mesmo que ele não o tenha forçado para dentro (sensação que eu detesto quase sempre), mas quando ele puxava meu pau pra trás e me masturbava, era muito excitante, eu ficava a ponto de gozar. A cada vez que voltava ao ânus, vinha mais ansioso, usando cada vez mais os dedos. Nas vezes em que tentou de fato introduzir um dedo, eu o impedi, puxando sua mão. Ele sacou que podia continuar, mas só ali por fora. Eu também entendi que ele havia entendido, e relaxei. Tinha a sensação de que ele estava com três dedos, simulando um pênis que me roçava o ânus. Minha vontade era de que ele me lambesse a bunda. Seus três dedos não eram invasivos e depois de um tempo a sensação era extraordinária - acho que eu poderia gozar sem estímulo genital - e cheguei a desejar que ele fosse mais além. Alguns homens entraram na sala e foram se enfileirando na parede de frente pro sofá em que estávamos - o que cortou o clima, obviamente. O cara saiu e quando os outros vieram mais perto, chamei o Javier pro banheiro. Mas o clima já havia se perdido quase completamente entre nós. Fazia um calor terrível ali dentro e quase não aconteceu nada. O chamei pra uma ducha. Eu gostava da sua companhia mas queria dar uma volta, e ele não desgrudava. Ficamos ali no corredor do banheiro, nos beijando e conversando mais um pouco.

   Meu amigo Roger, que sempre encontro nas saunas da vida, passou por nós e me cumprimentou brevemente. E apareceu um carinha. Digo, "o" carinha. Desses em que eu ponho os olhos e fico perdido. Pele bem clara e com poucos pelos, 1,80m, corpo bem desenvolvido, farto, ombros largos. Tinha até um pouco de gordura em alguns pontos, o que o tornava ainda mais tentador. Rosto sério e delicado, de expressivos olhos escuros, queixo másculo, cabelos de comprimento médio. De perfil, o nariz era um pouco maior que a média, de dorso muito reto. Tinha um jeitinho petulante e parou na nossa frente, encostado na parede oposta. Mesmo eu estando acompanhado, não conseguia desgrudar os olhos dele. O Javier percebeu e olhou pra tás:

   -É lindo, não?, perguntou.

   Eu respondi com uma torção de boca, que queria dizer: "Porra, se é!!"

   O carinha entrou numa cabine do banheiro com um careca musculoso e saiu em menos de três minutos. Eu queria ir atrás dele, não sabia como sair dali. O Javier agora parecia estranho, eu não entendia o que ele queria. Não sabia se ele queria se livrar de mim ou se tinha percebido que eu queria me livrar dele.

   -Quer dar uma volta? - perguntei.

   -Você quer?

   -Vamos... Vou olhar meu celular lá no armário.

   -Mas você não vai querer ficar mais comigo?

   -Vamos, depois...

   (Ele falava em espanhol, ou "portunhol" mas não sei transcrever as falas por não dominar o idioma)

   Eu estava quase arrependido da proposta, ele parecia desapontado. Nos separamos assim. Por outro lado, foi um alívio, eu só pensava em procurar o outro carinha que tinha aparecido. Vi que ele entrou na sauna lá de baixo e fui atrás. Encontrei-o sentado na segunda sala. Joguei minha toalha na bancada e fui me refrescar na ducha, bem ao seu lado. Tinha pouca gente ali dentro. Sentei próximo dele sobre minha toalha e nos olhamos. Meu pau ficou duro e ele reparou. Sorriu e sentei mais perto, bem ao seu lado. Ele segurou meu pau e tirou o dele pra fora, pela fresta da toalha. Era pequeno e não estava ereto. Eu beijava sua nuca e alisava seu peito, a barriga. Minha ansiedade era crescente, e me sentia inseguro, sem saber como lidar com ele ainda. Pensei em beijar sua boca. Foi quando ele levantou e saiu, com um tapinha seco em minha coxa.

   Não é agradável a sensação de ser desprezado assim. Alguns minutos depois, passei pelo bar e ele estava bebendo alguma coisa numa mesinha próxima do corredor. Olhou pra mim com um sorriso cúmplice. Fui apenas educado, passei por ele e cumprimentei. "Caralho, que homem bonito!", pensei ainda. Nos cruzamos algumas vezes, ele me olhava sempre com o mesmo sorriso, cujo significado eu desconhecia. Mais tarde ele estava sentado numa poltrona da grande sala de vídeo, com uma lata na mão, chupando o canudinho. Eu estava apenas de passagem e nem quis retribuir seus olhares e o mesmo sorriso enigmático (agora com um canudo entre os lábios). Depois disso ele virou o rosto pra mim todas as vezes em que nos encontramos. Sentei pra conversar com o Roger na sala principal. O belo veio sentar na outra mesa, e falávamos sobre ele. O Roger tinha visto a gente se pegando na sauna e contei como terminou. Todo cara que eu acho gato, ele faz questão de apontar milhões de defeitos, muitas vezes inventados. Dizia deste que era afeminadíssimo e nem tão bonito quanto eu afirmava. Que eu o achava lindo apenas por ele ter me desprezado. Referia-se a ele como "o seu muso". Depois mudou de tática, começou a dizer que eu estava abatido, que tinha emagrecido, que devia ser por isso que levei o toco. Não faltou o momento "recordar é viver": ficou lembrando das vezes em que ficamos, que foi muito bom, e blablablá, blablablá. Perguntou do Javier e chegou a sugerir que ficássemos com ele.

   Fui circular e reencontrei o Javier, conversamos mais um pouco.

   -O que esteve fazendo por aí?, perguntou.

   -Nada... nada mesmo. E você?

   -Cosas feas.

   Eu ri do jeito dele. Beijei seus lábios e ele me olhou como quem dissesse: "Agora perdeu, mané". Não disse isso, nem nada parecido, mas sua respiração e olhar tinham essa intenção. Estava esquisito o clima entre nós, o que era uma pena. Culpa minha, da minha instabilidade, da minha imensa dificuldade de estabelecer mínimos laços. Divido a culpa com aquele demoniozinho delicioso que apareceu e me enfeitiçou. Perguntei se tinha perfil no Facebook. Me disse seu nome completo, de sobrenome pomposo, contou como era sua foto do perfil, diante de um mapa da América do Sul. Entrou na sauna.

   Apareceu um outro garoto interessante, altão, rosto bem bonito, cabelos cacheados. Me desprezou solenemente: perseguia o mesmo bonitão que me tinha virado a cabeça. Este já estava vestido e circulava pela área dos armários. O garoto alto ia atrás, feito bobo, de pau duro (imenso) sob a toalha. O outro se fazia de desentendido, mas continuava por ali, ensebando, fingindo que secava os cabelos, que procurava alguma coisa... nunca entendi muito esse tipo de personalidade - ou de desvio de personalidade. Quem tem atrativos (físicos ou quaisquer outros) e se vale deles, não para desfrutar da companhia dos atraídos, mas para mantê-los a distância, numa posição diminuída, suplicante, apreensiva.  Não há beleza que não se apequene diante desse tipo de manipulação doente.

   Eu não tinha gozado nenhuma vez e me recusei à derrota de me masturbar sozinho no banheiro antes de ir embora. O Javier estava parado perto do vestiário, parecia desanimado olhando a televisão. Fui conversar com ele mais um pouco. Ele tem um nariz absolutamente perfeito, me lembrou muito o do modelo Bernardo Velasco. De rosto, ele parece muito com esse modelo. Apertei a ponta do seu nariz, disse o quanto o achava lindo e nos beijamos mais uma vez. Ele me convidou pra ir à The Society com ele naquela noite, mas eu ia viajar. Perguntei de novo seu nome completo pra adicioná-lo no Facebook e ele achou absurdo que eu tivesse esquecido. Não sei por que, já que depois não aceitou minha solicitação de amizade, nem respondeu à mensagem bobinha que eu lhe havia deixado.

   Esperei que ele se fosse e saí também. Irritado por não ter gozado e por ter desperdiçado o espanholzinho. Na rodoviária, enquanto esperava a hora do meu ônibus, percebi uma movimentação estranha no banheiro. Minha hipocrisia burguesa sempre achou muito inadequado fazer pegação em banheiro público, como um desesperado. E era exatamente assim que eu me sentia. E tinha um japonês, um mestiço, bem bonito: corpão bombado, dourado de sol, rosto interessante, e ainda tinha um pau grande. Levantou a camiseta justa pra mostrar seu abdome - realmente irrepreensível. Eu quase gozei no mictório. Ele saiu. Ficou sentado na porta do banheiro uns 10 minutos, com a mochila nas costas. Eu o olhava de longe. Voltou ao banheiro e eu também - lado a lado no mictório novamente. Saquei bem a arquitetura do banheiro e o jeitão aéreo do homem que fazia a "limpeza" do local. Convidei (com olhar profundo e uma guinada de cabeça) o japa pra entrar numa cabine do banheiro comigo, lá nos fundos. Praticamente só tinha viado ali, ninguém com criança... estava tranquilo. Ele veio atrás. Entrei numa cabine, fechei a tampa do vaso, pendurei minha bagagem num gancho e deixei a porta entreaberta. O japa parecia muito nervoso, passava pra lá e pra cá, sem coragem de entrar. Um caipira se ofereceu pra entrar no lugar dele e o espantei com um chacoalhar de mão. Finalmente o japonês veio! Assustado, sussurrando que não tinha tempo, que seu ônibus estava para partir. Eu arriei suas calças. O pau apontava pro teto, macio, moreno. Passou o pau no meu rosto e o chupei. Ele se vestiu rápido, riso tenso, dizia que não podia perder a passagem. Segurou no meu pau, estourando sob a calça, com um olhar malicioso, safado. Piscou um olho e virou-se pra sair. O puxei pelo cós do jeans justo e antes que ele saísse, dei um apertão na bunda
   Foi rápido e um tanto frustrado esse encontro, mas posso dizer que me excitou mais que muitas idas à sauna. Pela tensão e adrenalina na veia, mas é claro que é impraticável ter esse tipo de encontro mais vezes. Só fui gozar no banheiro da casa da minha tia - mais para aliviar a dor no saco, que por tesão - mas lembrei muito do japonês bonitão nessa hora. Retornando a São Paulo, passei no banheiro da rodoviária, claro. E foi uma grande decepção, claro.