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terça-feira, 17 de abril de 2012

Qual o Sentido Disso?


   Domingo de Páscoa. Fui ao parque da juventude (não conhecia e achei muito legal) assistir ao show Recanto, da Gal Costa. Fiquei extasiado por vê-la tão bem, bonita, à vontade em cena, interpretação limpa e poderosa, cantando lindamente, a voz irrepreensível, com seu brilho renovado por um trabalho novo e arrojado. Poder ouvir canções que me marcaram tão profundamente como "Da Maior Importância" (que Caetano Veloso compôs para e sobre elaao vivo, em arranjo próximo do original (FODA), me levou às lágrimas. E era apenas a primeira canção. Foram quase duas horas de show, debaixo dum sol muito forte e eu queria mais. Ela e os excepcionais e jovens músicos Pedro Baby, Domenico Lancellotti e Bruno Di Lulo tocaram todas as faixas do CD Recanto e o público sabia tudo de cor. É um disco que se torna mais belo quanto mais ouvido. Cantou também "Mãe", "Meu Bem, Meu Mal", "Minha Voz, Minha Vida" e "O Amor", entre outras jóias de seu repertório, todas compostas por Caetano ("O Amor", sobre poema de Maiakóvski), e ainda Gil, Chico, Ben Jor. Fã incondicional da Gal, de sua voz única, de sua imensa inteligência musical e sensibilidade interpretativa, de sua grandiosa trajetória, fiquei eufórico e emocionado com a apresentação.

   Depois do almoço - sauna. Fui para a For Friends. Cheguei a pensar em checar a Splash, mas deu preguiça. E eu tinha compromisso importante às 23h. Até que tinha bastante gente, porém, até anoitecer, ninguém que me chamasse a atenção. Tomei um banho e me joguei no sofá da salinha de vídeo do primeiro andar. Apareceu na porta um cara alto, bronzeado. Em menos de um minuto ele estava com meu pau dentro da boca. Continuei assistindo ao filme displicentemente. E outro cara apareceu na porta: tipo interessante até, com suas tatuagens espalhadas pela pele branca. Em menos de um minuto, ambos dividiam irmãmente meu pau em suas bocas. Eu estava menos interessado no filme agora. O primeiro percebeu que eu estava bem mais inclinado ao novo visitante, e se mandou. Além das tatuagens, tinha um anel peniano, coisa que eu vi poucas vezes na vida. E acho que não gosto. Pra que acessório no pau? "Como querer caetanear o que há de bom". Ajoelhou na minha frente pra me chupar e toda hora queria passar o pau melado na minha bunda. Cansei, saí. Depois de um tempo, fui percebendo que ele tem alguma coisa de maluco, de tantã. Tinha um garoto baixinho que era bonitinho até, mas só fazia andar de lá pra cá. Quando alguém chegava perto, ele fugia. Parou no mictório e ficou me olhando com o pau pra fora. Eu cheguei do lado e botei o meu pra fora também. Ele segurou, puxou minha mão pro pau dele. Em segundos escafedeu-se.

   Nessa tarde revi dois caras com quem já tinha ficado na sauna: Daniel e Jucélio. Tive a segunda impressão diferente de ambos. O Daniel estava bem bonito, corpo super em dia, cara ótima. Mas, apesar de nossa transa ter sido boa, ele foi ríspido quando terminou, e eu não tentei me aproximar desta vez. Já o Jucélio me pareceu bem menos interessante. Ainda assim, tentei chegar nele, mas não deu em nada. Revi ainda meu primeiro analista, o Fábio. Já o tinha visto na 269, anos atrás, mas me escondi e ele não me viu. Nessa época eu tinha acabado de interromper a terapia com ele (que teve um fim problemático) e achei que ele se constrangeria com o nosso encontro nessa situação. Ele é bonitinho, loiro de olhos muito azuis, está fortão agora. Fui lá falar com ele, e, meio desajeitados, conversamos rapidamente. Foi tranquilo, apesar de tudo, e ele não precisamos mais ficar constrangidos nessa situação.

   Estou perdendo a vontade de escrever. Talvez eu deva escrever apenas quando der vontade, ou necessidade, sem a "obrigação" (autoimposta) de relatar todas as idas à sauna. Mas mesmo que eu venha a escrever muito mais esporadicamente, a experiência do blog me valeu muito e em muitos níveis. Eu vinha desenvolvendo uma certa compulsão por sexo desprotegido, sem camisinha. Na terapia era dificílimo falar sobre isso e no blog, apesar do anonimato, continuava difícil. Pode parecer incrível, mas pensar em relatar uma experiência dessas no blog, me fez demover da ideia várias vezes nos últimos seis meses. Acho papelão dar mau exemplo. Felizmente refiz todos os meus testes para DST's no final do ano e não tenho nada. Poderia ter tido. Poderia estar agora mesmo infectado, precisando me medicar diariamente, enfrentar diversos problemas decorrentes. Faz sentido arriscar-se tolamente por um alguns minutos de sexo descompromissado? Esse tem sido um dos melhores resultados do blog para mim. Lembro também do quanto foram trabalhosos os primeiros posts e de quantas vezes eu tinha de corrigi-los. Agora saem com mais facilidade, mais limpos e organizados.

   Até umas 19h eu tinha esquecido completamente de tomar o meu remedinho, minha secreta pílula azul. Há alguns anos tenho tido problemas de ereção. Não é nada fisiológico, fiz vários exames. Apesar de ser uma alteração de fundo psicológico, emocional, a terapia não ajudou quase nada, e foram 6 anos, somando três analistas diferentes (inclusive dois anos com o Fábio). Há aproximadamente dois anos venho tomando o medicamento quando pretendo fazer sexo. Na masturbação solitária, às vezes tenho perda de ereção, mas em geral acontece sem problema algum. E ainda, algumas vezes, mesmo tomando o remédio, a coisa falha por algum motivo (quase sempre por insegurança, algum contraestímulo na relação ou porque eu simplesmente quero fazer sexo sem vontade). Desta vez esqueci  completamente, provavelmente porque meu pau estava respondendo normalmente aos estímulos. Foi só quando apareceu um menino bonito que lembrei. Mesmo achando que nada aconteceria, fui pegar o comprimido que estava na minha carteira. Era um garoto bonito mesmo! Causou um certo rebuliço na sauna toda quando entrou. Alto, longilíneo, corpo bem definido, loiro de olhos verdes, cabelo curtinho arrepiado, traços bonitos, tipo de rapaz "de fino trato", educado. Desfilava sem olhar pra ninguém e foi direto para o escuro. Entrou numa das salas e se formou uma rodinha em sua volta. Dois caras o tocaram e os outros dispersaram. Era um japonês magrinho e um coroa de baixa estatura. Ele parecia indeciso: ora fechava os olhos para sentir as carícias, ora tentava afastar as mãos. Em poucos minutos partiu sozinho. Tentei procurá-lo, mas o perdi de vista. Na passagem, vi dois caras numa mesa do bar. Ambos eram interessantes e o mais baixo e jovem me deu uma olhada bastante significativa. Foi para a sauna seca e eu entrei logo atrás. Fui alcançá-lo solitário no último degrau da bancada:

   -Beleza?

   -Opa, de boa? - ele parecia aflito para dizer algo.

   -Tá aí faz tempo?

   -Não, menos de uma hora. E tu?

   -Já faz um tempinho, viu...

   (Pausa)

   -Curte o que?

   -Sou só ativo.

   Ele riu e enfiou o rosto entre as mãos:

   -Tá uma bosta isso aqui! Tô com o meu namorado aí... não quer dar pra a gente?

   -Ih, eu não curto mesmo... Mas os dois são ativos?

   -Os dois. Viemos pra comer alguém, mas tá difícil. Estamos andando separados pra não assustar, sabe?

   -Mas é um namoro complicado o de vocês! Estão juntos faz tempo?

   -Quatro anos.

   -Mas nenhum dos dois dá, nunca?

   -Claro que sim! (respondeu como se eu fosse um completo idiota). Mas geralmente nenhum dos dois está com vontade, daí não rola. Quer ficar com a gente? Está a fim de que?

   -Ah cara, sei lá. Um bom beijo já não seria nada mau...

   Eu o beijei. Enfiou a mão por baixo da minha toalha e catou o meu pau.

   -Posso ir lá falar com ele? Sabe quem é?

   -Acho que sei. O de barba? Fala lá. Você não faria nada só comigo, eu e você? Achei você uma graça...

   -Não... sozinho não. Vou falar com ele, mas acho difícil. A gente quer comer alguém.

   -Beleza, ele decide.

   Ele se foi e, ao que parece, o namorado não aprovou o terceiro ativo no rolo. O loiro bonito reapareceu e subiu pro primeiro andar. Vi que entrou na sauna. Subi e sentei ao seu lado. Olhava muito disfarçadamente para mim, parecia tímido. Fechou os olhos, o corpo tenso. Eu me aproximei mais e ele se levantou. Fui encontrá-lo novamente na sauna a vapor. Vinha saindo quando eu entrei. Pouco depois, lá estava ele, debaixo do chuveiro. Um breve cumprimento e liguei a ducha ao seu lado. Ambos ficamos excitados e ele não tirou mais o olho do meu pau. Que graça de garoto! Tive a impressão de que já estava ganho, que sairíamos dali direto para uma cabine do banheiro. Ele se enxugou rapidamente e desceu, foi para o escuro novamente. Lá eu o peguei! Era um corpo delicioso nas formas e volumes, em texturas e aromas. Nos beijamos e nos chupamos, sentados num sofá.  Começou a juntar gente em volta.

   -Vamos pra outro lugar? Só nós dois? - sussurrou.

   -Claro, vamos sim! Vou pegar um quarto. Vai subindo que eu pego a chave.

   -Não (balançava a cabeça em desaprovação), não precisa de quarto! Vem aqui.

   Me conduziu a uma cabine do banheiro. Seu nome é Rafael, 26 anos, de uma pequena cidade em Santa Catarina, fazendo um curso em SP por 10 dias. Gostava quando eu metia a língua no seu cuzinho e de me ver tocando punheta.

   -Deixa eu te comer? - perguntei.

   -Capaz, você me arrebenta!

   -É nada, faço com jeitinho.

   -Não dá, seu pau não dá. E você, dá pra mim? Sua bunda é um puta tesão - dizia no meu ouvido.

   -Não rola... Sabe do que me deu vontade?

   -De que?

   -De você gozar na minha boca.

   -É?! Vai engolir tudo?

   -Vou, respondi - não era essa minha ideia, mas seus olhos brilharam quando comecei a falar.

   -E você, sabe o que me deu vontade? - disse pegando na minha bunda.

   -Já percebi...

   Insistiu tanto que pedi que pusesse a camisinha pra tentarmos. Foi difícil pra caralho, mas conseguiu. Só que a qualquer movimento que ele fizesse, eu reclamava. Uma dor terrível. Mesmo assim, quase sem se mover, ele anunciou, trêmulo:

   -Cara, não aguento, vou gozar.

   Tirou o pau, a camisinha e gozou na minha boca. Acabei engolindo mesmo o pequeno volume. Continuei chupando até gozar também. Tomamos um banho e ele me chamou para sentar com ele. Escolheu um lugar mais reservado, na sala grande de vídeo. Conversamos sobre a vida e sobre o filme que passava diante de nós, os homens que apareciam. Me contou sobre o seu trabalho, sua família, e o namoro que terminou recentemente. Eles dividiam um apartamento havia dois anos, mas a relação esfriou e agora ele estava fazendo terapia pra se acostumar com a falta do companheiro.

   -Foi ele quem quis terminar?

   -Não, os dois. Eu tava querendo sair com outros caras, ele também. Isso eu não admito! Um amigo meu é casado há oito anos, ele me diz "Não transo com meu companheiro!". Qual o sentido disso?

   -É... Ah, mas sei lá, cada um sabe de si, de suas necessidades. Vai ver, a relação deles funciona em outros planos... o sexo eles resolvem de outra forma. Você não me disse que sempre namorou meninas?

   -Mas aí é outra história, eu me sentia cobrado. Eu sempre soube que gosto mesmo é de homem.

   Ficou concentrado no filme. Eu o acariciava e ele só falava do filme:

   -Olha a bunda desse cara! Perfeita!

   -Você dava pro seu namorado?

   -Dava, às vezes. E dou gostoso, sem miséria. Pra dar, tem que estar com vontade. Bate uma punheta aí, eu gosto de ver.

   -Aqui?!

   -É, não tem ninguém agora - disse tirando o pau pra fora. Foi ali que notei que as bolas dele eram bem pequenas, bem menores que o comum. Lembrei do pequeno volume de esperma dele na minha boca e pensei se teria uma relação.

   -Sabia que foi a segunda vez na minha vida que eu engoli a porra de um cara?

   -É? Você é doido! (Pausa) E tava boa a porra?

   -Tava... - menti, era amarga. Nos beijamos outra vez e ele queria que eu o chupasse ali, mas apareceu um coroa na sala.
 
   -Então vamos lá no escuro..

   Agora ele queria ver os caras se pegando ao vivo. Tinha pouca gente por ali. Um cara tatuado tinha passado a tarde toda me seguindo - ele até seria bem interessante se perdesse uns quilos na cintura - estava lá, encostado numa grade, me olhando como sempre.

   -Quer que eu chame aquele cara? - perguntei.

   -Ah, sei lá, acho que não encaro.

   Mas encarou. O cara chegou, agachou e veio chupar nossos paus simultaneamente. Eu beijava a boca do Rafael. Um coroa veio por trás dele e deu aquela encoxada. Já me senti meio incomodado com aquilo, fiquei enciumado. Eu fico, sou possessivo. Não gosto de ser assim, mas sou. Logo eu, que ninguém jamais vai possuir. Eu gozei, ele gozou - beijando o mesmo tatuado que disse não poder encarar. Lembrei da minha hora, eu tinha um compromisso. Eram 22h20min quando passei pelo bar. Saí correndo pra tomar um banho. Achei que ele viesse comigo. Queria ter pego algum contato. Me vesti e enquanto chamavam um táxi, o procurei pela sauna, mas não encontrei mais. Pensei em deixar um bilhete na recepção. Não deixei. E tanto faz.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Napa Prateada


   Ir à sauna tem me contrariado. Há épocas em que fico assim e passo a evitá-la. É quase sempre uma relação ambígua: por um lado o desejo por sexo fácil e descompromissado, a fuga da eterna sucessão de frustrações a que se resume a vida, tempo livre, energia sexual contida, vontade de conhecer alguém interessante; pelo outro lado, uma sensação de vazio e tristeza, de impessoalidade, de não existir como indivíduo complexo para ninguém, de não ter afetos. Porque um belo corpo é inegavelmente um deleite, e vário belos corpos disponíveis podem representar deleites multiplicados, mas também o perigo da repetição sem sentido, da massificação do prazer, da deserotização dos sentidos. Estou começando a me sentir envolvido por um cara: uma relação absolutamente platônica (mais uma). A gente se vê quase todo dia, mas até hoje só trocamos algumas palavras banais... (sim, sou desses). Apesar disso, ou até por isso, estive na FF na última quarta feira, dia 14/12/2011.

   Tinha vários garotos interessantes de tarde, mas cismei com um deles: aproximadamente 1,87m, forte (pode-se dizer até que um pouco acima do peso), pele clara, sem pêlos, cabelo escuro, rosto bonitinho, jeito de garoto bem criado. Nos esbarramos algumas vezes e eu não conseguia perceber se ele, sempre muito reservado, estava interessado. Tomamos banho lado a lado e fiquei de pau duro (era uma bundinha irresistível), mas agimos com naturalidade. Depois, quando subi ao lado escuro da casa, o reencontrei recostado na grade de segurança que acompanha o vão da escada. Parei perto, de frente para a escada, no arco de uma porta. Eu tentava perceber se podia me aproximar, quando um senhor, que minutos antes já tinha tentado me agarrar e levado um empurrão, meteu a mão no meu pau. Saí andando depressa e senti que forcei bastante seu braço, preso ao batente da porta. Apesar da raiva do momento, felizmente não o machuquei. Esta é uma das coisas que me deixam mal: alguém pra quem eu nunca olhei (e nunca olharia), com quem nunca falei ou esbocei um único sorriso de interesse, que já tinha sido rejeitado, se chega com tamanha folga, tocando meu corpo. Quem não têm educação, confunde tudo, pensa que só por estarmos num ambiente mais liberal, tudo é bagunça e todo mundo é de todo mundo. Mais triste ainda quando é um senhor, certamente com mais de sessenta anos. Fico terrificado com pessoas que passam uma vida sem conseguir compreender as mais básicas regras de convivência. Vi o garoto entrar numa das salas, a esta altura ainda iluminadas pela luz do sol que vazava pelas janelas. Encostou numa parede e pôs-se a observar alguns caras que se pegavam por ali. Gente que me pareceu horrorosa, aliás.

   Eu não me sentia seguro para chegar perto. Parei na porta dessa sala, de olho nele, esperando um sinal. Ele me olhava sem expressão alguma. Outro cara segurou meu pau. Esse não era de se jogar fora, mas também um tipo insistente, que me repugna. Saí dali. O garoto também saiu. Fomos nos encontrar na sala dos fundos. A aproximação foi rápida. O nome dele é Bruno. Enquanto nos beijávamos, esse último cara que veio me tocar, parado do nosso lado, a um palmo de distancia, me incomodava. Convidei o carinha para vir comigo à primeira sala, que estava vazia. Sentamos num dos sofás e continuamos nos beijando. Ele me chupou ali mesmo. Alguns minutos depois já estava cheio de caras à nossa volta. Um deles foi chupar o Bruno. Ele deixou, olhou pra mim e sorriu, como se pedisse uma permissão. Consenti num sorriso e nos beijamos. O cara que já nos seguia desde a outra sala veio me chupar também. Logo eram três se revesando nos nossos paus. Eu me sentia todo babado. O de cabeça raspada que estava me chupando agora fez menção de sentar no meu pau, sem camisinha. Eu queria sair dali:

   -Vamos tomar um banho?

   Descemos para a parte clara, tomamos banho juntos de novo. Agora que eu estava acompanhado, um outro carinha que eu tinha tentado aproximação antes, mostrava interesse. Claro, é sempre assim. Chamei o Bruno pra subir comigo para as cabines iluminadas do banheiro. Ele voltou a me chupar, eu o chupei também. O pau dele era grosso, bonito, torto para baixo. Pediu que eu parasse um pouco, estava quase gozando. O virei de costas. Ele é grande mas a bunda é estreita, redondinha, muito masculina. E carnuda. Afastei as nádegas e o buraquinho era a coisa mais linda! Pedi que ele colocasse um dos pés sobre o vaso sanitário. Ele inclinou o corpo para a frente e ainda usou as mãos para abrir a bunda - o buraquinho rosado de bandeja pra mim! Eu me esbaldei, de boca, língua, meu rosto todo. Ele gemia alto e grosso quando eu ia fundo com a língua. Puxava minha cabeça contra ele e me deixava sem ar.

   -Me fode agora, pediu com voz rouca.

   Peguei a camisinha que eu tinha deixado sobre a mureta. Estava difícil de abrir.

   -Abre pra mim.

   Ele se esforçou. Mesmo usando os dentes várias vezes, não conseguia abrir. Começamos a rir da situação.   Peguei o envelope de volta e finalmente consegui arrancar a camisinha de dentro. Botei no meu pau, também com dificuldade - parecia justa demais - ele me ajudou a vestir. Minha ereção já estava a 75%.  Tentamos a penetração por um tempo, mas ele sentia dor, e eu já estava desconcentrado. Tirou minha camisinha e voltou a me chupar.

   -Quer gozar agora?

   -Você não consegue dar?, perguntei, decepcionado.

   Pensou um instante.

   -Não.

   Sua resposta e a pausa anterior me soaram mais como "Você que não conseguiu me comer..." E eu queria tanto. 

 Gozou se masturbando enquanto me chupava. Eu não gozei. Estávamos mortos de calor, transpirando muito.

   -Preciso de outro banho, sugeri.

   -Eu quero um banho gelado!

   Foi na frente, que eu precisava mijar. Quando cheguei no chuveiro, ele estava aos saltos, muito grandalhão e desengonçado, embaixo do chuveiro gelado. Não pude conter o riso. Ele me jogou água gelada e eu também acabei tomando um banho frio muito energizante.

   Depois do banho, desceu ao armário para buscar uma toalha seca e fiquei sentado ali fora. Voltou, foi tomar outro banho pra trocar de toalha, disse que tinha impressão de que aqueles caras tinham babado nela toda. Realmente. Enojado com a recordação, tive de trocar de toalha e tomar outro banho também. Conversamos ainda um pouco, ele mora ali na Vila Mariana, é médico, tem 28 anos. Precisava ir embora. Trocamos telefones e vamos tentar nos encontrar outra vez. Ou não.

   Precisava gozar ainda. Todos os garotos engraçadinhos tinham ido embora, e eu só via agora caras bem mais velhos e os feios. Fiquei perto da entrada, assistindo novela, esperando chegar alguém interessante. Sei que nesses casos, quando só tem bagaço, quem chegar, eu pego. Exceto por uma pequena margem de erro. Custou, e quem entrou não era lá essas coisas. Moreno, aparentava uns 44 anos, aproximadamente 1,85m. Corpo bom, de formas bonitas, costas largas. Tórax excessivamente peludo. O rosto não era feio, mas não tinha nada que me chamasse atenção. Parecia ter cabelos meio ralos, mas não lembro com certeza. Passou direto por mim, andou pra lá, andou pra cá, foi comer um lanche no bar. Passei por ele, me cumprimentou. Ainda tinha bastante gente na sauna. Dei uma geral e não tinha outra opção mesmo. Quando eu ia saindo do lado escuro, nos cruzamos, ele vinha entrando. Passou por mim, e desta vez nada indiferente. Dei meia volta:

   -E ai!

   -Tudo bom? Prazer, Daniel - disse estendendo a mão.

   -Yuri.

   Toquei seu peito. Deu a impressão de alguém que tomava bomba e parou, quando a musculatura mantém a forma mas fica mole, murcha. Eu sabia que ele tinha acabado de comer e fiquei com receio de tentar um beijo. Visto de perto o achei bem mais interessante, gostosão, simpático, voz bonita. Contou que era do Rio de Janeiro, em São Paulo a trabalho. Chamei para um canto vazio e escuro, onde dependuramos nossas toalhas e nos beijamos. Felizmente tinha escovado os dentes e foi muito agradável o beijo. Só a barba que era muito cerrada, áspera. Estava todo limpo, cheiroso. Ninguém passava por ali naquela hora. Agachei e prestei-lhe um boquete, ainda tímido.

   -Vamos lá pra cima, pro claro?, convidei.

   -Quer pegar um quarto?

   -Eu estou sem grana, mas se você quiser...

   -Pode deixar.

   Foi à recepção e voltou com a chave do quarto. Eu nunca tinha entrado num quarto da For Friends. É pequeno, deve ter uns 6 metro quadrados, paredes pretas. No centro, uma cama estreita com colchão revestido de um tipo de napa prateada, ao seu lado um criado mudo com abajur e uma cadeira. Toalhas, preservativos, lubrificantes.

   Deitou-se sobre mim e nos beijamos demoradamente.

   -Sua boca é muito gostosa!

   Passei para cima, queria chupar mais. Depois botei meu pau na cara dele, que resistiu um pouco, mas me chupou também. E bem gostoso. Ergui suas pernas e lambi a bunda, enquanto nos olhávamos nos olhos. Perguntei se ele queria me dar.

   -Hoje não, não vai rolar.

   Ele era meio afoito e às vezes até bruto, mas percebia e se desculpava. Fizemos um 69 tradicional e depois cada um metendo a língua na bunda do outro, simultaneamente. Foi muito excitante, mas no dia seguinte estava com torcicolo. Além de ter ficado com o colo e a maçã esquerda do rosto "lixados" pela sua barba, além de um chupão roxo no abdome. Parecia que tinha levado uma surra.

   -Quantos anos você tem?, perguntou.

   -37 e você?

   Adorei sua cara de espanto.

   -Puta, eu estou acabado mesmo, cara! Tenho 31 e achei que você fosse bem mais novo que eu.

   Eu achava que ele tivesse uns 44, bem conservados. Não consegui esconder minha surpresa:

   -Sério?!

   Conversamos um pouco ainda. Me masturbou e chupou até me fazer gozar. Eu estava me excitando desde de tarde, sem gozar, e a porra espirrou longe, até meu rosto. Ele gozou também, sobre mim. O sêmen quente se espalhou pela pele da minha barriga.

   Agora eu só queria deitar um pouco, relaxar. Ele deitou do meu lado e foi logo dizendo:

    -É tarde, não posso ficar deitado muito tempo.

  -Que horas são? - perguntei, talvez sem conseguir esconder muito bem minha mágoa boboca. É que eu acho de uma deselegância abominável esse comportamento. Tá certo que pra mim tinha sido uma boa transa, eu estava ainda viajando nas minhas sensações, e talvez pra ele tenha sido uma outra coisa, vai saber. Mas não poder dar uns minutos, algum carinho, é muito autocentrismo. É tipo: gozei, tchau. Acho feio, pobre. E não se deve sentir magoado com gente assim. 

   -Que horas são?

   -Umas nove e meia.

   Levantei e peguei a toalha:

   -Vou nessa também.

   Tomamos banho juntos, calados. Terminei antes:

   -Vou descendo. Falou. Valeu...

   Dei um beijo no rosto, por trás, quase na nuca, e desci. Tentei me vestir rápido, mas ainda deu tempo de ele descer e começar a se vestir. Clima estranho. Sem saber o que dizer, saí calado.